Capítulo 15

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Bora saber o que tinha no tal freezer e umas coisitas mais. Acalmem os nervos e vem pro novo capítulo! 


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Windsor - 18h28


- É ela? - John perguntou sem desviar os olhos de dentro do freezer.

- Sem dúvidas é ela - Sherlock respondeu.

- Um dedo da mão direita, a orelha esquerda e o pé direito estão faltando.

- E, com certeza, se abrirmos a boca, veremos que também falta a língua.

Angela Smith, a garota sorridente das fotos que Sherlock observava há pouco, jazia ali, enfiada de mal jeito dentro do freezer, com os olhos abertos e sem brilho, os cabelos desgrenhados e a pele pálida coberta de gelo.

- Ok, então agora você quer informar ao Lestrade? - John perguntou estupefato.

- E para quê? Para ele enviar uma dúzia daqueles policiais inúteis para essa casa e Amanda nunca mais voltar para cá?

- E que outra ideia brilhante você tem?

- Precisamos esperar que ela volte para que eu possa abordá-la pessoalmente.

- Ah, então é disso que se trata, não é? Controle! - John disse apontando um dedo acusador para o detetive - Foi pelo mesmo motivo que não quis entregar o material coletado na casa de Covolan à polícia. Você quer confrontá-lo pessoalmente, porque você precisa ser sempre o protagonista!

- Sabe que dispenso holofotes John, porém sempre farei questão de ir até o fim nos meus casos. Começar, desenvolver e terminar. Sem interrupções. A partir do momento que a polícia tiver acesso a essas informações, nós perdemos o direito exclusivo sobre elas e nossa investigação fica comprometida. É o que você quer?

- As coisas mudam quando encontramos um corpo e não comunicamos as autoridades, Sherlock!

O detetive abriu a boca de forma impaciente para responder mas, de repente, se calou e dirigiu o olhar para algo atrás de John.

Era um calendário na parede. Ele se aproximou e observou por alguns segundos algumas datas marcadas: a última quarta-feira estava circulada em vermelho, quinta-feira não tinha nenhuma marcação, sexta-feira estava circulada, sábado não tinha marcações, domingo e segunda estavam circulados e terça-feira, que era o dia presente, havia sido circulada tantas vezes, e de maneira tão determinada, que a folha do calendário se rasgou.

Então, de súbito, sua expressão se transformou de concentrada para alarmada e seus lábios formaram um "O" perfeito em sinal de perplexidade.

- Temos que sair daqui imediatamente! - Ele disse, e se lançou pela porta da cozinha com John atrás de si.

- O quê? Para onde vamos? - O médico perguntou tentando acompanhar as largas passadas do detetive.

Porém, Sherlock não respondeu. Saiu como um raio pela porta da frente, atravessou o pequeno quintal de cascalhos e entrou no carro.

- Apresse-se, John! - Ele gritou, já devidamente acomodado em seu banco e abrindo a porta do passageiro para o médico.

Mal o loiro entrou e o detetive arrancou bruscamente, fazendo com que John precisasse se apoiar no painel para não bater a cabeça.

- Coloque o cinto, Watson.

- Que droga Sherlock, vai me dizer o que está acontecendo ou não? - O mais velho perguntou depois que eles se afastaram um pouco.

Eu posso ser essa pessoa para você [johnlock]Onde histórias criam vida. Descubra agora