💍 𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟑𝟑 💍

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𝐍𝐀𝐌𝐎𝐑𝐀 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎?

❝𝐏𝐎𝐕'𝐒 𝐆𝐈𝐋𝐁𝐄𝐑𝐓

    Anne sentia algo por mim. Isso não é um treinamento, ela realmente está apaixonada por mim.

    Não posso negar que doeu saber que se eu ficasse, meu sonho de ver uma criança crescendo no ventre da mulher que amo não se tornaria realidade. Só que, o que doía mais do que não ter aquele sonho se realizando, era não ficar com Anne.

    Eu, agora, entendia os seus motivo, conseguia compreender totalmente as suas ações. Anne não tentava me afastar por gostar da vida que levava, era por querer me proteger, para proteger meus sonhos.

    Agora eu entendia o que Mary queria me dizer.

    Se ela já era fechada antes, se Anne não permitia que ninguém se aproximasse muito, que cuidasse de suas dores, depois que perdeu a filha tudo se tornou pior.

    Eu entendia, respeitava e a amava por isso.

    Sim, eu a amava. Pode ser que muitos acreditem que é muito cedo para saber se é amor de verdade, mas eu sabia o que sentia. Sabia que o que eu sentia por Anne não era uma simples paixão boba.

    Só que, apesar de saber exatamente o que sinto por ela, não estava em meus planos revelar tão cedo. Não queria assusta-la com a velocidade que estávamos levando a nossa relação. Principalmente por ela ter todo o problema com o ex, e com ainda a perda da filha. Então, eu iria esperar até que sentisse que Anne estava pronta para ouvir.

    Agora, eu iria aproveitar com minha garota o tempo que desse, já que eu sabia que seria doloroso quando estivéssemos prontos para dar outros passos, e quiséssemos ter filhos.

    Mesmo sabendo que para ter um filho não é preciso que seja biológico, não tornava tudo menos doloroso. Anne já esteve grávida uma vez, sabia como era a sensação. E depois descobrir que não poderia sentir mais, logo depois que sua filha morreu, foi horrível. Só que, por mais eu soubesse que seria difícil para nós dois no futuro, eu não iria desistir de Anne.

    Minha garota enroscou suas pernas nas minhas, deitou a cabeça em meu ombro e aninhou seu corpo no meu.

    — Obrigada — sussurrou ela, esfregando o nariz em meu pescoço.

    — Pelo que está me agradecendo?

    — Por ter me defendido hoje mais cedo. Por ter dançado comigo, e depois por ter me trazido para o quarto quando eu não suportava mais ficar lá.

    — Não precisa me agradecer por isso — beijei seus cabelos. — E quanto a aquele crápula, eu não vou permitir que ele chegue perto de você. Nunca mais!

    Anne agarrou meu paletó e o apertou.

    — Eu senti sua falta — sua voz foi quase inaudível.

    — Eu também senti, gatinha — distribui beijos por seu rosto e ela abriu um sorriso pequeno.

    Ficamos em silêncio, só aproveitando o momento. O ar-condicionado estava ligado, estávamos no conforto da cama de Anne, mas eu não sentia vontade de dormir.

    — Fiquei com medo — falou, e a encarei surpreso, pois achava que ela já dormir. Mas, pelo jeito, ela fazia o mesmo que eu; pensava. — Fiquei com tanto medo de te ver indo, e depois de te reencontrar. Eu veria bem na minha frente... teria a prova bem diante de mim que eu tinha feito a coisa certa. Você estaria casado, a sua mulher seria linda, inteligente, e poderia te dar muito mais do que eu um dia poderei. Seus filhos teriam seus olhos lindos — a apertei em meus braços quando ela soluçou. — E eu ficaria feliz por você. Ficaria feliz por não ter estragado sua vida, os seus sonhos — ela passou a mão por meu peito. — Mas ficaria tão triste por mim, que precisou abdicar da paixão que sinto por você por não ser o que precisava.

𝐌𝐀𝐑𝐑𝐈𝐀𝐆𝐄 ─ 𝐒𝐇𝐈𝐑𝐁𝐄𝐑𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora