Emília

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- Mas já? Isso é sério?

Dante bufou uma risada.

- Pois é, o castelo está uma loucura com os preparativos. Meus compromissos estão comprometidos.

Aquele desgraçado está fazendo Rael e Dante ficarem sem dormir há dias, dava para perceber por causa de suas expressões cansadas e a mim ferrando meus compromissos de aprender mais sobre ele e meus poderes...tinha que começar a aprender mais sobre mim e sobre meu inimigo.

Encarei Dante.
Seus olhos castanhos brilharam com malícia.

- Prefiro não saber seus compromissos.

Disse apressadamente.
Ele sorriu de lado cruzando os braços.

- Que mente maliciosa heim.

Rael revirou os olhos.

- Pelo visto você está melhor. Dante saia e vamos dormir .

Ergui a sobrancelha.

- Acabei de acordar e vai me mandar dormir novamente?

Dante riu ao se levantar da cama.

- Se bem que ela tem razão irmão. Porque não mostramos o castelo?

Rael ergueu a sobrancelha para ele.

- Pelo visto os encantos da garota já o afetaram irmão.

Me levantei, não percebi que estava de camisola.
Ambos me olharam surpresos.

Ruborizei meio que envergonhada.

Havia algo que escondi por muito tempo de todos, o acidente me deixou marcas , várias cicatrizes...lembrava até hoje dos vidros cortando meu corpo , a única parte do meu corpo que estava intacto era meu rosto. Já o resto...várias cicatrizes do colo para baixo, principalmente em minha barriga onde um pedaço de vidro me perfurou , uma linha grossa e funda se formou. Minhas costas eram cicatrizes não profundas, linhas esbranquiçadas assim como o peito e pernas. Havia apenas uma cicatriz de 10 cm em meu braço esquerdo que estava quase imperceptível.

- O quê ? Nunca viram um corpo na vida?

Andei até a porta sem me preocupar com os olhares, eu estava de camisola e não nua . As cicatrizes não eram nada que eu deveria esconder , muito pelo contrário, era uma prova de que sobrevivi. Não deveria ter vergonha disso .

Não sei como os meninos ou até mesmo o próprio Alec não falaram nada, talvez por respeito a mim.

Ambos me acompanharam para fora do quarto. Dei de cara para um corredor com paredes cor de gelo e luminárias nas paredes.

Peguei meu cabelo e o amarrei no topo da cabeça, ambos ficaram de cada lado . Senti sobre meus pés o piso frio do porcelanato.

O corredor a cada dois metros tinha um guarda usando armaduras , alguns me encaravam estupefatos . Claro...

- Porquê tantos guardas nesse andar?

Perguntei e Rael respondeu.
Sua postura era ereta com as mãos juntas atrás das costas , Dante era completamente diferente do irmão , ele era tranquilo e despojado. Como dois irmãos tão parecidos podiam ser tão diferentes?

- Segurança.

Disse ele.
No mesmo andar dobrando o corredor vi uma porta dupla prateada com o brasão de Helberth , um leão de lado rugindo com duas espadas se chocando.

Rael briu a porta e ao ver o que era sufoquei um grito. Uma biblioteca ! Uma biblioteca enorme! De três andares!

- É enorme! Adorei!

Terra de sangue e fúria Onde histórias criam vida. Descubra agora