30.

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NOAH

   Beijei e transei com Alice em uma só noite. Nós avançamos um grande passo em um dia só, e eu estou até agora raciocinando sobre o que aconteceu, porque não consigo acreditar. Demorou muito tempo até ela me abraçar de novo, e de repente, aquela garota maluca me beija e faz sexo comigo em uma praia. Rio quando lembro, desacreditado de que isso aconteceu mesmo. Desde então, não consigo mais parar de pensar nela. Eu preciso dela, meu corpo precisa dela e essa vontade nunca vai se saciar, porque a cada dia que passa eu a quero cada vez mais. Quero beijá-la de novo, tocá-la de novo, senti-la no meu pau de novo...

— Então vocês voltaram? Depois desse tempo todo, eu achei que ela tinha desistido de você. — Artur comenta, sentado de frente para a minha mesa da minha sala

— Não voltamos ainda, mas estou esperando há meses por esse dia. — respiro fundo e estico as pernas e as coloco em cima da mesa, cansado do dia exaustivo de trabalho. Não sei se devo pedir para voltar com ela ou se deixo as coisas fluírem...estou com medo de que ela pense que estou querendo apressar as coisas, sei lá. Bem que eu queria aparecer com uma aliança, que eu nunca havia dado a ela antes quando namorávamos e simplesmente pedi-la em namoro de novo e que ela dissesse sim. É realmente uma pena que as coisas não sejam assim.

— Então basicamente vocês passaram esses meses todos dando um tempo? — o fofoqueiro pergunta, confuso. É claro que Artur quer saber todos os mínimos detalhes, porque está com medo de que eu tenha feito algo errado e também porque quer saber o real motivo de termos terminado. Eu contei para ele todo o processo que estávamos passando por meses, detalhadamente. Não menti em nada sobre isso, e acabei de contar que finalmente consegui um beijo. Não contei sobre o acontecido na praia porque é algo muito íntimo e tenho certeza que Alice me mataria, mas o restante eu contei. Até quando dançamos juntos. Para encerrar o assunto, finalizo:

— Basicamente foi isso — tiro as minhas pernas de cima de mesa e me levanto — já podemos ir embora?

— Vai encontrar a Alice?

— Acho que não, ela sai muito tarde do trabalho.

Eu mandei mensagem para ela há dez minutos atrás perguntando o que ela estava fazendo, e ela me mandou uma foto no trabalho. Com certeza vou tentar ir buscá-la para passarmos pelo menos alguns minutos juntos dentro do carro até eu deixá-la na porta de casa. Quem sabe eu não ganhe um beijo? Dormiria maravilhosamente bem hoje pensando naqueles lábios macios.

. . .

Estou indo buscar a minha garota. Confesso que tive que lutar um pouco para manter os olhos abertos até a hora de ela sair, porque estou morto de cansado. Passei os últimos meses estudando para o maldito vestibular de merda que é bem mais difícil do que eu imaginei. João e Gabriel passaram as férias e os fins de semanas estudando e eu acabei sendo influenciado por eles, porque sempre que eu os chamava para sair, eles diziam que estava estudando, então eu resolvi começar a estudar também já que não tinha nada de melhor para se fazer. Alice também estava estudando a maior parte do tempo — quando tinha tempo. Os horários dela são corridos e normalmente só nos víamos na escola. No sinal, um carinha de mais ou menos dezesseis ano me oferece chocolate e eu compro, tanto para ajudá-lo quanto para dar a Alice, porque sei que ela é uma verdadeira formiga. É doloroso ver alguém dessa idade tendo que trabalhar, e imediatamente lembro-me do meu pai, que deve estar em algum lugar do mundo no qual eu prefiro não saber. Ele não me faz bem, nunca me fez e também nunca fez o mínimo pela minha mãe, então o quero distante o máximo possível. Não o quero me atormentando nunca mais.

Nove Dias - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora