💍 𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟔 💍

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𝐎 𝐕𝐄𝐒𝐓𝐈𝐃𝐎 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐌𝐀̃𝐄

❝𝐏𝐎𝐕'𝐒 𝐀𝐍𝐍𝐄

    Assim que Gilbert saiu apressado, eu soltei um suspiro longo de alivio. Eu sabia que não iria me segurar muito se ele insistisse mais, e isso me assustava. Fazia tempos que eu não perdia o controle dessa forma, e aquilo não podia voltar a acontecer.

    Toquei a região que ele tinha chupado e fechei os olhos, ainda com a sensação de ter os lábios dele ali. Ainda sentia suas mãos carinhosas andando por meu corpo, seus dedos acariciando minha intimidade, sua mão segurando meus cabelos enquanto eu estava sobre ele. Lembro de cada detalhe daquela noite, e embora diga para mim mesma que queria esquecer... eu não queria.

    Uma lágrima desceu por meu rosto.

    — Não, Blythe, eu nem sempre fui estupidamente fria. — Falei baixinho, encostando a testa na porta do quarto, por onde Gilbert havia saído segundos antes, completamente frustrado.

    Apesar de estar esgotada, eu sabia que não iria conseguir dormir de forma alguma. Não mais. Não com meus pensamentos confusos do jeito que estava. Como eu poderia fechar meus olhos para descansar, sendo que minha cabeça estava o caos?

     Para tentar melhorar meu estado, com as pernas fracas e trêmulas, me arrastei até o banheiro para tomar um banho — dessa vez, um banho bem gelado. Assim que entrei no chuveiro de cabeça, molhando cada pedaço do meu corpo, deixei que todas as lágrimas de frustração caírem por meu rosto, para se juntarem com a água gelada do chuveiro. E então, mais uma vez, prometi que não choraria mais por aquele motivo, mesmo sabendo que iria quebrar a minha própria promessa.

    Era quase três da manhã quando eu decidi ir tentar dormir. Deitei na cama, puxei a coberta grossa, e depois liguei o ar em uma temperatura que ficaria muito gelado. Mas, apesar de estar deitada e bastante exausta, levei mais de meia hora para, finalmente, entrar no mundo dos sonhos, ou melhor, mundo dos pesadelos.

    Eu me levantei ao ouvir o barulho chato do meu despertador que sempre estava programado para as seis da manhã. Vesti o costumeiro terninho que sempre usava para o trabalho, arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo firme. E, novamente, precisei me dedicar a retirar a nova marca do meu pescoço.

    Quase pronta para descer, fui até o meu closet, puxei um banquinho — que ficava ali para quando eu precisava pegar algo que estava na parte de cima, já que sou um pouco baixinha e geralmente não consigo alcançar quando está em certas alturas —, peguei uma caixa branca que estava ali fazia anos, voltei para meu quarto, coloquei a caixa sobre minha cama com todo cuidado do mundo e abri a tampa.

    Tão lindo e brilhante!

    Não ousei tocar no pano branco, fino e delicado, apenas queria ver como ele estava depois de anos sem o ver... Sem ver aquele vestido de casamento. Mas não era só um vestido, era o vestido de casamento. Aquela era a peça que Bertha Cuthbert — minha mãe — havia usado em seu casamento com meu pai.

    Fazia um tempo que eu já sabia o que iria fazer com ele.

    — Jerry, para fora da sala. — Disse, assim que entrei na sala e vi Jerry, Cole e Diana sentados no sofá. 

    Meu cunhado me encarou sem entender o motivo do pedido. Ele olhou para Diana, e minha irmã deu de ombros, também não entendendo o motivo do meu pedido, depois olhou para Cole, que fez o mesmo gesto que nossa irmã. Os três me encararam.

    — Porquê eu tenho que sair da sala? — Perguntou, levemente assustado, principalmente ao notar meu rosto sério.

    — É coisas do casamento. Você não pode ouvir nada em relação ao vestido.

𝐌𝐀𝐑𝐑𝐈𝐀𝐆𝐄 ─ 𝐒𝐇𝐈𝐑𝐁𝐄𝐑𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora