💍 𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟑𝟓 💍

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𝐌𝐎𝐑𝐀𝐑 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎

❝𝐏𝐎𝐕'𝐒 𝐆𝐈𝐋𝐁𝐄𝐑𝐓

    Eu fiquei em choque quando vi a cena desenrolando. Anne gritando e batendo no peito do pai em um segundo, no outro, ela havia se recuperado e ainda virou o jogo do pai contra ele mesmo.

    Mas assim que ela saiu de casa e eu fui atrás dela, Anne estava destruída. Ela não queria ter feito nada daquilo, não queria ter tomado aquela atitude, pois apesar da raiva que sentia, Anne amava sua família mais do que tudo no mundo. E foi por conta desse amor que ela se sentiu traída, pois jamais imaginaria que aquelas pessoas causariam tanta dor. Então, eu entendia seus motivos de se afastar deles. Eu entendia, respeitava e a ajudaria a seguir em frente.

    Mas, por enquanto que não tinha o que fazer, eu a abraçaria e deixaria que ela descansasse com a cabeça em meu ombro, assim como está fazendo nesse exato momento.

    — Entre na próxima esquerda e siga até o fim da rua — avisei ao motorista, em um tom de voz baixo para não acordar Anne, mas alto o suficiente para o homem de cabelos grisalhos ouvir.

    O homem assentiu, e deu a seta para entrar a esquerda.

    — Gatinha? — sussurrei em seu ouvido, e ela se remexeu em meus braços. — Anne, meu amor, nós já chegamos.

    Anne soltou um bocejo, abriu os olhos e piscou algumas vezes.

    — Ah! — ela se remexeu no banco e corrigiu a postura. — Você deve ter ficado desconfortável com meu peso todo em cima de você.

    — Não fiquei — abri um sorriso torto. — Só me surpreendi que, segundos depois que entramos no carro, você adormeceu, já que veio o voo inteiro dormindo — beijei sua testa quando ela encostou a cabeça em meu ombro. — Quando chegarmos, poderá voltar a dormir.

    — Eu não costumo dormir quando viajo. Só que estou tão cansada desses últimos dias que não suportei ficar acordada.

    Peguei sua mão, entrelacei-as e comecei a roçar meus dedos no seu.

    — Quer conversar sobre o que aconteceu? — indaguei baixinho, e ela apertou minha mão.

    — Podemos deixar para mais tarde? Eu não quero pensar sobre isso agora.

    Em resposta, puxei sua mão até meus lábios estarem tocando seu dorso e deixei um beijei em sua pele.

    O carro parou logo em seguida. Nós descemos, e enquanto eu pegava as malas com ajuda do homem grisalho, Anne olhava as coisas a sua volta com atenção.

    Quase tinha esquecido que aquela era a sua primeira vez aqui em Londres.

    — Olha só quem voltou para casa! — olhei para o lado, e vi um velho amigo sorrindo.

    Paguei a corrida, me despedi do homem, fui até meu amigo e o cumprimenteicom um aperto de mão e dois tapinhas nas costas.

    — Deveriam te contratar para vigiar o condomínio, já que você nunca sai daqui — comentei, sorrindo.

    — Foi bom te ver também, cara! — disse ele, e eu gargalhei.

    — É bom estar de volta.

    Abracei Anne pelos ombros quando ela se aproximou de mim e agarrou minha cintura.

    — Gatinha, esse é Charlie Sloane. Ele mora no apartamento abaixo do nosso, e também é meu amigo dos tempos de escola.

𝐌𝐀𝐑𝐑𝐈𝐀𝐆𝐄 ─ 𝐒𝐇𝐈𝐑𝐁𝐄𝐑𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora