Emília

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Ao entrar no quarto finalmente consegui pegar o livro

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Ao entrar no quarto finalmente consegui pegar o livro.
Ao abrir vi ilustrações, eram as fadas se sacrificando para criar a terra antes cheia de vida, árvores, flores...

- Mas o que...

O livro continha apenas ilustrações, mas já mostravam a verdade. Helberth não foi criada e sim amaldiçoada.

- Não acredito.

Vi um círculo por cima da cidade, várias fadas dando as mãos e criando um tipo de bola de fogo e então...queimaram tudo. Não ouve flora na terra, as pessoas continuavam morando em Helberth já que o fogo não as machucaram, mas os alimentos passaram a ser de outras terras e levadas até Helberth em segurança, não havia mais frutos ou outras árvores além das que têm agora.
Com o tempo a história real havia sido esquecida e as pessoas passaram a viver suas vidas normalmente já que não havia outro remédio.

Ao folhear mais uma página vi algo, era a fada que me deu para a minha linhagem de feiticeiras da luz. Seu nome era conhecido por todos como Helena.

Ela chorava por suas irmãs nas terras queimadas e devastadas pelo fogo, como castigo para os futuros reis e rainhas de Helberth...um poder tão escuro como a noite sem estrelas e a lua foi lançado sobre a linhagem deles, era pura escuridão e morte dada apenas aos primogênitos da realeza. Rael tinha esse poder .

Aquele livro não era do Reino, eram das próprias fadas. Será que deram para que os descendentes soubessem a verdade?

Mas havia um porém.
Porquê amaldiçoar esse reino?
Porquê amaldiçoar a linhagem de Reis ?
Ao virar a página vi que as últimas páginas foram arrancadas.

- Droga.

A resposta que eu queria devia estar nas últimas páginas. Ao que parece eu estava em um círculo de mentiras, poderia confronta-los é claro, mas algo me dizia que eu teria que esperar.

Fechei o livro e pensei, o livro não deveria ter sido visto por mim, Rael me diria ou Dante ou...ok eles mentiram, omitiram para mim.

- O que vou fazer com você?

O livro me encarava como se dissesse .
"Leia-me."

- Já te li , agora querido vamos te esconder.

Olhei em volta , mas não tinha um lugar melhor que a colcha da cama mesmo. Ao coloca-lo senti um puxão.

Me virei abruptamente para trás como se alguém estivesse atrás de mim, mas não havia ninguém, apenas eu. Era um arrepio que vinha direto da minha espinha.

- Credo.

Estremeci e resolvi me deitar um pouco, merecia após um longo dia. Dormi feito um bebê.

...

Ruby arrumava meu cabelo naquela manhã. Fazia dias desde que li aquele livro , procurei por cada livro daquela enorme biblioteca ,mas se eu encontrava era com uma história completamente diferente da qual eu li, ou uma coisa ou outra diferente. Mas todas tinham uma coisa em comum...
T

odas afirmavam que as fadas criaram aquele lugar e não destruíram como eu havia lido.

Ruby pediu minha opinião sobre o cabelo e pedi para deixar solto com cachos grossos , a maquiagem era suave apesar de Rael ter mandado um vestido preto de seda...não se parecia nada comigo , não era eu. Então descartei.

- Vamos pegar outro vestido, e um manto pois está bastante frio.

Ela escolheu um vestido branco cor de gelo com decote V e as mangas longas , na cintura tinha um cinto prateado com várias pedras oval da cor azul céu em volta. O vestido era longo e não era pesado, estava na medida certa e o corpete não me sufocava e sim acentuava minha cintura fina.

Ruby pegou o manto branco e colocou sobre mim o prendendo com um botão de ouro, logo fiquei aquecida e sorri em agradecimento.

- Não tá com cara de quem vai encontrar com um assassino .

Disse ela com uma risada.
Se ela soubesse...

- Ele é um homem, pode ser derrotado,ele tem fraquezas assim como todo mundo.

Ela assentiu.

- Concordo. Homens são...
- Imprevisíveis.

Completei com um sorriso e ela riu.

- Pois é.

A porta se abriu revelando Dante.
Ele estava de terno branco com um casaco azul cobalto de veludo.
Ele deu uma volta com as mãos erguidas. Sua coroa prateada simples e lisa com três pedras redondas da cor preta estava sobre sua cabeça um pouco inclinada para o lado.

- Bonito o bastante para pegar qualquer mulher ?

Fechei a cara.

- Não mais.

Ele sorriu e me olhou de cima abaixo .

- Tá bonita.
- Eu sempre tô, hoje só estou apenas mais...elegante .

Ele sorriu .
Me levantei e vi Rael entrar com Tris ao seu lado, não conseguia vê-lo como um homem normal querendo proteger o povo, só consigo ver...ganância e poder, já Dante era provável que não soubesse da verdadeira história de Helberth e muito menos sobre o poder do irmão. Seria Rael capaz de esconder a história do próprio povo por medo?

Rael estava totalmente de preto como na primeira vez que o vi e não usava coroa. Ele veio até mim com uma caixa de veludo preta, ele se aproximou ficando apenas centímetros de mim e abriu a caixa. Era um colar, um colar prateado com uma pedra retangular de esmeralda.

- Combina com seus olhos.

Ele ficou atrás de mim e tirou meu colar. O colar da minha avó...Rael o entregou para Ruby que não pareceu ter gostado muito da atitude e sinceramente nem eu . Mas era só um dia afinal.

Já pronta Rael me ofereceu o braço. Fomos primeiro e Dante atrás de nós, Tris teria que se manter afastada já que não pertencia da família real. Tris estava tão linda em seu vestido vermelho que despertava atenção de todos os homens e mulheres, ela era da realeza mesmo não tendo o sangue real. Na verdade ela parecia tão da realeza quanto eu.

Na entrada do castelo haviam vários guardas em fileira com suas mãos nos cabos de suas espadas. Descemos os degraus da frente do castelo em cima de um tapete vermelho e paramos quando descemos o último degrau.
Tris ficou afastada perto da entrada olhando ao redor para a segurança de nós todos.

Haviam três grupos de reinos com suas cores erguidas em bandeiras.
Azul Muuren.
Dourado Campsbell e vermelho...Gondrov , era na carruagem vermelha em que ele estava com nenhum guarda...ele não era como os outros usando seus homens do seu reino como escudo os protegendo. Ele mesmo se protegia.

Procurei me posicionar melhor. Há dias estou tendo uma ansiedade fora do normal e ando tendo sonhos em que eu não lembrava de nada e certos arrepios que nunca havia sentido. Bom, ao menos não me descontrolei fugindo para a floresta novamente .

Aa trombetas de Helberth soaram dando as boas vindas.

O rei de Mureen e sua mulher saíram da carruagem e vieram até nós, o homem era gentil e sorridente ao lado da esposa , tinha um cabelo longo ondulado escuro, sua pele era cor de bronze e seus olhos tão azuis quanto o céu. Ele trajava um terno azul escuro com um manto branco gelo e sua mulher devia ter a minha idade, era bela com seus cabelos loiros quase branco , seu sorriso largo, as bochechas ruborizadas e seus olhos verdes esmeralda . Vi sua barriga tendo um volume contra o vento de seu vestido branco um tanto largo na cintura.

Terra de sangue e fúria Onde histórias criam vida. Descubra agora