20 de junho
2:35S/n
As portas do elevador se abrem, tem uma enorme multidão na frente do hotel, agora eu entendi o porque Josiah não colocou ele nos ombros e o levou pra dentro como uma criança mimada, que é como ele tá agindo. Josiah vem de encontro com Brendon pra me ajudarem a chegar no carro, muito, muito barulho, várias pessoas cantando thriller e outras músicas dele, algumas com cartazes com desenhos, algumas frases que eu não consegui ler pela velocidade na qual andamos. Sinto uma pequena mão tocar minha perna, paro de andar e olho pra garotinha que está com a mão ali, ela está sorrindo e com uma cartinha na outra mão. Me agaixo pra ficar mais ou menos na altura dela.
-Você é a amiga do Michael, não é? - ela dá um sorriso largo que aquece meu coração, afirmo com a cabeça enquanto ela me estende a carta. - pode entregar pra ele por favor? - seus olhinhos ficam marejados assim que pego a carta, ela me abraça forte, tinha tempo que eu não sentia um abraço tão inocente. Assim que ela me solta, me levanto sorrindo feito uma besta.
-Ele vai ler essa cartinha, eu prometo. - dou uma piscadela pra ela que dá uma risada gostosa. Volto a andar rápido em direção do carro, Brendon abre a porta pra mim, entro rápido, um segundo depois que eu coloque o pé pra dentro, a porta é fechada. Meu Deus, bêbado seria apelido pro estado que ele tá agora, o cabelo todo bagunçado, a camisa que ele tava usando tá rasgada, a jaqueta, cadê a jaqueta falando nisso? Michael está com a cabeça colada no banco do motorista. Meu olhar desce até os restos mortais da camisa dele, nunca tinha o visto sem camisa até então.
-Michael, queria que eu te buscasse, eu tô aqui, agora pode por favor colocar a jaqueta e fingir que está sobrio pra eu poder dormir? São duas da manhã e você...
-Você desceu. - ele me enterrompe com uma voz rouca enquanto levanta a cabeça, cristo o cheiro de álcool.
-É, você conseguiu fazer com que o Brendon me acordasse, eu vou te cobrar amanhã por isso. - olho em volta procurando a jaqueta. - cadê sua jaqueta? Ela é bonita demais pra você ter perdido. - volto a olhar pra ele que apenas aponta pra trás com o indicador, eu cheguei lá, o tão poderoso Michael Jackson tá bêbado na minha frente, tão bêbado que mal consegue andar, perfeito. - ah não, não não não, levanta a cabeça, você não vai vomitar aqui. - seguro o rosto dele o levantando, ele finalmente olha no meu rosto, um sorrisinho brota ali. - tira esse sorriso ridículo da cara. - sinto o peso dele vindo em minha direção enquanto ele faz um biquinho. - e absolutamente não vou te beijar nesse estado. - por mais que a camisa rasgada te caia bem. - você vai levantar, colocar essa jaqueta e fingir que tá sóbrio, porque tem um monte de pessoas que te admiram lá fora. - empurro ele pra se sentar, levanto a jaqueta enquanto ele revira os olhos se virando de costas.
-Eu já entendi, fingir de sóbrio e não te beijar. - ele passa os braços pelos braços pela jaqueta, bato duas vezes no vidro enquanto Michael coloca uma máscara cirúrgica descartável. Josiah abre a porta e uma gritaria começa, aposto que eu vou amar dormir com todo esse barulho. Aperto a carta da garotinha enquanto saio do carro, agora a questão, como ele vai entrar no hotel sem ele demonstrar que não está sóbrio?
Michael sai do carro ajeitando a jaqueta, inúmeros flashs tomam conta do meu campo de vista, sinto uma mão tocar a minha, olho pra baixo, o que caralhos ele tá fazendo? Segurar minha não enquanto tem centenas de pessoas e fotógrafos aqui. Ele começa a andar sorrindo até a porta do hotel, apenas o acompanho completamente confusa, andamos normalmente até o elevador. Algumas pessoas sabiam meu nome, esse é a questão, eu nunca falei meu nome pra ninguém fora do trabalho. Josiah foi com Brendon estacionar o carro e tentar chamar atenção do público pro carro enquanto a gente entrava, mas óbvio que não funcionou. Sinto um peso sobre meus ombros. Só pode ser brincadeira.
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Whatever Happens
FanfictionO ano é 1987, Michael Jackson aos seus 28 anos, acaba de entrar com um enorme projeto que até então pouquíssimas pessoas sabiam, em algum canto de Los Angeles, S/n com seus 23 anos, ainda se acostuma com a ideia de morar em um país diferente, difere...