Capítulo 4

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Boa leitura maravilhosas .
Curtem e comentem muito .

Desculpem pelo sumiço fiquei sem computador e sem telefone ,mas vou tentar voltar mas rapido ,beijoss.

Bruna Gonçalves

Com uma semana morando no Alasca,
consegui estabelecer uma rotina para lidar com as meninas da melhor forma possível: sem chatear a Jasmine e mantendo Luna sempre feliz.

Acordo pouco antes do horário da escola delas, quando ainda está escuro devido à noite longa demais; me asseguro de que a pequena Luna esteja limpinha,com as roupas engomadas; faço um penteado bonito em seus cabelos loiros; espero que tomem o café da manhã na sala grande, apenas elas duas e os empregados em volta e as levo de carro à cidade,
enfrentando um verdadeiro desafio ao dirigir
através das ruas iluminadas apenas pelas luzes dos postes e quase sempre cobertas pela nevasca.

Luna sempre se despede de mim com um beijinho na bochecha, comportando-se como a garota afetuosa que é. Quanto à Jasmine, parece ainda não ter mudado de opinião ao meu respeito, então decidimos apenas ignorar uma à outra, só nos falando quando é estritamente necessário.

De volta à mansão, o dia é longo e tedioso.
Como os demais funcionários continuam me
tratando com indiferença, como se realmente
acreditassem que sou amante da chefe, porque fui instalada no andar superior, sendo que nem vejo a mulher, passo a maior parte do tempo trancada no quarto, vendo televisão, ou conversando com as pessoas no Brasil por meio de chamadas de vídeo, o que não é nenhum sacrifício para mim depois de ter passado um ano inteiro hospitalizada antes do transplante.

Raramente deixo o interior da casa, devido ao frio insuportável do lado de fora.

Conhecendo melhor a rotina da casa,
percebo que realmente as meninas não precisam de babá.

Nete está sempre disposta a ajudá-las e faz
tudo por elas; Rock, o motorista, só sai quando
precisa ir à cidade comprar algo para reabastecer a dispensa, o que raramente acontece, no mais, poderia folgadamente ir leva-las e apanhar na escola.

Então começo a acreditar que a Sr.Oliveira
me contratou com o intuito de suprir a
carência afetiva de Luna, acarretada pela ausência dela. Só pode ser isso.

Embora o verão esteja se iniciando e com
isto o dia se torne cada vez mais longo, mesmo que seja com apenas alguns minutos de diferença, o frio não ameniza.

Na noite de quinta-feira a neve cai
forte deixando tudo branco no dia seguinte.

Com exceção das ruas, por onde passa o caminhão tiragelo, o chão está coberto pela neve, inclusive em torno da mansão, por onde se precisa passar com a camada de gelo quase na altura dos joelhos, um espetáculo aos meus olhos que nunca viram neve de perto.

De volta a casa, após deixar as meninas na
escola, tomo rapidamente meu café da manhã na cozinha, sob a constate presença de Nete que
parece me vigiar para que eu não converse com os outros empregados, visto um casaco pesado, calças grossas e vou observar a neve lá fora.

O dia começa a nascer, trazendo claridade, proporcionando um espetáculo ainda mais bonito aos olhos.

Eu sempre quis fazer um boneco de neve e
hoje tenho a minha oportunidade.

Então aproximome do estábulo, antigo apenas a construção abandonada, sem nenhum cavalo , procuro um lugar mais isolado, longe o bastante da casa para que os outros, inclusive o jardineiro que fica do lado de fora, não possam me enxergar e dou início à minha aventura na neve, tentando montar um boneco igual aos que via na TV quando criança, uma época difícil para mim, quando via meus colegas de aula saírem para brincar na hora do recreio na escola e não podia me juntar a eles por
causa do meu coração doente.

Cicatrizes (versão brumilla ) Onde histórias criam vida. Descubra agora