CHAPTER XVIII

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Chicago, Illinois.
Estados Unidos.
Outubro de 1960.


Deena Jones P.O.V

Abro meus olhos e pisco algumas vezes tentando desembaçar a minha vista. Mexo minhas mãos sentindo que estou deitada em algo confortável e me levanto, ficando sentada na cama.

O quarto é simples com paredes beges com uma cômoda de madeira escura, com um pequeno espelho em cima no qual consigo ver um pouco do meu reflexo na cama. Ao lado da cômoda há uma porta de madeira de onde talvez seja o banheiro.

Ao meu lado estão duas mesinhas de madeira também escura com dois pequenos abajur em cada, no qual apenas um está ligado.

Há uma pequena escrivaninha vazia entre duas janelas que estão escondidas por persianas brancas. Encaro meus pés percebendo que meus saltos foram retirados e passo minha mão pelo o meu rosto, me lembrando do que aconteceu.

Lembro dos homens italianos no bar, o carro preto me seguindo e dois homens me agarrando. Sinto o desespero correr em minhas veias e me levando um pouco tonta indo até a porta.

— Porra! — Esbravejo assim que vejo a porta trancada.

Bato na porra repetidamente tentando chamar a atenção de alguém, mas sem sucesso. Vou até a janela e abro as persianas vendo apenas uma enorme piscina azul acesa e estátuas decorando a área exterior. O céu está completamente escuro com apenas algumas nuvens presentes.

Tento arrastar a janela para cima, mas percebo que elas também estão trancadas. Bufo irritada sentindo lágrimas escorrerem pelos os meus olhos. Não acredito que eu vou morrer assim.

Vou até a porta tentando abri-la novamente e então escorrego ao chão sentindo mais lágrimas descerem e choro ali, completamente sozinha.

— Não sei se tem alguém me ouvindo, mas vocês poderiam pelo menos trazer uma água? Eu estou morrendo de sede e fome. — Digo limpando as minhas lágrimas.

Ninguém parece se importar, como o esperado. Me levanto do chão enxugando minhas lágrimas e bato na porta novamente.

— Seus ratos sicilianos! Mal vejo a hora de James acabar com cada um de vocês! — Grito batendo na porta rapidamente. — Ele virá atrás de mim e todos vocês estarão mortos.

Me afasto da porta passando minhas mãos pelo o meu cabelo e me sento na cama, chorando mais um pouco. Que inferno de vida!

Me deito novamente, abraçando um dos travesseiros enquanto choro copiosamente. Se eu tivesse ouvido James nada disso teria acontecido.

Sinto meus olhos pesarem aos poucos, então pego no sono logo sem seguida.

. . .

Escuto o som da porta sendo destrancada, então abro meus olhos lentamente percebendo a presença de um homem negro usando uma camisa bege e suspensório marrom. Ele me encara rapidamente antes de colocar um prato e um copo em cima da cômoda.

Sinto o pânico correr em minhas veias com a presença do homem, mas ele me encara uma última vez antes de sair rapidamente do quarto.

Assim que a porta se fecha e é trancada novamente, me levanto indo até a cômoda encontrando um prato com torradas e um copo de suco de laranja.

Chicago 1945 Onde histórias criam vida. Descubra agora