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NOAH

     No dia seguinte, tomamos café da manhã e agora estamos em um passeio de lancha, no meio do mar que conseguimos ver da janela do nosso quarto. Fico pensando, por que Rebeca não me trouxe aqui antes quando namorávamos? Esse lugar é surreal. Passamos o dia todo aqui curtindo e bebendo. Agora estou na ponta da lancha, olhando o sol se pôr. O clima aqui está ótimo, o calor não tão quente mas favorável. Estou vestindo um shorts preto que está grudando no meu corpo depois do mergulho que dei na água. Nós demos o famoso mergulho para ver os peixes e tudo mais, a única que se recusou foi a Alice, porque estava com medo. É mesmo agonizante ficar dentro do mar com aquela máquina responsável pela sua respiração e a pressão absurda no ouvido, mas tudo vale a pena quando você vê os peixes passando do seu lado.

Paraliso quando Alice se senta bem ao meu lado. Não tão perto, mas em uma distância normal para se sentar perto do ex. Ela está com um biquíni vermelho e eu não posso deixar de comentar o quanto ela está gostosa. Posso estar sendo um idiota por isso, mas porra, eu sinto muita saudade de tocar esse corpo e poder fazer o que eu quiser com ele.

Acho que estamos sobrando aqui — ela diz e indica a cabeça para trás. Olho para o mesmo lugar e vejo Gabriel e Rebeca juntos e Stefany e Guilherme também. O primo da Rebeca, Henrique, está pilotando a lancha.

— Se nós estivéssemos juntos...— brinco, porque estamos em um clima agradável, e ela revira os olhos.

— Eu não queria ir embora daqui — ela fala e olha pra mim, com o vento espalhando os cabelos dela pelo rosto. Amanhã já teremos que ir embora. Não sei se alguém mais vai ficar, mas acredito que não, porque todos tem que trabalhar, exceto a Rebeca.

— Eu também não...você deveria ter ido mergulhar com a gente.

— Eu não iria conseguir ficar embaixo d'água por muito tempo. Pra mim, é apavorante.

— Eu ficaria com você.

Ela cora e desvia o olhar, olhando para o céu alaranjado na nossa frente. O dia está incrível, e por um momento eu pego o celular e abro na câmera. Tiro algumas fotos do pôr do sol e quando vejo que Alice não está olhando, tiro uma foto dela. Agora tenho mais uma para poder guardar e ver quando tiver saudade.

— Por que você me bloqueou? — pergunto quando lembro que não posso mais ver as fotos dela no Instagram.

— Por que será? — ela ri — você não me deixaria em paz se eu não te bloqueasse.

— Pode me desbloquear agora, vou deixar você em paz.

Ela me olha e ergue uma sobrancelha, duvidando. Continuo a olhando sério.

— Tudo bem — ela pega o celular e mexe um pouco antes de dizer — desbloqueado.

— Estamos bem, não é?

— Acho que sim. Esse lugar faz bem para qualquer um. — ela fecha os olhos e inspira o ar — Meus pais passaram a lua de mel aqui.

A encaro com mais atenção depois da confissão. Alice nunca detalhou muito sobre a morte dos pais, e eu até entendo. Deve ser doloroso demais pra ela voltar a lembrar disso. Eu nem sei o que faria sem a minha mãe...meu pai é um merda que batia nela e hoje eu finalmente a vejo feliz com o Artur.

Nove Dias - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora