Capítulo 10

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Não revisei por tanto,me d sculpem se houver erros!

Bruna Gonçalves.

Acordo me sentindo leve, tranquila, tomada por uma sensação de paz, embora não me lembre do momento em que vim para o meu quarto.

Na certa,a Ludmilla me trouxe depois que adormeci em seus braços, ainda no terraço.

Mal posso acreditar que a noite de ontem realmente aconteceu.

Estar com a Ludmila foi magnífico, ela conseguiu fazer com que eu me sentisse verdadeiramente uma mulher pela primeira vez na vida.

Não que eu nunca tenha estado intimamente com uma mulher ou com  um homem,  mas com nenhum foi como com ela, nem se compara.

Sem que um sorriso bobo se desfaça dos meus lábios, fecho os olhos e relembro cada momento: a forma como ela me beijou inteira; como me penetrou com força, a ponto de me deixar dolorida; como ela fica linda, rendida, entregue, sem aquela angústia constante na expressão dos seus olhos, quando está gozando, arrebatada pelo prazer.

Se existe uma definição para a felicidade, ela se resume ao que estou sentindo agora, algo que quero experimentar muitas vezes mais.

Lembrando-me de que hoje é domingo e estou de folga, decido ficar na cama até mais tarde.

Ao percorrer os olhos pelo quarto, a claridade do dia penetrando a janela parece mais brilhante do que nunca, o sol lá fora jamais me pareceu tão revigorante.

Tento voltar a dormir, mas não consigo, uma ansiedade boa, uma sede de vida me inquietando.

Então, ignorando a dor entre minhas pernas, levanto-me e observo o sol lá fora através da janela, como se cumprimentasse a vida, antes de ir ao banheiro.

Depois de passar mais de uma hora falando no telefone com o meu pai e meu meio-irmão, matando a saudade, visto um jeans colado e blusa de renda, escovo os cabelos até que estejam brilhantes, deixando-os soltos, passo um pouco de gloss labial e saio do quarto, ciente de que posso encontrar a Ludmila pela casa a qualquer momento e quero estar minimamente bonita para ela.

Tomo o café da manhã na cozinha, junto a cozinheira e Net, as duas únicas, entre os empregados, que não foram para casa aproveitar o final de semana e em seguida vou para a sala, onde me sento diante da televisão ligada, esperando, com uma ansiedade absurda, que a Ludmila deixe seu escritório — ou seu quarto, já que hoje é domingo — a qualquer momento e venha falar comigo.

Na minha cabeça sonhadora, ela vai me convidar para sair, junto com as meninas, e nos levará a algum lugar bonito, talvez ao shopping, a fim de aproveitarmos o dia de folga.

No entanto, as horas se passam e nada acontece, ela não dá o ar da sua graça, nem mesmo se desloca do escritório até outro cômodo.

Deve estar muito ocupada, ou sequer se lembra de tudo o que vivemos ontem e embora eu não seja ingênua a ponto de não compreender que algumas mulheres são assim mesmo, que têm uma enorme capacidade de separar sexo de sentimentos, a constatação de que ela já se esqueceu de tudo, de que o que aconteceu entre nós não foi nada para ela, me deixa devastada.

Com a televisão ligada à minha frente, mas sem prestar atenção no programa de entrevistas que é exibido, chego à conclusão de que estou agindo como uma idiota ao ficar aqui plantada, mendigando pelo mínimo de atenção da Ludmila, em pleno domingo, dia de folga, quando, na verdade, devia estar procurando alguma coisa divertida para fazer, como ir às compras em algum shopping e me munir de mais roupas de frio.

Dinheiro no bolso eu tenho, Net se incumbiu de fazer o meu primeiro pagamento semanal ontem.

Não faz o menor sentido ficar aqui parada.

Cicatrizes (versão brumilla ) Onde histórias criam vida. Descubra agora