tempo a perder

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Ruas esburacadas que ando com os pés descalços
Escrevo tanto sobre tantas coisas sobre você
O quero e desisto de você mil vezes ao dia
Morro com a apatia, me amedronto com
A forma submersiva que coloca os olhos sobre mim
Odeio seus olhos pretos, seus lábios macios e seu
Nariz arrebitado
Odeio a forma com que se deixa cair sobre
A mesa, a forma como fica tão cansado
Todos os dias, submerso nas coisas
Que tiram seu sono, quero puxa-lo pelos
Braços, beijar seus lábios, puxar seu cabelo com cuidado
Quero beija-ló enquanto o mundo para
Quero tirá-lo do caos arredio para o lugar seguro
Acariciar seu rosto enquanto deixo seu cinza
Mais colorido, cheio de azuis profundos
E rosas quentes e aconchegantes
Odeio como não sai da minha cabeça
Odeia pensar em você com tanta frequência
Te imaginar com tanta recorrência
Fantasiar...
Gostaria que as coisas fossem menos complicadas
Que nosso pecado fosse cheio de amor
Que nossos momentos ficassem na eternidade
Do tempo, da vida
Odeio a forma como foge do meu caos
Odeio a maneira como foge de mim,
Como me coloca sobre a mesa
Como um monte de livros pesados, densos
Como me manda passear como se fosse
Um cachorrinho maltrapilho que bagunça a casa
Come seus sapatos, estraga as almofadas e deixa
Sua sala cheia de coisas destroçadas
Odeio como foge de mim.
Odeio como não implora por mim.
Sou tudo o que poderia querer,
Tudo o que poderia pedir,
Seria tanta coisa, significaria tanta coisa
Faria tanta coisa,
Te deixaria tão...
Odeio como ainda te quero.

fotossínteseOnde histórias criam vida. Descubra agora