𝐕𝐎𝐂𝐄̂𝐒 𝐃𝐎𝐈𝐒
❝𝐏𝐎𝐕'𝐒 𝐀𝐍𝐍𝐄
O quarto estava escuro quando abri acordei. Eu não sabia se era pelo fato de estar noite, ou se era por conta das cortinas grossas que cobriam as janelas. O quarto estava gelado por conta do ar condicionado que nunca ficava desligado quando entrava nesse lugar, mas o edredom que cobria meu corpo ajudava a esquentar um pouco, assim como o homem que estava agarrado ao meu corpo.
Meu namorado estava com o rosto enfiado em meus seios — infelizmente, por cima da camisa que peguei dele, pois estava sem saco para procurar um pijama —, os braços envolviam minha cintura, e as pernas estavam enroscadas nas minhas.
Estávamos tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe um do outro. Quero dizer, nos entendemos muito bem, nos amamos, mas essa gravidez no nosso relacionamento tão recente abalou todas nossas estruturas. Até que estávamos bem, conseguíamos nos manter em pé. E tinha que admitir que, só estávamos daquele jeito por conta da nossa conversa com a psicóloga, e de ouvirmos o coração do nosso bebezinho.
Até mesmo dentro de mim, apenas com o tum-tum-tum rápido do seu coraçãozinho em formação, o bebê conseguiu fazer com que toda nossa atenção fosse somente para ele, nos esquecendo totalmente da ameaça que nos rondava. Por horas, ficamos concentrados com aqueles barulhinhos rápidos que ecoavam por nossas mentes, mostrando que havia, de fato, uma vidinha crescendo dentro de mim.
Nossa vidinha.
Deslizei meus dedos por entre os cabelos cacheados de Gilbert, e senti a maciez de seus fios negros em meus dedos. A mão que estava em seus cabelos desceu até a nuca, onde meus dedos começaram um ir e vir, acariciando seus cachos. Já a outra, subiu por seus ombros largos e fortes, desceu pela linha do meio de suas costas, e quando estava perto da lombar, minha mão foi segurada.
— Ops — murmurei. — Acho que desci demais.
Gilbert ergueu o rosto, e eu pude contemplar suas íris verdes que até parecia que, todas as vezes que ele acordava, ficavam mais claras.
— Malvada!
— Sempre — beijei sua testa carinhosamente, e meu namorado suspirou e voltou a enterrar o rosto em meus seios.
Fiquei apenas acariciando seus cabelos, aproveitando sua presença e o carinho que ele fazia em minhas costas com o polegar, enquanto pensava em como começar a perguntar o que mais queria.
— Você está feliz, Gil? — perguntei baixinho, cautelosamente.
Eu sabia que ele me amava, sabia que Gilbert me desejava, que queria ficar comigo. Eu também o queria, mais do que tudo. Só que eu nunca conseguiria ficar com uma pessoa só por eu estar confortável, só pelo relacionamento estar me agradando, enquanto eu sabia que, do outro lado, não estava tão bem quanto o meu.
— Que tipo de pergunta é essa? É claro que eu estou feliz. Você dúvida o meu amor por você?
— Não, claro que não — disse rapidamente, e ele suspirou do que parecia ser alívio. — Eu sei que nós já conversamos sobre isso, mas eu não quero que fique comigo se for demais. Eu vejo o medo e a preocupação em seus olhos — apoiei a mão em seu rosto e fiz carinho em sua bochecha. — E se o medo do futuro for o preço a ser pago para ficarmos junto, eu não quero. Prefiro você feliz longe de mim, do que triste comigo.
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𝐌𝐀𝐑𝐑𝐈𝐀𝐆𝐄 ─ 𝐒𝐇𝐈𝐑𝐁𝐄𝐑𝐓
FanfictionCom o noivado de Diana, Anne vai receber em sua casa os familiares do noivo de sua irmã em sua mansão. E, dentre eles, Gilbert Blythe; Um homem lindo e sedutor, com seus olhos castanho-esverdeado, que também é o cara que ela conheceu na noite anteri...