15 de janeiro
14:20S/n
Há dois dias, Frank Dileo me ligou pedindo pra fazermos outra entrevista, disse que eu tinha sido uma das três meninas escolhidas e que esse seria o teste "final", eu nunca vi nenhum tipo de emprego que tem etapas pra ser contratado, pelo menos não no Brasil, mas tudo bem, Frank me pediu pra esperar ele para subirmos juntos, e aqui estou eu, Natasha foi pegar um café pra nós duas enquanto espero Frank pra subir. Duas meninas que aparentam ter a mesma idade que eu, estão sentadas um pouco afastadas, parecem estar nervosas, contaram algo pra elas que esqueceram de me contar? Ambas com terninhos, bem padrão, pelo visto, só eu vim de calça, não sei como as pessoas conseguem se sentir confortáveis com salto alto e roupa apertada, eu me sinto um salame nisso! Natasha aparece com dois copos brancos na mão, bem filme clichê de romance americano e me entrega um copo. Poucos segundos depois, Frank entra no prédio e caminha até o balcão.
-Senhorita Campbell, senhorita Spelman e senhorita s/s, me acompanhem por favor! - ele caminha em direção ao elevador, as duas mulheres vão atrás dele quase que correndo. Elas sabem de alguma coisa que eu não sei?
A porta do elevador se fecha, as meninas continuam cochichando e gargalhando baixo, Frank permanece pleno, a expressão vazia, como se ele nem quisesse estar aqui. Te entendo amigo, eu te entendo. Da última vez que eu estive aqui, o elevador foi até o sétimo andar, mas agora subiu até o último, okay, tanto faz. Todo mundo sai do elevador, tem uma enorme porta no final do corredor. Frank caminha pleníssimo até a porta, para na frente, os dois rapazes que eu vi da última vez, estão parados, mas que diabos tem atrás dessa porta? É a sala dos iluminatti? Um dos rapazes acena com a cabeça pra nós três enquanto Frank entra pela porta
-Psiu, hey, fifiu! - chamo a atenção de um dos rapazes pra mim, vou até ele e faço um gesto pra ele abaixar um pouco, ele abaixa um pouco a cabeça e me encara. - te dou vinte pila se me contar o que tem ai dentro. - falo baixo, o rapaz gargalha e me encara balançando a cabeça
-Vocês vão fazer uma entrevista com o patrão, só isso, é ele quem tá dentro da sala! - ele levanta a cabeça rindo. - não é nada que nenhuma de vocês nunca tenham visto. - aos poucos ele para de rir
-Te dou uma pizza se me contar quem é! - dou duas cutucadas com o cotovelo no seu braço, ele me encara incrédulo
-Tá achando que vai me comprar com uma pizza? - encolho os ombros, acho que eu ofendi ele. - porque se você acha que vai conseguir, você tá certa. - ele fala baixo, encolho os lábios segurando o riso que por pouco não saiu. A porta se abre, Frank ajeita o paletó e olha pra uma das meninas
-Vamos começar, senhorita Campbell, primeiro a senhora! - ele permanece pleno enquanto fala, a moça vai até a porta, entra e a porta se fecha. Menos de 15 segundos, escuto um grito bem abafado, Jesus, o que que tá acontecendo?
Os dois rapazes entram na sala rápido, tomo um pouco do café enquanto escuto alguns barulhos de dentro da sala, poucos minutos depois, um dos rapazes sai da sala acompanhado da moça que entrou a pouco tempo. Frank respira fundo da porta e chama a outra moça, o rapaz volta, me encara e balança a cabeça de um lado a outro
-Quer café? - balanço o copo esticando o braço pra frente, os dois dão risadas baixas e negam com a cabeça, dou de ombros e volto a tomar meu café. Lá dentro tá tudo calmo, nenhum grito, tá demorando mais que a outra menina que entrou.
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Whatever Happens
Fiksi PenggemarO ano é 1987, Michael Jackson aos seus 28 anos, acaba de entrar com um enorme projeto que até então pouquíssimas pessoas sabiam, em algum canto de Los Angeles, S/n com seus 23 anos, ainda se acostuma com a ideia de morar em um país diferente, difere...