💍 𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟑𝟖 💍

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𝐑𝐎𝐌𝐀𝐍𝐂𝐄 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑𝐑𝐎𝐌𝐏𝐈𝐃𝐎

❝𝐏𝐎𝐕'𝐒 𝐆𝐈𝐋𝐁𝐄𝐑𝐓

    Tínhamos apenas quinze dias para aproveitar a casa juntos, antes de meus pais e Jane voltarem de Nova Iorque. Eles tinham comprado a passagem para mais tarde pois como minha irmã tinha mais tempo de férias do que eu, ela aproveitou que nossos pais queriam ficar para ajudar Diana e Jerry com as coisas da casa nova.

    Anne estava dormindo com a cabeça em meu peito, quando Jerry ligou para mim naquela manhã.

    — Te acordei? — meu irmão perguntou logo depois que nos cumprimentamos com um oi.

    — Não, já faz um tempo que eu estava acordado.

    — Acabamos de chegar em casa — disse meu irmão, casual demais, e logo notei que ele queria falar algo.

    — Pergunte logo.

    — Diana quer saber como ela está — Jerry suspirou. — Ela passou a lua de mel dividida entre chorar e se divertir. As vezes eu tinha que arrasta-la para fora do quarto.

    — Eu amo Diana, você sabe disso. Só que eu também amo Anne, e não sei se consigo perdoar Diana por ter chamado aquele crápula para o casamento. Não nesse momento — olhei para Anne, e a minha garota estava com um rosto tão relaxado, parecia em paz. — Foi agonizante, Jerry. Aquele cara não só destruiu o coração dela, como também arruinou a esperança.

    — Eu também estou chateado com Diana, e deixei bem claro a minha opinião sobre tudo — ele ficou em silêncio por um tempo. Depois, perguntou: — Ela te contou tudo?

    — Cada detalhe.

    — E como você se sente com isso tudo? — pisquei, surpreso com a sua pergunta.

    Quer dizer, eu e Jerry somos como melhores amigos, mas a única pessoa com quem eu desabafafa era Ruby. Porém, minha irmã não sabia de nada sobre o assunto, e como era um segredo de Anne, eu não podia sair contando. Mesmo que agora me afete, eu não tenho direito nenhum de falar.

    — Não escondo para ninguém que é o meu sonho construir uma família. Mas eu seria um filho da puta se não ficasse com a mulher que amo só por ela não poder me dar filhos. Quero dizer — me corrigi —, por ela não poder gerar uma criança. Filhos, Anne me dará, sim. Só não serão biológicos. Mas isso não importa. Filhos são filhos.

    — Você já falaram sobre adoção? — indagou meu irmão, parecendo surpreso.

    — Falamos sobre cogitar a ideia de recorrer a adoção caso não possamos uma barriga de aluguel.

    — Cara, quanto tempo vocês estão juntos para estarem falando sobre filhos? Tipo, duas semanas?

    — Três meses — abri um sorriso. — E vamos morar juntos. Mas não fale para ninguém ainda, nem para Diana.

    Meu irmão começou um riso histérico, e logo ouvi a voz de Diana, perguntando o que havia acontecido para ele estar gargalhando daquele jeito.

    — Como assim estão namorando faz três meses? — indagou ele quase berrando, e segundos depois, ouvi um grito de Diana. — Pensei que vocês estavam juntos desde meu casamento.

    Soltei um riso baixo e Anne se remexeu em meus braços, mas, por sorte, não acordou.

    — Começamos a namorar no dia do seu casamento. Mas estamos, de certa forma, juntos, desde que cheguei em Nova Iorque.

𝐌𝐀𝐑𝐑𝐈𝐀𝐆𝐄 ─ 𝐒𝐇𝐈𝐑𝐁𝐄𝐑𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora