Terra de sangue e fúria

Emília

Não abri o livro e o segurei como se minha vida dependesse disso e saímos daquela sala empoeirada.
O guarda sorriu para nós e ergui o livro para que ele visse e caso Rael perguntasse ele seria testemunha .

- Peguei.

Ele sorriu novamente se curvando.

Eu e Ruby voltamos para o quarto , lá coloquei o livro embaixo do colchão da cama, não sei por que escondi, mas minha intuição estava gritando para esconde-lo.
Ruby não falou nada e agradeci por isso.

- Nem uma palavra .

Ela sorriu.

- Sobre o que? Nós duas passamos a noite no quarto e passeamos um pouco no meio da noite, não pegamos nada de ninguém!

Sorri . Ela é a comparsa ideal para mim.
Ela foi embora logo depois mas ficou no mesmo andar que eu , ela ficaria a partir de agora no quarto perto do meu para caso eu precisasse e ela me vigiar. Ruby nem escondeu esse detalhe de mim.

Estava na cama prestes a abrir o livro quando ouvi as batidas na porta , me levantei e escondi o livro no mesmo lugar, as batidas continuavam me fazendo ficar irritada . Abri a porta e dei de cara com Rael, ele estava apenas de calças, suado e bêbado.
Ou era aquela bebida que Ruby me falou...

- O que tá fazendo aqui?

Ele sorriu.
Ele nunca sorri!

- Está bonita .

Olhei para mim mesma.
A camisola que eu usava era dourada e parava bem na minha coxa , não era algo nada majestoso.

- Obrigada, cadê o Dante?

Ele bufou.

- Na cama de uma loira bonita .
- E cadê a sua?

Ele riu.

- Perda de tempo, ela tentou me dar uma bebida que...é difícil explicar mas o tiro saiu pela culatra. Não senti nada além de querer fugir.
- Aham...

Lembrava bem da garota em cima dele.

- Vou dormir aqui.

Ele passou por mim e se jogou na minha cama.
Fui até ele.

- Não! Não pode! Vai logo pro seu quarto!

Ele riu.

- Falta poucos dias para o casamento.
- E até lá prefiro permanecer intocada.

Ele gemeu .

- Qual a diferença?
- Você tá bêbado e prefiro que não esteja bêbado.

Ele bufou e se levantou cambaleando.

- Como pode ser tão chata? Zayn vai gostar desse seu lado.

Franzi o cenho.
Porquê ele falou o nome de Zayn com tanta naturalidade?

- Aham...quer que eu te leve pro quarto? Você não está em condições de ir sozinho.

Ele se jogou em cima de mim cambaleando.
Caramba ele era pesado !

- Ok , vamos!

Saí do quarto e o levei até seu quarto no quarto andar , as escadas foram um desafio pois ao subir uma ele descia duas .

Até que finalmente chegamos ao topo , fiz um dos guardas me ajudar , um outro ajudou também mas Rael não colaborou muito.

- Não preciso de ajuda!

Rosnou ele.
Os homens olharam para mim sem saber o que fazer.

- Levem ele!

Eles o fizeram.