Emília

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Acordei e vi tudo entrar em foco, eu estava em movimento , vi as árvores sem folhas

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Acordei e vi tudo entrar em foco, eu estava em movimento , vi as árvores sem folhas.

Ainda estava na terra desconhecida...

A neve parou de cair, mas ainda estava acumulada sobre a terra, eu estava sobre o cavalo negro e era dia , o sol estava no ápice , mas escondida em meio algumas poucas nuvens.

Percebi um braço me segurando e um manto estava sobre meus ombros. O manto dele...

- Mas o que...

Bati a cabeça no seu queixo, ele grunhiu.

- Dá pra ficar quieta?

Olhei para cima e vi o homem.
Oh ceus! Tinha sangue na bochecha esquerda , fiquei tentada a limpa-lo antes que vomitasse então encarei a floresta e engoli em seco.

O lobo estava um pouco mais a frente como se estivesse vigiando o caminho para saber se era seguro passar. Na verdade acho que era isso mesmo.
Se ele se preocupava tanto com a segurança e preferia a floresta do que a estrada , com certeza não era uma boa pessoa de acordo com a lei.

- Quem é você?

Ele respirou fundo , procurei afastar minhas costas de seu peito .

- Não interessa.

Como é que é?

- Você me salvou! Eu...obrigada.

Senti sua respiração ficar normal.

- Você me fez matar três homens ontem.

Abri e fechei a boca, não sabia o que dizer.

- Eles...eles...oh ceus eu realmente os matei! Eu matei alguém!
- Na verdade fui eu , você só ajudou.
- Uma cúmplice! Pior ainda ! Me desce.

Ele me apertou para ficar quieta, o lobo se virou para mim.

- Não tô bem .
- Não importa , já notou o quanto a floresta é perigosa? Principalmente para uma mulher?
- Eu sei que sim mas...eu matei alguém.

Ele ergueu sua espada , vi que estava com sangue seco, ele apontou para mim a espada, era comprida e fina, o cabo prateado tinha três pedras pretas ovais, a do centro era maior. Era bonita.

- Essa espada matou eles, você só estava no lugar errado na hora errada .

Ele estava me ajudando. De novo.

- Obrigada por fazer me sentir melhor , mas...não sentiu nada?

Olhei para trás e vi seu rosto ficar confuso.

- Matar eles.

Disse para caso ele não ter entendido.

Ele me encarou , senti um calafrio ao olhar seu olho azul como a cor do céu , foi quando notei. Ele era cego de um olho.

- Não senti nada e, é normal você falar tanto ou está em choque?

Me virei para floresta já arrependida de ter perguntado, definitivamente era um assassino. Como eu ia sair dessa sem ser machucada? Duas vezes tentei fugir dele com delicadeza mas nas duas ele me fez ficar.

- Só queria saber, nunca matei ninguém.

Ele suspirou e alcançou a bolsa ao seu lado esquerdo e me entregou , lá havia biscoitos e maçãs.

- Coma logo, você dormiu por um dia inteiro e estamos há quatro dias da cidade.

Quatro dias? Teria que aguentar isso por quatro dias?

- Ok.

Concordei , não achava que estava em condições de discutir , ele tinha segurança e comida, poderia lidar com isso até chegar a cidade e dar um jeito nisso tudo. Alcancei o colar em meu pescoço e ele estava frio, mas o apertei até ficar quente, imediatamente me senti melhor, podia sentir minha avó através do colar como uma lembrança de tempos em que eu podia sorrir e confiar em alguém,  eu não era mais aquela menina , não acreditava em amor ou lealdade , para mim ambos não existiam .

O amor sempre acaba e a lealdade sempre é quebrada.
Seria aqui diferente? Esperava que sim. Apesar de tudo,  eu tinha uma dose de esperança,  apesar de ser pequena .

Terra de sangue e fúria Onde histórias criam vida. Descubra agora