Já estava escurecendo quando você e Kenma finalmente deixaram o quarto com algumas caixinhas de comida chinesa para trás, o sol já havia se posto e a luz alaranjada e colorida não pintava a sala como no dia anterior. Você suspirou pesadamente remexendo os dedos em suas mãos, como se tentasse ver se eles ainda estavam funcionando.
— Meus dedos estão dormentes.
Você murmurou em um muxoxo, ele encolheu os ombros antes de soltar um bocejo alto e cansado enquanto rastejava os pés em direção a sala.
— Logo logo você se acostuma.
— Está me chamando para jogar com você de novo?
Indagou arqueando uma das sobrancelhas com um sorriso convencido em lábios, Kenma revirou os olhos antes de soltar um riso baixo.
— É bom jogar com outra pessoa junto, mesmo que você tenha que roubar até em um jogo de cartas.
— Eu não roubei nas cartas!
Você disse alterando a voz e Kenma riu de maneira debochada levando os olhos cor de mel em sua direção.
— Eu tenho certeza que você deve ter uma carta escondida dentro da sua roupa nesse exato momento.
Ele disse cerrando os olhos e você bufou, claro que não, a carta estava escondida debaixo do travesseiro e não em suas roupas.
— Você que não sabe perder, Ken...
— Finalmente vocês chegaram! Suna, vá se arrumar nós vamos jantar fora! — Kyoko gritou lhe cortando enquanto se levantava de uma das poltronas confortáveis da sala de estar, levou o olhar acizentado em sua direção, trazendo a mão destra até os fios escuros e longos os bagunçando de leve antes de bocejar — Céus, graças a deus vocês deram as caras, Suna estava deplorável.
A mulher murmurou com a voz cansada como se estivesse lutando contra o sono, você escutou passos no andar de cima, provavelmente Suna obedecendo as ordens da mulher de cabelos pretos; você arqueou as sobrancelhas de modo curioso levando o olhar em direção a Kyoko.
— Como assim deplorável?
Você indagou de modo curioso e conseguiu escutar um riso baixo escapar dos lábios da mulher que encolheu os ombros como se estivesse se divertindo com toda a situação, cruzou os braços sobre o abdômen.
— Apenas deplorável, se rastejando pela casa e entrando no meu quarto a todo segundo tentando puxar assunto — ela murmurou com a voz mau humorada, bufou —, como uma criança que não pode ir a um passeio da escola.
A mulher disse antes de bocejar mais uma vez arrumando os óculos sobre o nariz com cuidado, você soltou um riso baixo, Suna apenas deveria estar entediado, entediado por não ter ninguém para irritar.
— A diversão daquele maldito é irritar alguém, experiência própria — Kenma murmurou enfiando às mãos nos bolsos do moletom, rosnou baixinho antes de levar os olhos cor de mel em sua direção, piscou de modo preguiçoso —, muito obrigado por chegar na vida dele, eu não sou mais o alvo dele agora, eu não aguentava mais.
Kenma chiou e você riu antes de arregalar os olhos suavemente.
— Céus, o que o Suna fez de tão ruim para você, Kenma?
Você indagou curiosa e o homem de cabelos loiros soltou um murmúrio doloroso quase como que lembrar dos acontecimentos fosse uma tortura de alto nível, esfregou a palma esbranquiçada da mão fina contra a própria nuca.
— Ele me dedurava para o Kuroo quando eu fugia do quarto para ir jogar na sala, também me forçava a tomar os remédios, escondia os comprimidos no meio da minha comida — ele murmurou fazendo uma careta de desgosto —, ficava me cutucando para eu acordar para ir nas consultas, ficava me rondando o tempo todo para ver se eu ainda estava respirando, eu achava que ia acabar...
Kyoko bateu palmas lhe cortando e tanto você quanto Kenma levaram o olhar na direção da mulher que suspirou pesadamente.
— Depois vocês falam mau do Rintarou, talvez eu até me junte a vocês, mas vão se arrumar para jantarmos agora, estamos a dois dias na França e não saímos de casa um segundo sequer, um desperdício de tempo.
Ela disse séria e você apenas assentiu e girou os calcanhares em direção a escadaria, um sorriso simplório em seus lábios; era realmente um desperdício de tempo.
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— Podemos procurar um restaurante de comida japonesa?
Kenma indagou enquanto vocês andavam lado a lado pelas ruas iluminadas de Paris, Suna a sua frente girou o corpo o mais rápido que pode na direção de vocês com uma careta indignada em seu rosto, entreabriu os lábios quase como se fosse falar um discurso.
— Nós temos comida japonesa todo o santo dia porque moramos no Japão — ele disse como se fosse óbvio, cerrou os olhos —, estamos na França, vamos comer comida francesa.
Ele disse como se não aceitasse controvérsias e você riu da feição de raiva que Kenma fez. Depois de alguns minutos brigando vocês decidiram ir para uma cafeteria lotada de flores decorativas que estava no fim da rua; o local era bonito com algumas velas sobre as mesas, você sorriu adentrando devagar no local, tinham apenas algumas senhoras que conversavam animadamente em uma das mesas, você volteou o olhar em direção ao seu pequenino grupo.
— Okay, digam o que querem comer, eu vou lá pedir.
Você disse apontando em direção ao balcão enquanto eles se sentavam em uma das diversas mesas espalhadas por ali, se sentia uma garçonete escutando os pedidos e os memorizando mentalmente enquanto girava os calcanhares em direção ao balcão ficando atrás de um casal que estava a sua frente, arregalou os olhos de modo assustado ao sentir um par de braços rodearem a sua cintura lhe abraçando por trás e apoiando o queixo contra seu ombro, volteou o rosto para o lado rapidamente se detendo com o homem de olhos dourados, sorriu.
— Eu não vou errar seu pedido, Suna, fique tranquilo.
Você disse arqueando uma das sobrancelhas e o homem revirou os olhos antes de soltar um riso baixo te abraçando mais forte trazendo o seu corpo para mais perto do dele, você engoliu em seco.
— Não é isso — ele balbuciou em um sussurro ao pé de seu ouvido, você engoliu em seco, ele suspirou —, sobre o que aquelas velhas estão falando tão animadamente?
Ele indagou curioso e você tentou conter o riso alto que quis escapar de sua garganta o prendendo em um som desastroso, girou o rosto para o lado se detendo com as duas senhoras que bebericavam o café em suas mãos e riam alto, você sorriu de modo divertido, sussurrou próximo a Suna.
— Uma delas acabou de pedir divórcio a poucos meses e parece que o ex marido dela a perseguiu no parque hoje.
Você sussurrou levando o olhar em direção ao homem de cabelos escuros que arregalou os olhos dourados.
— Não! E o que aconteceu depois?
— Ela jogou ração de pombo sobre ele e ele foi atacado por um batalhão de pombas.
Você sussurrou e Suna riu quase que de maneira desesperada levantando o rosto em direção as senhoras.
— Bem feito para ele.
Ele disse baixinho apertando mais os braços contra sua cintura, você riu antes de assentir pousando as duas mãos contra as de Suna.
— Bem feito para ele.
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𝐒𝐋𝐎𝐖 𝐃𝐎𝐖𝐍 ; suna rintarou
Fanfiction⛓▬▬▬▬▬▬𝐬𝐥𝐨𝐰 𝐝𝐨𝐰𝐧▬▬▬▬▬ Você apenas precisava de dinheiro rápido para terminar de pagar a faculdade, mas conhecer Suna Rintarou certamente não estava em seus planos. ▬▬▬▬▬▬▬𝐬...