Emoções

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" ...Você vai contar pra gente o que está havendo entre você e Beca de uma vez?..."

Los Angeles – Quarta-feira

Pov. Chloe

   Aquela manhã fazia um frio incomum em Los Angeles... a brisa fresca batia em meu cabelo, o balançando entre o vento consideravelmente forte. Me cobri melhor com o roupão do baby doll, e me esquentei deliciosamente em uma xícara de chá de hortelã. Senti o líquido descer por minha garganta, aquecendo-me por dentro.
   Eu não era muito fã do frio, mas reconheço a beleza do mesmo. O céu nublado, com nuvens escuras e a brisa gélida era como uma representação dos meus sentimentos naquele momento.
   Guiei meus olhos para os carros que transitavam na avenida atrás da minha rua. Aquele horário era de pico no trânsito, e já fazia um grande corredor de carros sobre a rua. Era possível ouvir buzinas, ruídos e os motores ligados.
    Novamente uma brisa fria chega até mim, me fazendo fechar os olhos e senti-lá fortemente. Ela me arrepia instantâneamente, trazendo a sensação gélida, e logo senti meu corpo se aquecer como reação. Essa sensação me lembra Beca...
    O frio em si me lembra ela, como sua personalidade ou sua estação favorita.
   Haviam se passado dois dias desde que voltamos de Miami, desde que eu constatei estar apaixonada por ela, e desde que ela disse a mim que, no momento preferia manter nossa amizade sem alterações. Ou seja, ela não se sente da mesma forma que eu, e aquilo havia sido um tremendo tombo. Eu tinha quase certeza que ela sentia alguma coisa por mim, e quando descobri que não, foi doloroso de uma forma tão cruel e viva, que fazia com que eu sentisse meu rosto corar com as lágrimas rasas em meus olhos.
    Justo eu que nunca me apaixonei, a primeira vez que alguém me disperta isso, só quer minha amizade...
   Tem dois dias que eu me sinto diferente sobre Beca, e dois dias que tento disfarçar isso, consequentemente, tem dois dias que estou fugindo dela. Eu não queria estar perto dela e ter que fingir estar bem, ou agir como se fossemos boas amigas, porque agora era claro para mim, eu estou apaixonada e ponto final. Não que isso signifique que não quero a amizade dela se ela não me quiser como mulher... significa apenas que eu preciso de um tempo para acalmar o meu coração, e o meu corpo. De fato o coração se acalmaria com o tempo, já o corpo, eu sabia bem o que fazer para dar um jeito em todo esse fogo que Beca me acendeu e não quis apagar.

**trum,trum**

   Titanium me despertou desses pensamentos. Fui até o puff no canto da varanda, onde havia deixado meu celular. Observei a tela e o contato destacado nela — Bettanny Beale.

Fone on.

Bom dia Bettanny – disse sentindo um frio na barriga.
   Bettanny me ligou na segunda-feira, e na terça também. Nós conversamos um pouco sobre nossas vidas, e ela me falou um pouco sobre si mesma. Bettanny era filha única de Iris, ela tem 28 anos, é casada e tem uma filha de 3 anos. Ela trabalha no negócio da família — um empresa de eletrônicos.
   Pelo que ela me contou, meu avô e avó por parte de mãe ainda estão vivos, logo imaginei que as pessoas de quem eu me lembrava ter vivido temporariamente ao lado, seriam meus avós paternos. Também tinha alguns tios, mas apenas Irias sabia da minha existência. Parecia que quanto mais eu sabia, tudo ficava ainda mais estranho.
   Haviam muitos "porques" em minha mente, mas pelo que percebi, Bettanny esta disposta a responder todas. Ela se mostrou condescendente e aberta comigo, como eu jamais imaginei que fosse ser.

– Bom dia Chloe, tudo bem? – Sua voz é tranquila e alegre.

– Estou bem sim, e você? – tento responder com o mesmo ânimo.

– Estou bem também. Animada para nós encontrarmos – ouço alguns ruidos, e barulhos de carros. Ela está no trânsito. – Eu já estou em Los Angeles. Sai de madrugada de San Andreas, aproveitei o pouco trânsito e a longa estrada para pensar e me preparar, então vim de carro. Eu estou exatamente agora chegando no hotel que fiz reserva para estes dias!

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