Zayn

9 2 0
                                    

Kai já formava uma fogueira e se atrapalhou com as pedras para criar faíscas e então o fogo para nos aquecer. Dante já impaciente foi para o lago que não ficava longe dali.
Fui até kai e no segundo movimento consegui acender a fogueira.

- Porquê deixou que eu machucasse as mãos?
- Porque você parecia decisivo em fazer a fogueira.

Ele revirou os olhos.

- Esqueci que você viveu sozinho perambulando pelos reinos.

Disse ele em um tom irônico,  não foi por maldade eu sabia . Eu fui inconsequente após a morte de Mary,  deixei que pessoas de confiança cuidassem de questões frívolas do reino, já questões maiores eu teria que voltar.

Sabia que era irresponsabilidade , hoje eu sei...mas a morte de Mary me destruiu , me afastei de tudo e de todos,até do meu próprio filho.

- Está viajando.

Me virei e dei de cara com Ruby carregando galhos e despejando na fogueira de Kai.

- Desculpe, quer ajuda?
- Sei fazer não se preocupe.

Me ajoelhei e a ajudei mesmo assim. Tinha que restaurar laços que perdi. Principalmente com a minha irmã.
Ela sorriu e beijou a parte do meu rosto cicatrizado.

Quando terminei fui até o lago atrás de Emília e Mathias, Dante já havia voltado e se aquecia perto da fogueira.

A floresta era calma e o vento fazendo as folhas se soltarem de seus galhos dava uma sensação de paz , estava ficando frio e me preocupei que ambos ficassem doentes, havia percebido recentemente o quão Emília estava ficando fraca e não sabia o motivo.

Quando vi ambos na beira do lago. Parei.

Ela estava agachada com Mathias,  havia um pássaro verde de peito branco que aparentemente a asa estava quebrada.  Vi um brilho dourado envolver suas mãos ondulando com as mãos de Mathias que seguravam o pássaro.

Vi o pássaro ficar quieto por um momento e então começou a bater as asas. O brilho se desfez fazendo ambos sorrirem quando o pássaro voou para o céu cantando.

Emília levou seu dedo para os lábios fazendo sinal de silêncio. Ele repetiu o gesto e sorriu.
Me aproximei saindo das sombras das árvores.

Emília foi quem me viu primeiro e se sentou na grama perto do lago com as pernas esticadas.

- Estão bem?
- Estávamos brincando.

Disse Mathias olhando para os lados.

- Tudo bem então. Vem cá.

O carreguei no colo e sentei ao lado de Emília que sorriu olhando para a água. O lago era do jeito que eu lembrava , as águas de um azul turquesa brilhante e translúcido,  dava para ver o fundo dela, suas pedras e a areia branca. O lago era pequeno e ainda assim nunca vi nada tão lindo.

- Eu vi.

Ela sorriu largamente.

- Desculpa eu não consegui deixar aquele pássaro com a asa quebrada.

Peguei sua mão e levei para o lábios.

- Não se preocupe, vou estar sempre aqui.

Ela me olhou e pareceu que seus olhos verdes ganharam um tom de safira.

- Te amo.

Ela levou nossas mãos entrelaçadas aos lábios.
Acariciei nossas mãos.

Ouvi um grito vindo de onde eu vim, nos levantamos em abrupto. Mathias se agarrou em meu pescoço.

Terra de sangue e fúria Onde histórias criam vida. Descubra agora