Capítulo 11

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Capítulo curtin só pra criar um contexto para os próximos acontecimentos. Tentarei compensar no próximo 😘

[AVISO DE GATILHO: contem descrições de tortura física e psicológica, o que pode ser desconfortável para algumas pessoas. Se você tiver sensibilidade a esse tipo de pauta, avalie bem se vale a pena ler esse ep. Priorize sua saúde mental e bem-estar acima de tudo ❤️]


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Já passava das 21h quando o médico chegou em casa. Assim que botou o pé para dentro da sala quase sufocou e correu para abrir a janela. O ambiente mais parecia um pub do século passado: escuro, abafado e impregnado de fumaça, com aquele característico cheiro ardido de nicotina inundando o ar.

O detetive estava sentado à mesa da cozinha, com os olhos injetados na tela de seu notebook. O cinzeiro a sua frente já havia transbordado de pontas de cigarro e mais um pendia aceso entre seus dedos.

- Céus, Sherlock! Eu não posso controlar o que você fuma por aí, mas posso controlar o que você fuma aqui - O médico disse se dirigindo até ele e arrancando o cigarro de suas mãos - Esse é um espaço de uso comum, sabia? E não sou obrigado a ser fumante passivo por sua causa!

Como resposta, o mais novo apenas levantou os olhos cansados para John. A seguir, afundou as mãos no bolso do casaco e, de lá, puxou um maço do qual retirou outro cigarro. Estava prestes a acendê-lo, quando o médico pegou a caixa inteira de suas mãos e a amassou entre os dedos com a autoridade de um capitão dos fuzileiros.

- Vou fazer isso com cada maço que você aparecer aqui, vamos ver quem tem mais determinação! - Bufou.

Sherlock deu de ombros em derrota e voltou os olhos para a tela do notebook.

John o fitou longamente, esperando qualquer tipo de explosão, mas como não aconteceu, ele voltou a se manifestar.

- Ok, sua apatia está começando a me assustar, o que é que você tem, Sherlock?

- Convulsoterapia - O detetive respondeu sem levantar o rosto.

- Como é?

- Convulsoterapia é uma técnica usada para para forçar ataques epiléticos. Para fazer isso, injeta-se altas quantidades de cardiazol, um estimulante circulatório e respiratório, na veia do paciente. A Insulinoterapia também é usada para um fim parecido: grandes doses de insulina são administradas, o paciente entra em choque hipoglicêmico e é induzido ao coma - Sherlock fez uma pausa e, finalmente, levantou o olhar para John.

- Ok, pode me dizer por que está listando abordagens médicas obsoletas e questionáveis?

- Essas são apenas as interações medicamentosas, mas também existem linhas mais mecânicas.

- Certo, continue - O médico suspirou impaciente cruzando os braços, sabia que vinha mais informação aleatória e que, depois, ele juntaria as peças.

- Neurocirurgia estereotáxica. Um arco é preso ao crânio do paciente e, com a utilização de coordenadas cartesianas, é possível localizar pontos precisos do cérebro e acessá-los por meio de uma longa sonda através de aberturas feitas previamente com uma furadeira cirúrgica. E também há a Eletroconvulsoterapia: eletrodos são posicionados na cabeça do paciente, uma chave é ligada e a corrente elétrica é descarregada diretamente no cérebro - Ele finalizou e ficou encarando John, como se esperasse uma manifestação da parte dele

- Bom, essas duas últimas, por mais impressionantes que possam soar, são técnicas ainda usadas para tratar casos de depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar e tumores cerebrais.

Eu posso ser essa pessoa para você [johnlock]Onde histórias criam vida. Descubra agora