2.8

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Você sentia que estava sendo completamente sufocada sentada de frente para aquela mesa ao lado da mulher de cabelos castanhos e perfeitamente penteados que conversava animadamente com Aran sobre como estava indo sua galeria.

— Viu — ela disse volteando o olhar em sua direção com um sorriso forçado nos lábios pintados de vermelho, você respirou fundo já prevendo o que aquela mulher diria —, você deveria seguir o exemplo do Aran, ele trabalhou com a Elite da polícia japonesa antes de entrar para o mundo da arte, ele juntou um dinheiro e construiu sua vida, foi esperto.

   Ela disse soltando um risinho falso enquanto bebericava o vinho tinto em sua taça, você bufou afundando o corpo contra a cadeira, olhou para Suna que estava do outro lado da mesa como se pedisse socorro, ele encolheu os ombros sem saber muito bem o que fazer, Kenma remexia a comida com o garfo sem muita vontade de comer.

   — Amorzinho de cabelo loiro.

Crista disse chamando a atenção de Kenma que levou o olhar em sua direção, ela sorriu, você bufou.

— O nome dele é Kozume Kenma.

— Certo, Kenma, a comida não está boa? Por que você não está comendo?

Ela indagou deixando a voz suave como se conversasse com uma criança, Kenma cutucou a bochecha com a língua de modo incomodado.

— Porque eu tenho câncer.

Ele disse arqueando uma das sobrancelhas, você conseguiu escutar Suna se engasgar com o vinho em sua taça, sua mãe arregalou os olhos suavemente.

— Ah... sinto muito por isso, quer que eu prepare outra coisa para você?

Ela indagou incomodada e o homem de cabelos loiros negou com a cabeça dando mais um gole no suco que ela havia posto em sua taça no lugar de vinho, estava se sentindo uma verdadeira criança ali.

— Não precisa, eu me viro bem com... o suco de laranja da jarra infantil.

Ele disse levantando a taça suavemente em sua direção antes de bebericar o líquido extremamente laranja em sua taça que parecia que lhe daria mais dez tipos de cânceres diferentes.

— Você é uma gracinha — ela disse franzindo o nariz soltando um riso baixo, você quis vomitar, ela deu mais um gole no vinho antes de voltar a olhar para as outras pessoas na mesa —, então, tirando a desocupada da minha filha o que vocês fazem da vida?

   Crista indagou arqueando as sobrancelhas e você bufou levando o olhar em direção a Suna do outro lado da mesa que tinha as sobrancelhas franzidas em uma feição irritada antes de beber um gole grande do vinho tinto respirando fundo desviando o olhar do da mulher.

   — Sou contadora.

   Kyoko disse antes de colocar uma garfada de carne na boca quase como se a resposta estivesse na ponta de sua língua, quase como se ela usasse aquela resposta frequentemente.

— Ah sim... e o que você faz no trabalho?

— Conto.

— Conta o que?

— Os dados da empresa.

Ela disse piscando devagar como se fosse óbvio, não tinham muito sobre o que perguntar se ela apenas dissesse que trabalhava como contadora, a mulher assentiu por fim volteando o olhar para Kenma que ainda remexia a carne de um lado para o outro, ela sorriu.

— E você, Kenma, o que você faz?

Ela perguntou com a voz delicada e Kenma se segurou para não revirar os olhos levantando o rosto em sua direção.

𝐒𝐋𝐎𝐖 𝐃𝐎𝐖𝐍 ; suna rintarouOnde histórias criam vida. Descubra agora