capítulo 2

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Marco havia decidido definitivamente que faria de tudo para não se encontrar com aquele ladrãozinho mão leve nunca mais. Havia se esforçado ao máximo para achar uma ideia brilhante para mudar seus horários e não mais correr o risco de vê-lo no ônibus ou até mesmo no ponto.

Pensou em simplesmente ficar na biblioteca após o estágio no hospital universitário, mas o cheiro de poeira e o silêncio absoluto daquele lugar era entediante demais para conseguir se manter lá por muito tempo, além de sua rotina de estudos já lhe ser bem exaustiva.

Também tentou andar pelo campus, mas tudo era sempre tão igual e fazer aquilo sem nenhuma companhia acabava sendo um total tédio, fazendo-o desejar piamente em estar no ônibus indo para casa, mesmo que se arriscasse a encarar o jovem ladrão que parecera extremamente persistente logo de cara.

Não entendia o porquê do rapaz simplesmente não deixá-lo em paz, principalmente ao saber que o moreno podia lhe ter furtado sem quaisquer problemas da primeira vez, ou quando se encontraram no ônibus e o sardento não demonstrou nenhum apreço em levar suas coisas, já que as mostrara para si, dando-lhe oportunidade de tomar suas posses.

Não compreendia como aquele rapaz tinha a coragem e a cara de pau de flertar consigo, além de parecer zombar de si a cada instante, como se soubesse exatamente o que fazer para irritá-lo ou incomodá-lo, desestabilizando a paz e o equilíbrio que tanto procurava em seus dias.

Já havia tentado tudo para evitar reencontrá-lo, mas a ideia definitiva veio de Jozu, dizendo para procurar alguma atividade esportiva extra que pudesse mantê-lo entretido e ocupado após o estágio. Para sua sorte, a faculdade de medicina havia o time de basquete que treinava no horário exato para que o loiro pudesse participar e evitar o ladrão.

Nunca fora muito fã de esportes, mas basquete era de longe a melhor opção, já que passou uma parte do colégio jogando por ser um dos mais altos da turma e o professor de educação física praticamente o obrigar a fazer parte do jogo.

Não se gabaria dizendo que era ótimo no esporte, mas também não era uma total negação. Conhecia as regras, alguns passes e movimentos e conseguia acertar a cesta vez ou outra, talvez tivesse alguma serventia para o time, mas não era isso o que lhe importava no momento, só queria uma desculpa para pegar o ônibus em outro momento e evitar o moreno sardento.

Foi torcendo por essas habilidades esquecidas que o loiro se dirigiu para a atlética do curso para saber qual das quadras era utilizada para os treinos e saber quem era o capitão do time.

Ao chegar lá não foi muito difícil encontrar o capitão do time, já que ele estava ali pegando as bolas de basquete para que pudessem iniciar o treino do dia.

— Posso te ajudar em algo? — Questionou o rapaz repleto de tatuagem que segurava algumas bolas em seus braços.

— Eu queria participar dos treinos de basquete. — Explicou o loiro, vendo o outro rapaz dar um pequeno sorriso com sua fala.

— Estavamos precisando de um novo jogador para entrar para o campeonato, que bom que apareceu. — Pontuou o rapaz, lançando uma bola em direção ao loiro que por instinto a segurou. — Pode me ajudar com algumas bolas? Sou Law, a propósito.

— Marco, é um prazer conhecê-lo. — Apresentou-se, logo auxiliando o rapaz a levar as esferas para o campo esportivo do campus.

— Achei até que ficariamos de fora esse ano, faltava um jogador para completar o time, ainda bem que você apareceu. — comentou Law, ajeitando melhor as bolas entre seus braços. — Você já jogou basquete antes?

— Quando eu estava no colégio, mas faz um tempo que não jogo, talvez esteja um pouco enferrujado. — Disse o loiro enquanto tentava acompanhar os passos apressados do outro. — Mass são só cinco jogadores, não é? Não tem mais gente no time?

amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora