Eu posso ser essa pessoa para você [johnlock]

Capítulo 7

Stephen e Michael estavam sentados na cama, Sherlock na cadeira de frente para eles e John em pé ao seu lado.

- Vi vocês mais cedo na Scotland Yard, estão trabalhando com o inspetor Gary Lestrade? - Michael perguntou.

Sherlock torceu os lábios para conter um riso, em seguida fechou o cenho - Sou eu quem vai fazer as perguntas aqui - Ordenou - Sr Backer, já sabemos seu nome e onde trabalha. Sabemos que foi paciente de Covolan e que estava fotografando a casa dele. Sabemos que está saindo de Londres em breve e indo para Manchester e também sabemos que tem ligação com esse outro indivíduo aqui - disse apontando para Michael - que, não coincidentemente, está sendo investigado pela polícia por fazer ameaças online ao mesmo psiquiatra, então vamos pular essa parte toda e ir direto para o que realmente interessa: o que raios vocês estão tramando?

Stephen baixou a cabeça e nada respondeu.

- Acha que se estivéssemos tramando algo estaríamos aqui sentados com vocês agora? Teríamos descido as escadas e voltado para a rua assim que os ouvimos - Michael disse.

- De fato, Sr Davis, e agradeço muito que tenham ficado. Pouparam-me de muito estresse em uma perseguição desgastante.

- Ainda mais para quem está de estômago vazio desde cedo - John completou - Mas vocês devem concordar que temos motivos para perguntar, certo? Como explicam a ameaça, as espreitas a casa de Covolan e os planos para deixar a cidade?

- Se está sugerindo que enviamos aqueles presentinhos ao velho charlatão da Mayfield Rd, lamentamos dizer que não - Michael respondeu.

- Está dizendo que lamenta não ter ocultado um corpo e cortar pedaços dele? - O médico provocou.

- Não, estou dizendo que lamento não sermos nós a estar fazendo esse verme inútil se borrar todo.

- Suponho que sua motivação não tenha a ver apenas com as declarações polêmicas desse homem... - Sherlock tamborilou os dedos sobre os joelhos e deu a deixa para John.

- Quando Lestrade perguntou o que quis dizer com seu comentário online, você garantiu que não significava nada, mas isso não é verdade. Você sabe de algo que ele fez. Algo que acha que merece ser punido. O que é?

Michael ficou em silêncio e então olhou para Stephen ao seu lado que, desde o começo da conversa, não havia mais levantado o rosto.

- Ele o machucou! - Finalmente respondeu e, quando o fez, Stephen  tocou com uma das mãos no joelho dele, como se pedisse que parasse de falar, mas isso provocou o efeito contrário e Michael explodiu em fúria.

- Chega de esconder isso Steve! Você precisa contar a alguém! Ele pode estar fazendo isso com mais pessoas agora mesmo!

Stephen se afastou dele e se encolheu em uma postura defensiva no canto da cama.

- Me desculpe, eu não quis gritar com você... Michael balbuciou se aproximando do outro.

- Ele está bem, dê um pouco de espaço a ele - John interrompeu com a voz calma.

E então, de uma distância confortável, começou a falar com o rapaz abatido:

- Está tudo bem Stephen. Se você não quiser que essa informação saia daqui, ela não sairá, mas por favor, conte-nos o que aconteceu. O que você sabe?

Um silêncio pesado caiu sobre o quarto e Sherlock até tomou ar para dizer algo, mas John o conteve colocando a mão em seu ombro.

- Eu era menor de idade e meus pais me mandavam para ele - Stephen começou sem levantar o rosto - Não vejo minha família há dois anos e não pretendo voltar a vê-los. Mas quanto a ele, eu não sei.. Eu apenas sinto que, enquanto eu tenho consciência sobre ele, sei o que ele está fazendo, sei onde mora, conheço seus hábitos, tudo isso enquanto ele não me vê, é como se, pela primeira vez, eu estivesse em vantagem. É como se eu estivesse no controle dessa vez e pudesse fazer qualquer coisa, a qualquer momento. Mas eu nunca fiz nada a não ser vigiar seus passos - Ele silenciou por alguns instantes, balançando a cabeça em negação - Eu sou totalmente patético! - Finalizou frustrado.