Capítulo 24

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Boa leitura maravilhosas.
Votem e comentem muito 😍.

   Obrigada por tudo meninas!

- Último capitulo .!

Bruna,alguns dias depois.

- Olha bem. Está sentindo alguma coisa?

- Jasmine diz, enquanto segura, diante do meu rosto, um celular cuja tela exibe uma fotografia do Michel
segurando o peixe enorme que acabou de pescar no Tanana.

- Não. Nada. - falo.

- Como não? Esse era o lugar preferido do Michel no mundo inteiro.

Ele largava tudo, até as festas, para ir pescar com a minha mãe Lud.

Desde que voltei para casa ela vem fazendo esse tipo de experiência comigo, tentando descobrir se o Michel ainda está conectado a esse mundo através do coração que bate em meu peito, uma reação desencadeada quando contei a ela sobre como me senti ao ver a guitarra preferida dele.

Acho que pretende fazer uma apresentação sobre esse assunto na escola, quando as aulas recomeçarem.

Suspiro pesadamente, antes de falar.

Querida, está cientificamente
comprovado que órgãos transplantados são apenas
um amontoado de células, não estabelece qualquer conexão psíquica entre doador e receptor.

Sinto muito.

- E quanto à guitarra?

- Isso foi um fenômeno isolado que
devemos conceber como um milagre e não esperar por outro, pois milagres assim não acontecem com frequência.

É a vez dela suspirar, derrotada.

- Tá bem. Vou desistir por enquanto, mas continuo esperando por outro milagre.

Não podemos ignorar um fenômeno dessa magnitude.

O mundo precisa saber disso..

Lembro-me da reação "do mundo" quando a mídia levou o caso ao conhecimento público, dos repórteres me seguindo na rua e sinto um calafrio na espinha.

Ainda bem que as pessoas esquecem
depressa e a poeira já baixou.

Sem mais palavras, Jasmine da meia volta e deixa o aposento.

Sorrindo da sua atitude adolescente, volto para o interior do closet enorme e novamente me coloco diante do espelho, dando os últimos retoques na minha maquiagem.

Optei por usar um batom rosa bebê, sombra escura e cílios postiços e
gostei bastante do resultado, me da um aspecto despojado, embora acredite que a Ludmila me levará
ao um restaurante sofisticado, como sempre quando saímos para jantar fora.

Examino o vestido branco, longo e colado e aprovo o caimento.

Está tudo perfeito, estou linda
para acompanhar a mulher que amo.

De súbito recordo-me da noite em que nos conhecemos, do quanto eu estava nervosa, agoniada, me arrumando
para a encontrar, uma desconhecida qualquer que havia pagado quase uma fortuna para passar a noite
comigo.

Como as coisas mudaram daquele dia até aqui! Principalmente no que se refere ao comportamento da Ludmila.

A mulher amarga e cruel de antes já não existe mais.

Hoje a paz, a felicidade que ela tanto precisava pode ser percebida em cada atitude sua e até no seu jeito de olhar.

A Ludmila por quem me apaixonei aprendeu a perdoar e com isto abriu mão de transformar a reserva marítima em mais uma área de pesca, além de ter devolvido sua administração aos Duarte.

Cicatrizes (versão brumilla ) Onde histórias criam vida. Descubra agora