Capítulo 12

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Naruto se balançava levemente no brinquedo longe dos outros. Sua expressão era caída e mesmo de longe ainda podia escutar às pessoas o chamando de monstro. Não entendia o porque de todos aqueles comentários maldosos voltados para si. Sempre tentou se aproximar, compartilhava seus lanches super saborosos que seu papai Iruka fazia e tentava sempre ser engraçado com os colegas... e apenas o que recebia eram xingamentos de "monstro de nove caudas", "raposa feiosa" e o pior "Kurama" que descobriu ser um monstro da mitologia japonesa que era externamente maligno.

Suspirou, girando às cordas mais uma vez e enquanto o balanço voltava a seu prumo natural, viu uma figura que não queria ver naquele dia. Era só o que faltava! Mais um para encher o seu saco.

_ E aí, perdedor. - a voz fina soou olhando firme para si - duvido que você faça mais embaixadinhas que eu. - jogou a bola no garoto que nem fez questão de desviar.

_ Nah... não estou afim hoje, Sasuke. - voltou a se girar no balanço, ignorando o rival a sua frente.

Sasuke suspirou levemente incomodado, como assim não estava afim de aceitar seu desafio? E como assim ele lhe chamou pelo nome e não por um xingamento?

_ Hm. - ficou olhando sério para o loirinho à sua frente. Mesmo sendo seu rival, estava com pena do loiro. Sua postura era derrotada diante a tudo e a todos e não soube porque, mas aquilo apertou o seu peito de um jeito estranho. - você... hm... precisa de alguma coisa? Meu irmão diz que conversar ajuda quando se está triste. - deu de ombros, sentando na grama verde.

_ O que você está fazendo, teme?

_ Esperando você falar, ué. - suspirou, era muito lerdo mesmo esse dobe.

E então Naruto falou. Simplesmente falou tudo o que estava o afligindo, o porque não contava para os seus pais e todos os comentários maldosos. Sasuke o esperou terminar, apenas assentindo enquanto ouvia. E quando o loiro terminou, suspirou profundamente arregaçando as mangas e se pôs a andar. Naruto se sentiu o maior idiota do mundo por ter contado todos os seus problemas para ele e ele simplesmente tê-lo ignorado. Quando o moreno mesmo de costas olhou por cima do ombro, Naruto estremeceu em ouvir mais nomes maldosos.

_ Vai ficar parado aí ou vai me ajudar, Dobe? - continuou sem virar.

_ Ajudar no que?

_ A bater nesses idiotas que falam essas coisas idiotas. Ou está com medo, gatinho medroso?*

Naruto arregalou seus grandes olhos azuis e não conseguiu esconder a surpresa. Em seguida jogou toda a melancolia para o lado e saiu decidido do balanço.

_ Você sempre se achando melhor que todo mundo, não é, Sasuke Teme?

_ Que todo mundo não... só que você. Admita, eu sou melhor e mais forte que você. - sorriu antes de gritar para os quatro garotos de sua idade que jogavam basquete a sua frente. - A menos que você me prove ao contrário.*

E naquele dia, Sasuke e Naruto em seu auge dos 8 anos e com seus poucos músculos, apanharam até não poderem mais pela grande desvantagem de número que estavam.

(...)

Kakashi, Iruka e Mikoto - Fugaku não pode comparecer por conta do trabalho - estava sentados junto às duas crianças escutando calmamente o discurso da diretora para seus meninos.

Naruto e Sasuke, particularmente estavam muito mais entretidos em ficar se provocando por baixo da mesa, do que prestar atenção no discurso chato dela. No final das contas, foram obrigados a contar o porque bateram - mais apanharam - nos outros meninos. Iruka ficou extremamente emotivo ao saber o que falavam das marquinhas de nascença no rosto do seu filho. Ele particularmente achava a coisa mais linda que existia. Aquilo o abalou de tal maneira que não se importou em cortar o discurso moralista da diretora.

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