Cicatrizes (versão brumilla )

Capítulo 11

Boa leitura maravilhosas.
Qualquer erro me avisem por favor 😍

Bruna Gonçalves.

Após colocar Luna na cama e contar-lhe uma história infantil, vou para o meu quarto, visto um pijama e deito-me, mas não consigo dormir, as
lembranças da noite passada, povoando minha mente, o fato da Ludmila  não ter aparecido para falar
comigo, uma vez sequer, durante todo o dia, ou sequer enviado uma mensagem, depois do que vivemos nos braços uma da outra, me atormentando.

Eu queria que tivesse sido apenas uma transa sem importância para mim também, como obviamente foi para ela, pois assim eu não estaria tão vulnerável, entretanto, para mim foi muito mais que isso, foi intenso, apaixonante, me fez me apegar
sem planejar, embora eu saiba que preciso evitar esse sentimento, afinal desde o início ela deixou claro que não haveria espaço para sequer uma
amizade entre nós, estou sendo tola ao me importar.

Ainda assim, mesmo que tenha sido apenas sexo sem relevância, eu queria vê-la, falar com ela,matar a saudade.

Cogito enviar uma mensagem
para o seu celular, mas não quero parecer pegajosa.

Depois considero ir até seu escritório, checar se está tudo bem, porém o mesmo motivo me faz desistir.

Por volta das onze horas, ainda estou de olhos estatelados no teto, sem conseguir adormecer,quando uma discreta movimentação parte de diante da casa e levanto-me para observar pela janela.

Não posso enxergar tudo de onde estou, porém vejo os faróis de um carro chegando e não tenho dúvidas de que é a Ludmila.

Meu corpo reage a essa informação
como se eu fosse uma adolescente que namora pela primeira vez, meu coração disparando no peito, as
mãos ficando geladas.

Preciso dar um jeito de vê-la, nem que para isso tenha que fingir que estou indo até a cozinha comer alguma coisa, só para encontrá-la pelo
caminho.

Então, passo uma escova rápida nos
cabelos, jogo um hoby de cetim, que comprei hoje no shopping, por cima do pijama e desço as escadas
como quem não quer nada.

Avanço pela sala no exato instante em que a porta está sendo aberta e
fico paralisada no lugar, ao ver minha chefe entrando ao lado de Thaisa, sua advogada, ambas falando muito, as vozes animadas.

Nesse momento me sinto a mais estúpida dos seres humanos, por passar o dia inteiro pensando em uma mulher que esteve todas essas
horas ao lado de outra mulher, que sequer me mandou uma mísera mensagem depois de passar uma noite tórrida comigo, que voltou a frequentar seu escritório com uma pressa admirável, como se o fizesse com o intuito de me evitar, embora agora eu me sinta tão insignificante que sequer acredito que ela se daria o trabalho de sair de casa por minha causa.

Tão logo me vêem parada na escada, ambas se calam e me observam, Ludmila deixando o olhar
frio, desprovido de qualquer emoção, em meu rosto, a mulher deslocando suas vistas entre nós duas como se percebesse algo.

Tentando resgatar o mínimo de dignidade que ainda me resta, ajeito minha postura e desço os
dois lances de escada restantes.

Me desculpem, eu não queria
interrompê-las. Só estou indo até a cozinha comer alguma coisa. Com licença.

Forçando-me a não olhar mais no rosto da Ludmila, tento passar direto, quando a voz,irritantemente aguda, da mulher me detém.

— Já que está de pé, poderia nos trazer um café, querida? A noite de trabalho vai ser longa ainda.

Talvez pela mágoa que insiste em
permanecer dentro de mim, sem que eu saiba o que fazer para evitá-la, tenho a impressão de que a
elegante mulher está me provocando
deliberadamente, tentando me inferiorizar diante da Ludmila.