Capítulo 8

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Boa leitura maravilhosas ❤️😍.Voltei 🙊

Bruna Gonçalves.

Estamos começando a comer, quando por fim a Ludmila entra no terraço, linda como uma miragem dentro da camisa social preta e jeans, com os cabelos arrepiados como sempre e aquela
tristeza que quase nunca deixa a expressão do seu
olhar.- Mamãe! -

Luna grita e pula da mesa, indo encontrá-la a meio caminho, com uma animação
absurda, como se a Ludmila estivesse chegando de uma
longa viagem.

Joga-se em cima dela e é pega no colo, em uma imagem que me faz suspirar.

É a primeira vez que vejo as  duas juntas e, percebendo o amor imenso demonstrado por Luna,um nó aperta a minha garganta ao imaginar como ela se sente ao passar tanto tempo sem receber sua atenção.

Ela ainda não tem idade para entender o conceito de rejeição, ou mesmo perceber o quão a mãe é distante, omissa, na certa acredita que o relacionamento entre mãe e filha é assim mesmo, já
que nunca a vi reclamando, ou mesmo perguntando
por ela.

Está acostumada a ser desprezada, a vê-la
muito raramente.

Ludmila se acomoda do outo lado da mesa,diante de mim e mergulho em uma espécie de transe ao observar seu rosto  iluminado pela luz difusa que bate na água da piscina.

Sintome atraída por essa mulher como jamais me senti por outra.

Tudo nela me fascina, seu maxilar forte; os olhos castanhos claros sempre carregados de uma angústia dolorosa que me faz querer afogá-la; a boca bem desenhada;os ombros largos seguidos de bíceps pronunciados.-

Vocês já iam comer sem mim? - indaga ela, com uma sutil descontração, como nunca vi antes.

Acomoda Luna na cadeira ao seu lado, sem que ela volte a dar importância à comida, sua atenção toda concentrada na mãe .

- Nós estamos esperando você há horas.

- Jasmine dispara, com a delicadeza de uma brincadeira, imitando o temperamento dela.-

Thaísa trouxe uma centena de documentos para eu assinar.

Quase não saio de lá.- Ela se defende e começa a se servir da salada de frutos do mar.

Lembro-me da sofisticada advogada, do quanto ambas pareciam íntimas, à vontade uma com a outra, como se fossem amantes e de súbito me ocorre o quanto ela pode estar me considerando uma pessoa pretenciosa, por estar sentada a mesa depois de deixar claro onde é o meu lugar.

Apressada, levanto-me.- Me desculpe por isso.

As meninas me convidaram a sentar e aceitei.

As três me encaram ao mesmo tempo.-

Do que você está falando? Pode se sentar. - Ludmila me surpreende ao dizer, seu semblante sincero.

Desconcertada, volto ao meu lugar à mesa.

O momento que segue é de pura harmonia e descontração.

Nunca vi as duas meninas tão felizes como agora, conversando relaxadamente com a mãe,falando sobre o passeio que fizemos, sobre a escola e outros assuntos do dia a dia.

Posso perceber, nas entrelinhas, que fazer a refeição aqui no terraço já foi uma tradição entre elas e que há muito não se reuniam assim.

Apesar de se esforçar para se manter acordada e aproveitar o quanto mais a companhia da mãe , Luna não consegue e, após a refeição, acaba pegando no sono, quando então ela a carrega novamente em seus braços, levando-a até seu
quarto, deixando Jasmine e eu sozinhas.-

Cicatrizes (versão brumilla ) Onde histórias criam vida. Descubra agora