32.

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ALICE

    Não fazia ideia do quão bom era dormir nos braços de alguém que você ama. A sensação de paz, conforto e segurança que só aquela pessoa pode trazer pra você, e a minha pessoa é Noah. Eu não pensei que aquela dor imensa que eu estava sentindo há meses atrás pudesse passar, mas sim, ela passou completamente. Me sinto bem, renovada e feliz nos braços dele. Ele está dormindo feito um anjinho ao meu lado com os fios bagunçados e a respiração lenta, parecendo estar em um sono profundo. Me desvencilho com cuidado dos braços dele e me levanto da cama para ir até o banheiro. Estou necessitando de um banho e de lavar os cabelos depois da noite de ontem. Ainda me sinto um pouco dolorida, porque faz muito tempo desde a última vez, mas fico com um sorrisinho no rosto ao lembrar de cada detalhe...pretendo repetir um milhão de vezes.

Enquanto despejo um pouco de shampoo nas minhas mãos e as esfrego uma na outra para formar espuma e passar no meu cabelo, ouço a porta sendo aberta. Massageio o couro cabeludo enquanto observo a visão de Noah pelado, com os fios emaranhados e com a carinha inchada de sonho entrando no banheiro para fazer xixi. É estranho de que essa seja uma cena "normal" de novo, que eu estava acostumada a ver. Não estamos namorando ainda de novo mas nós dois sabemos que é como se nunca tivéssemos terminado, porque sempre permanecemos um do outro. O meu coração sempre foi dele e o dele sempre foi meu, mesmo depois de tantos meses afastados como um casal.

— Bom dia.

Me arrepio com a sua voz rouca de quem acabou de acordar. Ele esfrega os olhos e vai até a pia.

— Tem problema se eu usar a sua escova? — seus olhos sonolentos me encara, e eu sinto vontade de sair do banheiro e agarrá-lo.

— Não, pode usar. — volto a enxaguar os meus cabelos e depois passo condicionador, esperando agir alguns minutos enquanto fico parada olhando para ele escovando os dentes. Ele é tão lindo...

— Encarar demais é feio, sabia? — ele diz quando termina de cuspir a água e guarda a escova.

— Tem um cara pelado no meu banheiro, então é claro que eu vou olhar.

Ele sorri com a língua presa entre os dentes e me olha de cima a baixo, se aproximando aos poucos do box do banheiro. Volto para debaixo do chuveiro para tirar o condicionador e ele entra comigo, levando as mãos até a minha cintura.

— Você se arrependeu de ontem?

— Não...eu deveria me arrepender? — franzo a testa. — você se arrependeu?

— Não, claro que não — ele se apressa em dizer — é porque você costuma se arrepender quando você mostra algum tipo de entrega pra mim, então...

Ergo os braços para segurar o rosto dele e olhá-lo nos olhos.

— Eu não estou nem um pouco arrependida. — lhe dou um selinho e ele me abraça, levando as mãos até a minha bunda.

— Já disse o quanto eu amo a sua bunda?

Solto uma risada e em seguida dou um gritinho quando ele me dá um tapa.

— Chega! Eu vou fazer alguma coisa para nós comermos — me desvencilho dele e me enrolo na a toalha do suporte ao lado do box.

— Só porque eu achei que agora teríamos um segundo round — ele resmunga, fechando os olhos em decepção. Arregalo os olhos para ele e escovo os dentes, sem me permitir olhá-lo ou cair em uma das suas provocações para que eu volte ao banho.

Não ter nada para fazer pela manhã é uma sensação boa demais. Poder dormir até um pouquinho mais tarde é a minha felicidade de todos os dias. Muitas pessoas sentem falta da escola quando terminam, mas até agora estou completamente bem em relação a isso, me sinto com um peso a menos. Estou ansiosa para começar a faculdade e estudar o que eu realmente gosto para conseguir a profissão dos meus sonhos. Sei que os meus pais amariam me ver realizando os meus sonhos e seguindo tudo o que eu sempre quis, assim como Bella também. No momento em que penso em Bella, penso que ela pode estar grávida. Um bebê mudaria muita coisa a essa altura do campeonato, mas eu ficaria feliz em ser tia. Eu quero muito ter um filho no futuro, mas enquanto isso não está nos meus planos agora, posso me dar bem em ser tia. Fico até animada, mas tenho que me preparar caso a resposta não seja um "positivo". Estou ansiosa para falar isso com ela e não sei onde ela está, porque hoje é domingo e ela não trabalha. Já bati duas vezes na porta do quarto dela e pelo o que eu conheço, ela já deveria estar acordada há muito tempo. Ela tem costume de acordar cedo mesmo em dias que não trabalha, e já são onze da manhã.

Preparo um sanduíche com suco para Noah e eu comermos e enquanto o espero sair do banho, começo a fazer o nosso almoço.

— Deixei minha calça aqui — ele aparece na sala, apenas de cueca. — sua blusa também está aqui.

— Será que alguém viu? — fico preocupada, porque Bella e Igor, as duas pessoas que convivem nessa casa, não imaginaria nada além de outra coisa se vissem nossas roupas jogadas no chão da sala.

— Acho que não — ele termina de vestir a calça e vem até a cozinha, sentando-se na mesa. — e se tivessem visto, qual o problema? Eles também transam.

É, e eu sei bem disso. Os gemidos que escutei da Bella quando ela estava no ato estão até agora impregnados na minha cabeça.

— Igor acha que ela está grávida. — sussurro, e Noah quase cospe o suco na mesa.

— O que?

— Pois é...

Os olhos deles estão arregalados, e quando ele abre a boca para perguntar mais sobre o assunto, a porta da frente se abre, revelando Bella e Igor. Eles não parecem estar com uma cara nada boa.

— Noah? — Bella me olha em espanto quando vê Noah sentado na mesa comendo. Franzo a testa, sem entender o que está acontecendo e me levanto da mesa para perguntar quando Igor vem em disparado na nossa direção.

— Eu sei o que você fez com ela, seu filho da puta! — ele grita e empurra Noah na cadeira, dando-lhe um soco no maxilar.

Eita

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Eita.

Nove Dias - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora