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Você não sabia ao certo quanto tempo havia dormido, mas o sol já estava se pondo quando seus olhos finalmente se abriram, bufou esticando o corpo sobre a cama macia de modo preguiçoso, se sentia completamente renovada e faminta, talvez descesse para comer algo e voltasse a dormir até o dia seguinte provavelmente, precisava acostumar seu relógio biológico com a França novamente.

Suspirou pesadamente, os olhos presos a janela aberta, uma brisa suave do final de dia preenchia o quarto cuidadosamente, arrepiava a pele extremamente quente de seus braços nus. A cama era mais macia do que você julgava ser possível, parecia que seu próprio corpo se fundiria por entre o acolchoado se assim fosse possível. Você soltou um gemido contrariado enquanto se deslizava com preguiça para fora da cama, as pontas dos pés tocaram o chão gélido de madeira fazendo com que um calafrio percorresse sua espinha por completo, se equilibrou no chão antes de bagunçar os próprios cabelos em uma tentativa de se manter acordada.

— Comida. Foco. Comida.

Disse para si mesma deixando um tapinha fraco em sua própria bochecha, piscou rapidamente algumas vezes antes de arrumar a regata branca e a calça de pijama rosa e felpuda em seu corpo, se sentia completamente amarrotada. Saiu do quarto se infiltrando no meio do corredor, seus olhos corretam em direção ao quarto de Kenma, a luz estava ligada e o som de tiros conseguia ser escutado a metros de distância, você suspirou pesadamente antes de balançar a cabeça, depois que comesse alguma coisa faria questão de colocar aquele garoto na cama.

     Deslizou os pés descalços pelo corredor amadeirado em direção as escadas não tão longas como as da mansão, a casa de Kenma era considerada pequena e simples perto da mansão de seu chefe. Desceu os degraus devagar com medo que acabasse tropeçando nos próprios pés, afinal, ainda estava um pouco grogue de sono, passou pela sala de estar iluminada pelo alaranjado do sol que adentrava pelas enormes janelas de vidro que cobriam a casa como paredes, você se espreguiçou andando em direção a cozinha, piscou devagar de modo surpreso se detendo com o homem de cabelos escuros recostado contra a bancada mexendo no celular de modo concentrado nem ao menos notando sua presença.

    Você engoliu em seco correndo o olhar pelo corpo de Suna de maneira nada discreta, seu tronco estava desnudo deixando a tatuagem de cobra que vinha desde seu ombro atravessando a nuca e terminando na ponta de seus dedos totalmente a vista, vestia apenas uma calça de moletom acizentada com o cós baixo deixando o começo da boxer preta a mostra, os fios acastanhados estavam completamente bagunçados como se ele houvesse acabado de acordar. Você sentiu um calor subir de seu peito em direção ao seu rosto e naquele exato momento você sabia que estava completamente vermelha, deu um passo para trás fazendo com que o chão rangesse quebrando o silêncio por completo, você bufou, Suna levou os olhos dourados em sua direção, piscou devagar lhe encarando ali, arqueou as sobrancelhas antes de abrir um sorriso de canto.

— Céus, Ma chérie, eu não sabia que você era do tipo que secava as pessoas com o olhar, você não vai me atacar, vai?

Ele perguntou passando a língua sobre os lábios e naquele momento sim você sentiu que seu rosto estava fervendo de vergonha, ele riu desligando o celular o deixando sobre a bancada e cruzando os braços sobre o abdômen levemente definido.

— Cale a boca, Suna — você murmurou de modo mau humorado arrancando um riso rouco dos lábios do mais velho, adentrou na cozinha indo em direção aos armários os abrindo buscando um pacotinho de lámen instantâneo que Kenma disse que estava ali, você suspirou volteando o olhar na direção de Suna, balançou o pacotinho em sua mão —, vou fazer antes de voltar a dormir, você quer um pouco?

Perguntou com a voz baixa e Suna franziu a sobrancelha em uma careta, negou com a cabeça andando em sua direção e retirando o pacotinho de sua mão e o jogando novamente no armário fechando a porta com uma das mãos a deixando ali, lhe prendendo com um dos braços, você engoliu em seco levantando o rosto para o encarar se detendo com os olhos dourados lhe fitando com atenção, ele pendeu a cabeça para o lado.

— Você come isso praticamente toda a noite, você vai acabar morrendo de câncer, coma alguma coisa de verdade.

Ele disse de modo sério, você bufou antes de encolher os ombros levando o olhar em direção ao rosto do homem lhe fitando ali, ele realmente parecia que não iria mudar de ideia, você sorriu antes de cruzar os braços recostando mais o corpo contra o armário fechado, ele abaixou os olhos dourados rapidamente em direção aos seus lábios antes de os voltar para cima fitando seu rosto, ele estava tão perto que você conseguia sentir sua respiração extremamente quente.

— Eu sou péssima na cozinha, você vai fazer algo para eu comer por acaso?

Você perguntou arqueando as sobrancelhas, Suna riu baixinho antes de encolher os ombros curvando mais o corpo em sua direção, a respiração quente que escapava de seus lábios se chocando contra seu pescoço fazendo com que um arrepio fraco corresse por seu corpo; ele aproximou os lábios de seu ouvido soltando um riso baixo ali fazendo com que um murmúrio choroso escapasse de sua boca, você respirou fundo sentindo seu corpo tremer de leve, Suna sorriu.

— Ma chérie, você não tem a mínima noção do que eu faria por você.

Ele sussurrou com a voz falhada antes de se afastar por fim, você sentia seu corpo trêmulo lhe encarando ali, respirou fundo se desencostando do armário, abaixou o olhar para os próprios pés.

— Está bem.

Murmurou baixinho antes de levantar o olhar em direção ao mais velho que tinha um sorriso convencido em lábios, aquele filho da puta sabia do poder que tinha sobre você e naquele momento você poderia muito bem socar aquele rostinho bonito.

— O que você quer comer, princesa?

Ele indagou enquanto abria a geladeira em busca de qualquer coisa que pudesse fazer ali, você sorriu antes de encolher os ombros.

— Qualquer coisa e pare de me chamar assim.

— Ma chérie.

Ele respondeu, você assentiu.

— Isso.

Suna sorriu enquanto retirava alguns tomates e outros legumes da geladeira, volteou os olhos dourados até você.

— Você fica a pessoa mais linda que eu já vi bagunçada desse jeito.

Ele sussurrou antes de andar em direção a pia com os ingredientes em mãos e você apenas abriu um sorriso curto antes de recostar o corpo contra a bancada lhe encarando ali, Suna Rintarou realmente sabia como mexer com você.

𝐒𝐋𝐎𝐖 𝐃𝐎𝐖𝐍 ; suna rintarouOnde histórias criam vida. Descubra agora