+16| Após ter vivido uma grande mentira com o seu primeiro namorado, Alice está decidida a não ter contato com ele nunca mais. Ela está repleta de mágoas, tristeza e está firme na questão de não perdoá-lo, mas Noah não parece ser o tipo de garoto de...
Não sei o que fazer e nem o que pensar com Noah me olhando dessa forma depois de ter me proposto para esquecer o que aconteceu entre nós dois. Estou tonta pela bebida, e agora minha cabeça está girando mais ainda enquanto eu olho nos olhos dele e vejo o quanto ele está necessitando de mim. O quanto ele me quer e anseia pela minha resposta. Eu o quero mais do que ele possa imaginar, mas não sei se devo fazer o que me dá na telha, se devo deixar pra trás o que aconteceu. Ele me machucou de uma forma como nunca imaginei ser machucada. Foi de uma forma cruel demais, e eu não sei se consigo passar por cima disso.
— Eu não consigo simplesmente esquecer. — abaixo a cabeça, reprimindo a vontade de chorar. — O que você fez foi demais pra mim.
— Ei. — ele segura novamente o meu queixo, me fazendo olhar em seus olhos profundos. — Eu só quero ficar com você, por favor. — ele se abaixa um pouco e cola a testa na minha. Estremeço quando sinto sua respiração e o seu nariz encostado no meu. Ele segura o meu rosto com as duas mãos e continua me olhando, como se sua vida dependesse da minha resposta. Vi Noah vulnerável poucas vezes, e nas poucas vezes que vi, eu só queria poder tirar a dor dele e voltar a vê-lo alegre e brincalhão, com o sorriso perfeito que eu tanto amo. Eu amo ele, e odeio admitir isso. Odeio amá-lo, essa é a verdade. Odeio me sentir tão apaixonada e necessitada dele, porque eu me sinto vulnerável perante a ele. E agora, com a testa dele colada na minha e as nossas respirações em conjunto, eu me sinto totalmente perdida por ele. — Eu te amo tanto...
Fecho os olhos, porque ouvir essas palavras saindo da boca dele é como uma faca sendo enfiada no meu peito. Essas três palavras deveriam me confortar, mas dói pelo fato de que não sermos mais nada.
— Não diz isso. — sussurro, engolindo o choro que está entalado na garganta.
— Digo, porque preciso que você acredite em mim. Eu sei que é difícil acreditar depois de tudo, mas só me fala que acredita nisso, pelo menos nisso. Diz que acredita no meu amor por você. Por favor, diz, Alice. — a voz dele sai embargada, e então eu vejo os seus olhos lacrimejando. A dor invade o meu peito e não consigo segurar o soluço que sai juntamente com as lágrimas.
— Eu acredito.
— Você jura?
Confirmo com a cabeça, roçando o nariz no dele com o movimento.
— Por que você não disse isso quando estávamos juntos?
— Eu não sei...eu só fui perceber que te amava naquela noite.
Noah me ama, e queria que ele não dissesse isso com tanta certeza, porque isso faria doer menos. É difícil tentar esquecê-lo quando ele está bem aqui na minha frente, com a testa colada na minha, chorando e dizendo que me ama. Levo as mãos até o seu rosto para enxugar as lágrimas, e então fecho os olhos, pensando no que eu devo focar; no que eu quero fazer ou no que eu devo fazer. Faz tempo desde a última vez que ficamos tão próximos um do outro, e eu sinto o meu coração disparando no peito de saudade. Todos esses dias eu lutei contra a minha vontade de correr para os braços dele e fazer com que ele faça essa dor que ele mesmo causou passar, porque apenas ele é capaz de tirar isso de mim. Apenas ele é capaz de curar o meu coração da mesma forma que o machucou. Paro por um momento e foco no que eu quero fazer. Pelo menos uma vez na vida eu devo fazer o que tenho vontade. Devo seguir o meu coração, e ele está batendo forte pelo Noah. Eu envolvo as mãos em sua nuca e olho em seus olhos avermelhados pelo choro mais uma vez antes de encostar a sua boca na minha. Ele suspira de emoção, e eu solto um soluço contra sua boca quando ele envolve os braços na minha cintura, me abraçando forte. Quando sinto o conforto e a segurança que os seus braços me trás, eu abro a boca e permito que ele entre com a língua. O beijo é delicado e doce, repleto da saudade que sentimos um do outro. Sinto o gosto salgado das nossas lágrimas, porque estamos chorando enquanto nos beijamos. Meu coração só falta explodir depois de passar um mês e alguns dias sem sentir o seu toque, sem sentir a sua boca quente na minha. Me aproveito para puxar o seu cabelo macio, que está um pouco maior do que ele costuma deixar. Amo mexer em seu cabelo e amo fazer isso enquanto nos beijamos. Adoro a forma em que os nossos corpos estão grudados, me fazendo sentir os batimentos dele, que estão tão acelerados quanto os meus. Não sei quando isso irá acontecer de novo, então me aproveito para beijá-lo com toda a saudade que sinto dentro de mim. Ele pediu algumas horas, mas vou permitir apenas alguns minutos para que possamos nos despedir um do outro. Quando paramos o beijo, ele continua com os braços ao redor de mim e deposita um beijo demorado na minha testa.
— Sinto tanto a sua falta. — ele diz, com os olhos molhados. — Queria poder te manter nos meus braços pra sempre. — dessa vez ele me abraça de verdade, colocando a cabeça no meu ombro. Eu passo as mãos pelas suas costas enquanto ouço os seus soluços e o seu corpo tremer do choro, e me pergunto porquê isso tem que doer tanto. Fecho os olhos e o abraço com força também, porque eu não suporto vê-lo desse jeito. Não suporto a forma de nós dois acabarmos assim. A maldita aposta me assombra, e se transformou em uma mágoa enorme dentro de mim. Quero ficar com ele, mas ao mesmo tempo, quando lembro do que ele fez comigo, quero fugir e não vê-lo nunca mais na minha frente. — Sinto muito por termos terminados assim, Alice. Eu nunca vou me perdoar, mas espero que um dia você me perdoe pelo o que eu fiz. Eu me odeio por ter te machucado desse jeito. Você não merece isso, nunca mereceu. Eu te amo muito, tá? Não esquece disso.
Fecho os olhos e fico em silêncio ouvindo as palavras dolorosas, deixando as lágrimas caírem. Queria morar nesse abraço e dormir com ele essa noite da mesma forma que estamos aqui, em pé, na frente de uma boa quantidade de pessoas bêbadas. Quando vejo Stefany surgindo atrás do Noah e nos olhando com um semblante triste, volto para a realidade e me afasto dele. Olho seu rosto vermelho do choro uma última vez antes de dizer um "preciso ir" e com o coração completamente despedaçado, seguro a mão da Stefany para irmos até o outro lado da boate. Preciso ir embora daqui. Quando estamos em uma distância considerável e paramos de caminhar, ela me abraça quando caio no choro de novo.
— Eu..eu beijei ele, Ste.
— Eu sei, eu vi tudo.
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