Gosto quando vê minhas cores, ensaia minhas risadas e me idolatra
Gosto quando conta as horas, conta o tempo e me conta a vida,
Quando não consegue me tirar das histórias, nem dos seus olhos
Gosto quando é difícil respirar quando não existe meu cheiro,
Ou enxergar quando não existem meus olhos te encarando de perto,
Gosto quando seu mundo tem minhas cores, meus rosto, minha trilha sonora
Gosto quando compreende entrelinhas, cria entrelinhas,
Tantas entrelinhas que não se identifica todas no primeiro segundo,
Mas elas vem à mente ao decorrer dos dias em horários inocentes
Gosto quando é indecente, quando a paixão é tão suja que me deixa vermelha
Quando o desejo é tão impuro que me deixa sem jeito,
Quando é tão proibido que vira pecado, tão errado que vira segredo
E os segredos são sussurrados após a meia-noite,
Sob os perigos da madrugada e a luz intensa da lua,
Gosto do universo, e de brincar que somos donos dele,
Gosto quando perdas tornam-se ganhos,
Quando perder horas sentindo seus lábios me faz ganhar a semana,
Quando perder a noção de limites, me faz ganhar coisas
Que sequer sonhei existir,
Gosto da destruição. Quando quebra minhas paredes sem ruídos,
Gosto do silêncio absoluto, de ficar completamente séria sem reservas,
Estando feliz e confortável, sem precisar fingir ou construir máscaras,
Gosto quando não me enxerga com rótulos, mas me vê.
Quando não me deixa na sua estante empoeirada, esquecida,
Nem dentro do seu bolso, como um souvenir,
Lembranças, pensamentos, saudade...
Gosto de ser poesia, música, arte que preenche a sala
E desperta sentimentos controversos, complexos,
Indomáveis... Não os domine. Não eles, pelo menos...
