𝐓𝐔𝐃𝐎 𝐕𝐀𝐈 𝐅𝐈𝐂𝐀𝐑 𝐁𝐄𝐌
❝𝐏𝐎𝐕'𝐒 𝐆𝐈𝐋𝐁𝐄𝐑𝐓
Eu havia falado com a secretaria da médica da família e ela me garantiu uma vaga ainda hoje. Depois, falei com uma psicóloga que Ruby havia me indicado um tempo atrás, e ela aceitou receber dois clientes.
Anne estava tão péssima com tudo que estava acontecendo que, mesmo eu tentando fazê-la comer, ela reclamava dizendo que nada descia por sua garganta. Provavelmente por ela não conseguir parar de chorar.
Só esperava que, tudo desse certo no fim. Eu estava cansado de ver Anne chorar, de vê-la sofrer, de ela se culpar por algo que não era sua culpa. De ver minha namorada carregar em suas costas mais do que podia, e não pedir ajuda por não querer se sentir frágil. Mas, agora, ela não tinha mais escolha. Ou dividia sua dor comigo querendo, ou eu a forçava a fazer. Não a deixaria sentir-se fraca nunca mais.
Anne, nesse momento, estava encolhida em meus braços, olhando para a televisão onde passava um programa qualquer, mas ela estava tão para baixo que eu duvidava que ela, de fato, assistia. Nem parecia a minha garota sorridente de horas atrás, que havia preparado um jantar a luz de velas para mim.
Nunca imaginaria que descobrir que está grávida a deixaria tão triste.
Eu adorava tê-la assim em meus braços, pois é como se Anne quisesse se proteger de tudo, usando meu calor como escudo. Eu simplesmente amava as mínimas coisas que acontecia entre aqueles momentos mais íntimos, no qual ela raspava o nariz na curva do meu pescoço, quando acariciava meu peito ou me beijava. Adorava quando Anne passava as unhas na minha nuca e depois começava a fazer carinho em meus cabelos. E vê-la ali, parada, sem fazer nada do que costumava, apenas olhando para televisão, parecendo sem vida, tirava toda a minha alegria.
Eu só esperava que essa tristeza não durasse muito tempo. Sinto falta de ver seu sorriso, de me sentir feliz só por ela estar feliz.
— Vamos nos arrumar? — afastei os cabelos que caíam por seu rosto.
Anne não me respondeu, apenas levantou e foi para meu quarto. Deixei que ela fosse sozinha, dando-a um pouco de espaço e privacidade. Apenas levantei do sofá quando a água parou de cair e tive a certeza de que Anne já não tomava mais banho.
Meus olhos arderam quando parei na porta do quarto e vi minha garota parada diante do espelho, olhando seu corpo nu pelo reflexo — mais especificamente, olhando para barriga que ainda estava lisa. Ela não tocava, não se movia, apenas olhava para aquela região onde sabia que um bebê — o nosso bebê — crescia.
— Se quiser, podemos ir andando — eu disse, entrando no quarto, e ela se virou para mim assustada. Mas como não dei indícios de que havia visto a cena de ela com frente ao espelho, seus ombros tencionados relaxaram.
Anne apenas deu de ombros e cobriu o corpo com a toalha, como se quisesse se esconder de mim.
Engoli a seco e fui direto para o banheiro, onde chorei debaixo da água gelado.
. . .
O horário com a psicóloga foi primeiro do que a consulta com a ginecologista obstetra.
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𝐌𝐀𝐑𝐑𝐈𝐀𝐆𝐄 ─ 𝐒𝐇𝐈𝐑𝐁𝐄𝐑𝐓
Hayran KurguCom o noivado de Diana, Anne vai receber em sua casa os familiares do noivo de sua irmã em sua mansão. E, dentre eles, Gilbert Blythe; Um homem lindo e sedutor, com seus olhos castanho-esverdeado, que também é o cara que ela conheceu na noite anteri...