CHAPTER XXXI

132 7 7
                                    




Michael Jackson P.O.V
Chicago, Illinois.
Estados Unidos.

Horas depois...

Era final de tarde e Tito carregava as últimas malas até o carro, enquanto eu permanecia de braços cruzados à entrada, observando todos se prepararem para irem embora. O clima é de realização. Risos e conversas preenchiam o espaço. As crianças corriam alegremente ao redor dos carros estacionados, suas risadas eram melodias que conseguiam fazer o meu coração sorrir. Este Natal foi mais do que uma celebração; foi uma reconexão, o primeiro Natal dos Jacksons em casa desde que nosso mundo virou de cabeça para baixo.

Sons de algo se afundando na neve chamam a minha atenção. Virei para trás encontrando Rebbie de braços dados com Janet. Elas me olham e sorriem fraco vindo até a mim.

— Quer ajuda para levar suas malas? — Pergunto casualmente, escondendo minhas mãos nos bolsos do sobretudo. As duas param ao meu lado, observando nossos irmãos e sobrinhos se movimentarem.

— Decidi que vou ficar mais uns dias. — Rebbie respondeu com seus olhos fixos nos outros membros da família que conversavam perto dos carros. — Espero que não se importe.

Olhei surpreso para ela, mas ela pareceu não se importar, mantendo seu olhar longe. Janet apenas me encarou, assentindo lentamente.

— Rebbie, você não prec...

— Michael, existem momentos na nossa vida no qual precisamos encarar nossos demônios frente a frente. Não posso fugir para sempre. — Ela me interrompeu secamente, sua voz contendo uma pontada de acidez. — Ficarei por alguns dias, espero que não se importe.

Antes que eu pudesse contestar sua decisão, Jermine surgiu com uma carranca séria no rosto. Respirei fundo, contraindo o maxilar e o devolvendo mesmo olhar sério. Se ele acha que me impõe algum tipo de intimidação, ele está muito enganado.

— Michael, posso conversar com você? — Olhou para as meninas. — A sós.

— Vamos para o meu escritório. — Concordei, indicando com a cabeça a direção do meu escritório, no interior da casa. A atmosfera mudou rapidamente, se tornando mais tensa.

Entramos e fizemos nosso caminho em silêncio até meu escritório no fim do corredor. Entrei e fechei a porta atrás de mim, indo até a minha mesa e apoiando meus quadris de costas, cruzando meus braços e esperando o que Jermaine teria para falar de tão importante.

Jermaine permaneceu na entrada do escritório por alguns segundos, me analisando com um olhar desafiador. A tensão no ar entre nós é palpável, mas eu me mantenho firme, totalmente imune à sua tentativa de intimidar.

— Michael, você acha que esse natal é o suficiente para esquecermos o passado? — Ele questionou, a voz carregada de ceticismo, enquanto deu alguns passos para dentro do escritório.

Continuei o encarando diretamente, sem piscar.

—- Não estou tentando esquecer o passado, Jermaine. Estou tentando construir um futuro melhor para todos nós. Juntos.

Um sorriso cínico se formou em seu rosto.

— Um futuro melhor? Pode confessar que você está tentando esquecer o passado, mas lembre-se que você não pode apagar o sangue que escorre das mãos de James.

— Não estou tentando esquecer nada, Jermaine. Estou tentando aprender com o passado para construirmos algo diferente. Se você não está disposto a fazer o mesmo, então essa conversa é inútil.

Chicago 1945 Onde histórias criam vida. Descubra agora