7 de fevereiro
14:45S/n
A luz quente do sol batendo no meu rosto me obriga a abrir os olhos, parece que passaram por cima da minha cabeça, sinto um peso sobre minha cintura, abaixo o olhar, estou vestida, eu conheço essa mão. Arregalo os olhos ao perceber de quem era a mão, me levanto com cuidado pra não acordar Michael que dorme como um anjinho, parece que ele não dorme assim a anos. Do lado da cama, tem uma garrafa de vodka pela metade e um copo que tá deitado, bom, tanto eu quanto Michael estamos de roupas, então eu não transei com ele, eu acho. Saio do quarto com muito cuidado pra não acordá-lo, assim que fecho a porta uma cena que me assustou um pouco, esse lugar parece um mundo pós apocalíptico onde Hannah e Leonardo são os únicos sobreviventes. Falando neles, ambos ainda estão capotados no sofá, todas as almofadas que eram pra estar no sofá, estão no chão, tem caixa de papelão por todo canto, meu pai, pedimos mais que um cento de coxinha ontem? Caminho até a segunda gaveta do armário pegando um remédio pra dor de cabeça, por sorte tem mais de uma cartela aqui. Tomo uma pílula com um copo de água, o remédio não faz efeito de imediato como o esperado, mas não tenho problema nenhum em esperar. Meus olhos se focam na cortina, flashbacks bem rápidos passam sobre meus olhos, é como se eu me visse em terceira pessoa enquanto eu me agarro com o Michael. Uma das poucas coisas que eu me lembro da noite passada, é esse beijo, foi calmo, mas ao mesmo tempo preciso, Michael não tinha pressa em terminá-lo, mas sabia exatamente o que ele queria fazer com o meu corpo e em quais sensações queria me causar. Afastei meus pensamentos quando o barulho da água fervendo se tornou mais alto.
Assim que termino de colocar o café dentro da garrafa, o doce levemente adocicado acaricia meu paladar, abri mão de um café doce pra um mais amargo pra conseguir me recuperar da noite passada. Um grunido é ouvido vindo do sofá, Leonardo levanta com o cabelo todo bagunçado, o coitado parece mais abatido que eu, ele caminha derrubando algumas coisas até a cozinha e olha pra mim com os olhos inchados. Me esforcei pra segurar a risada, mesmo sendo quase impossível.
-Não ri! - Leo fala com a voz arrastada. Aponto pro remédio sobre o balcão, assim que ele coloca a pílula na boca, deixo minhas risadas saírem um tanto quanto altas, ele relaxa o rosto e me encara. - para de rir palhaça! Que horas você chegou ontem? E porque me deixou beber desse jeito? - ele se senta apoiando a cabeça nas mãos. Ele não lembra que o Michael tá aqui? Por isso ele não fez escândalo ontem.
-Não muito tarde, e quando eu cheguei você já estava bêbado, então eu deixei você beber, se eu tentasse te fazer parar, você ia me bater. - ele solta uma risada nasal e toma um pouco de café
15:00
Michael finalmente aparece na cozinha com um sorriso enorme, esse menino sonhou com o que? Ele se senta do meu lado, Leo que estava com a cabeça apoiada no balcão, arregala os olhos e olha pro rapaz sentado a minha direita com os olhos arregados.
-Que rolê louco foi esse que você foi e voltou com o Michael Jackson pra casa filha? - Leo permanece com os olhos arregalados, Michael apenas gargalha e balança a cabeça em negação.
-Ah, tava chovendo, tava muito forte, tava boiando em uma lata de lixo e eu fiquei com dó e trouxe pra casa. - falo enquanto levo a caneca até os lábios.
-Vou levar como um elogio. - Michael responde em um tom cômico, Leo não tira os olhos dele, é como se ele estivesse hipnotizado. Um grito agudo atinge o ouvido de todos nos fazendo virar com certa velocidade.
Hannah está de pé com os olhos arregalados, balanço a cabeça negativamente fazendo um sinal de silêncio pra evitar um grito. Hannah sempre me falou que gostava muito das músicas do Michael mas os pais dela nunca deixaram ela ir a um show dele, eu entendo ela estar assim, mas a minha cabeça está doendo tanto e o grito dela é agudo e rasga o tímpano de qualquer um.
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Whatever Happens
FanfictionO ano é 1987, Michael Jackson aos seus 28 anos, acaba de entrar com um enorme projeto que até então pouquíssimas pessoas sabiam, em algum canto de Los Angeles, S/n com seus 23 anos, ainda se acostuma com a ideia de morar em um país diferente, difere...