capitulo 15

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///Olá estrelinhas, esse capítulo é bem explicativo. No próximo as coisas irão mudar e teremos interação sariette. Muito obrigada a todos vocês que estão lendo e gostando dessa história, amo ver os comentários de vocês.


Lourival dispensou a conversa por hora, saiu com Juliette me deixando sozinha no andar, com pensamentos confusos. Deixei a empresa minutos depois, dirigindo rápido pelas ruas movimentadas, meu coração não me permitia me acalmar nem por um segundo e minha mente menos ainda. Minha mãe foi minha melhor opção para o momento.

   A porta abre antes mesmo que eu saia do quarto, me passa pela cabeça que Rodolffo pode estar aqui, já que a casa também é dele. Sigo rumo a sala, em silêncio, com a sensação de que se abrir a boca, nenhuma palavra sairá ou sairá miseravelmente falha.

  - Sarah o que foi aquilo? Eu não consegui entender nada. - Minha mãe pergunta se sentando ao meu lado no sofá.

   - Eu cometi um erro tão grande, logo eu... - Tento e as lágrimas vem.

   Jogo-me em seus braços. Nunca me senti dessa forma, tão mal a ponto de ver vergonha.

   - Eu fico alguns dias fora e você se perde? Começa do começo. Quem é ela? Eu me lembro do rosto. - Diz passando os dedos em meus cabelos.

   - É Juliette, filha de Fátima. - Digo com um sorriso escapando ao me lembrar de quando a vi pela primeira vez.

   - Claro! Já havia visto ela. Maria me fala muito dela.

  - Ela é linda, não é? E sua voz alterna, ora baixa, ora alta. E é muito organizada! Se a senhora ver o almoxarifado, não vai querer que Camila passe mais por perto dele! E ela é tão curiosa, é a minha estrelinha. Ela é uma excelente pintora também, mãe! Em sua casa tem uma sala cheia de telas que pintou, tem uma minha... E nós fomos ao planetário ver a chuva de meteoros, foi um dos melhores dias da minha vida.

      - Você... Não pode ser, Sarah! - Minha mãe toca meu rosto. - Juliette é uma criança! Você não está confundindo o seu encantamento com algo mais? - Pergunta séria, fico frustrada, esperava que entendesse ao menos 5%.

   - Não é só um encantamento e ela não é uma criança. - Fecho meus olhos.   - Não é nem próximo do que eu sinto por Rodolffo ou o que senti por qualquer pessoa nessa vida. É grande e me assusta... Agora mais ainda, como vou chegar nela? - Meu medo fica estampado nessa última questão.

    - Como você vai chegar em seu marido, Sarah? Vocês eram ótimos juntos, eu não entendo e uma mulher, menina... Não entendo. - Ela se levanta e me olha. - Se você fosse uma adolescente ainda, cheia de dúvidas como era antes, eu não te repreenderia, mas hoje, sendo a adulta que se tornou, sensata e correta, como pôde se deixar levar?

   - Mãe você não está entendendo! Não é me deixar levar... - Sento-me olhando para o aquário. - Eu estava ciente o tempo inteiro, tentei não pensar, fiz perguntas as quais já sabia as respostas, fugi de Rodolffo todos os dias porque sabia, desde o início que ela havia entrado em meu mundo sem pedir licença e não sairia. - Seco as lágrimas.  - Devo me sentir culpada por me apaixonar?

   - Quando você é casada sim, sim, você deve. E repito, Juliette é muito nova! Você vai passar a vida inteira satisfazendo as curiosidades dela? E as suas vontades? Anseios? Onde ficam? Logo você que sempre quis tanto!

   - Eu sempre quis muito de fato, mãe. E você acha que Juliette é pouco? Ela transborda! Minhas vontades, meus anseios, desejos, como quiser nomear. Desejo ter ela por perto, ver aquele sorriso sempre. Eu quero amá-la mãe, de jeito mais puro que essa palavra pode aparecer em sua mente. - Confesso, em meio as lágrimas, em meio a dorzinha que está corroendo meu peito.

     - Você pode se arrepender por uma vida inteira. - Diz por fim, se dirigindo a cozinha.

   - Não sei como será agora... - Susurro, velhos hábitos nunca mudam, quando minha mãe está nervosa ela toma café.

   - Mas você nunca ficou sentada esperando as coisas se resolverem, não é? - Me diz depois de alguns minutos.

   - Não. Mas antes... Rodolffo. - Suspiro aceitando a xícara de café.

   A conversa com ela não foi das melhores, mas ajudou. Uma conversa ainda mais difícil me espera, contudo as explicações já foram realmente dadas.

   Rodolffo não vai aceitar, mas tenho certeza que entenderá. Não é justo com ele, mas fugir nunca é uma opção.

   Deixo minha mãe na cozinha e ligo para Rodolffo. Uma, duas, três vezes e finalmente ele atendeu. Está em uma praça. Aviso a minha mãe e saio.

   Meu coração está acelerado, nós tivemos uma história bonita.

    O avisto de longe.

   - Eu deveria saber o que dizer, não é? - Diz, olhando para frente, sento ao seu lado.

   - Nem eu sei o que fazer, Rodolffo.

   - Mas você levou tanto tempo para saber o que fazer na vida. - O sorriso de canto sai sem graça. - Não quero te olhar, sabe? Não quero encarar que depois eu não vou voltar para nossa casa e deitar na nossa cama... Não quero encarar que te perdi.

   - Eu sinto muito... - As palavras saem sem permissão. - Eu não sei o que devo fazer, te pedir desculpas, dar uma explicação, me ajuda Rodolffo, como amigos que fomos, estou perdida. - Lágrimas desceram novamente.

   - Você não acha que é pretensão demais esperar que eu te ajude? Logo eu? Não é um pouco egoísta, Sarah? Você já explicou, já pediu desculpas e agora... Bem, agora, você é quem tem que me dizer. É isso mesmo? - Ele finalmente me olha, com lágrimas nós olhos e as mãos alcançando as minhas. - Você está apaixonada por Juliette e disposta a assusmirt os riscos?

   - Sim. Eu não consegui frear, eu...

   - Você não quis frear, Sarah. É triste, mas, é uma escolha sua. - Passa o polegar sobre a palma da minha mão. - Eu não posso te ajudar hoje, ou amanhã, enquanto não souber lidar com isso, você entende?

   Aproximo o abraçando. Uma despedida silenciosa? Talvez. Para sempre? Não. Seus dedos fazem carinho em minha cabeça. Não tem palavras flutuando, nesse momento não há mais nada além do silêncio.

   - Fátima sabe? - Pergunta sem me soltar, com a cabeça apoiada em meu ombro.

   - Não. Lourival sabe.

    - Juliette sabe? - Pergunta me olhando.

  - Não...

   - Posso ir lá? Pegar as coisas? Conversar com abadia? - Pergunta levantando, assinto e ele sai.

   Nunca gostei de finais, ainda não gosto, na verdade. E agora estou colocando o ponto final, inciando uma página nova, como as pessoas costumam dizer, com a primeira letra maior, em itálico e uma fonte linda escrita "Juliette"

You captivated me-versão sariette (Finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora