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    (desculpem a demora, passei na prova:) )

    Seus olhos tremeram de leve ao sentir a luz forte do nascer do sol contra suas pálpebras, você resmungou baixinho enquanto tentava aconchegar seu corpo contra o assento do avião, a bochecha apoiada contra alguma coisa, suas costas estavam doloridas, afinal, mais de dez horas de voo certamente não era algo que você poderia chamar de agradável. Sentiu os nós dos dedos de alguém passeando contra seu rosto, quase como se estivessem o contornando, desenhando seus traços, desde seu nariz até o formato das sobrancelhas, você bocejou, abriu os olhos de forma preguiçosa, a vista ainda levemente embaçada, ainda estava cansada, levou o olhar para cima se detendo com os olhos dourados perto dos seus. Suna. Tinha um sorriso simples em seus lábios, os fios castanhos estavam completamente bagunçados, quase como se houvesse acabado de acordar, seu rosto transmitia um sono que aos poucos ia embora, as roupas de frio levemente amassadas, Suna estava uma completa anarquia.

    — Bonjour, Ma chérie.

     Ele murmurou com a voz levemente rouca escapando por entre seus lábios, você sorriu, afastou o rosto de seu ombro e esticou os braços se espreguiçando, pendeu o rosto para o lado encarando o homem a sua frente.

    — Estamos chegando?

     Você indagou com a voz ainda quebradiça pelo sono, Suna assentiu devagar, levou a mão grande em direção aos fios escuros os bagunçando mais ainda, quase como se tentasse forçar a si mesmo a acordar.

    — O comandante disse que vamos pousar em uns quinze minutos mais ou menos — ele disse com a voz baixa, você assentiu de modo ainda sonolento, cruzou os braços sobre o próprio estômago, estava com frio, mesmo que fosse primavera na França sabia que seria melhor se mantivesse Kenma agasalhado quando o sol não estivesse em seu auge. Suna volteou o olhar em sua direção, levou uma das mãos até seu cabelo os arrumando suavemente, você engoliu em seco levantando o olhar em sua direção, ele sorriu —, é melhor você acordar o Kenken, ele está descordado a quase nove horas.

   Ele disse baixinho deslizando as pontas dos dedos pelo canto de seu rosto acariciando sua bochecha com o polegar, você apenas assentiu devagar, talvez apenas estivesse com sono mas podia jurar que havia sentido algo embrulhar seu estômago por completo, engoliu em seco afastando o rosto de seu toque levando o olhar em direção a Kenma que permanecia dormindo ao seu lado completamente agasalhado, levou uma das mãos até seu ombro o chacoalhando de leve.

     — Kenma, acorde, estamos quase chegando.

      Você disse levantando um pouco a voz vendo por fim os olhos cor de mel do mais novo se abrirem, ele resmungou algo completamente incompreensível enquanto se sentava na poltrona esticando o corpo, tinha uma feição completamente mau humorada em seu rosto, levou o olhar claro em sua direção.

    — Estou com fome.

    Ele murmurou sem muita paciência esfregando o rosto com as palmas das mãos, bocejou, você sorriu.

    — Então a primeira coisa que vamos fazer quando pousarmos vai ser ir comer em alguma padaria, está bem?

    Você disse ele negou com a cabeça, encolheu os ombros.

     — O café da manhã provavelmente já vai estar pronto quando chegarmos.

     Ele disse enquanto curvava o corpo colocando os próprios calçados, você cerrou os olhos de maneira confusa volteando o rosto em direção ao mais velho.

     — Mas a essa hora o café da manhã não está servido nos hotéis ainda.

     Você sussurrou para o homem que soltou um riso baixo, negou com a cabeça.

     — Não vamos ficar em hotel nenhum, Kenma tem uma casa aqui, ele sempre gostou de Paris então Kuroo comprou um lugar de presente de noivado para ele.

    Ele disse com a voz baixa, você arregalou os olhos de modo assustado, o quanto aquele homem conseguia ser rico? Talvez ele tivesse uma quantidade de dinheiro que você nem ao menos soubesse como contar, bem, não deveria mais se preocupar com aquilo, você mergulhou de cabeça naquele mundo no momento em que aceitou viajar com Kenma para França.

    Não demorou muito para que enfim o avião pousasse sobre a pista, sua mão nunca havia sido tão esmagada como naquele momento, Suna parecia prestes a ter uma crise de choro ali mesmo enquanto fechava os olhos com força, você apenas segurou o riso enquanto soltava o cinto se levantando de seu assento. Kyoko lhe ajudou com a mala antes que Suna tivesse a oportunidade e o homem revirou os olhos de modo mau humorado retirando sua própria mala e a de Kenma do bagageiro.

    — Por céus, minhas costas estão acabadas.

     A mulher murmurou de maneira cansada enquanto descia pelas escadas juntamente com você, o clima de Paris estava agradável, mas mesmo assim você pediu para que o homem de cabelos loiros permanecesse com o cachecol avermelhado em volta de seu pescoço. Estava completamente bagunçada, a calça de moletom e o suéter azulado estavam amarrotados e seu cabelo despenteado, talvez por isso, naquele exato momento você nunca havia se sentido tão mal vestida enquanto uma mulher elegante andava em sua direção, tinha saltos finos em seus pés e usava um vestido florido que caía bem em seu corpo esguio, protegia os braços com um cardigan beje, seu cabelo era de um loiro claro e estava perfeitamente penteado posto para o lado, ela retirou os óculos escuros quando já estava perto o suficiente deixando os olhos verdes amostra, mostrou um sorriso amável, você engoliu em seco encolhendo os ombros.

    — Kozume Kenma?

     Ela perguntou levando o rosto delicado em direção ao mais novo que apenas assentiu antes de suspirar.

     — Sim, Alisa Haiba?

     Ele indagou arqueando uma das sobrancelhas, a mulher assentiu.

      — Eu mesma, sou a doadora da medula, em uma situação normal meu irmão receberia vocês já que ele trabalha para o Sr. Tetsuro, mas ele está ocupado com algumas coisas agora então vim busca-los.

    Ela disse com a voz suave, Kenma assentiu, parecia aliviado, quase como se um peso gigantesco houvesse sumido de seus ombros, Alisa girou os calcanhares em direção a um carro estupidamente grande andando até lá o mais rápido que seus saltos finos lhe permitiam. Kenma agarrou seu braço lhe puxando para perto de si, você franziu o cenho levando o olhar em sua direção.

    — Agradeça aos céus por ser ela que veio nos buscar, acredite, o irmão dela é insuportável.

     — Quem é ele?

     Você indagou de modo confuso, Suna riu antes de pousar a destra sobre seus cabelos os bagunçando de leve, você fez uma careta.

    — Lev Haiba.
    

𝐒𝐋𝐎𝐖 𝐃𝐎𝐖𝐍 ; suna rintarouOnde histórias criam vida. Descubra agora