capítulo 28

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A última aula havia se encerrado e Marco não tardou em guardar seu material e sair pela porta. Seus olhos logo caçaram o moreno de sardas pelos arredores, o encontrando encostado em uma das paredes. Ao percebê-lo não demorou para que vislumbrasse o sorriso brilhante do menor.

Marco sentira falta daquilo. Do sorriso caloroso e verdadeiro que Ace dirigia para si. Seu peito se aqueceu ternamente e um princípio de sorriso floriu em seus lábios.

— Ei, Marco. Como você está? Como foi a aula? — Questionou o moreno dando alguns passos até ele e parando um pouco distante, o suficiente para que seu braço alcançasse o maior se estendesse a mão, mas longe a ponto de saber que não se esbarrariam sem querer.

— Estou bem e você? Nada de especial hoje... E as suas? A gente vai 'pra algum lugar antes de ir pra sua faculdade?

— Melhor agora que estou com você. — Afirmou o moreno dando uma risada fofa ao dizê-lo. — Nada de novo sob o Sol... Quer comer algo antes? Tem uma barraca de yakissoba muito boa no caminho... O que acha?

— Fofo... Podemos ir pra onde quiser. Hoje você é o guia turístico.

— 'Tá bem, então vamos. É um dos melhores yakissobas que eu já comi, Marco. Sério, você vai ver. O molho é tão bom que dá vontade de encher uma tigela só pra tomar... Ah e antes que eu me esqueça... — O moreno levantou levemente a barra de sua blusa e apontou para a cicatriz pouco abaixo de seu umbigo. — Viu? É da retirada de apêndice.

— Exagerado. — Brincou o loiro direcionando o olhar para o local que o menor apontava. — Nunca havia reparado... N-não que eu tenha olhado tanto pro seu corpo para perceber...

— Jogado aos teus pés, eu sou mesmo exagerado. — Cantarolou o moreno dando uma risada nasalada em seguida. — Não, é? Deveria olhar com um pouco mais de atenção, então... Não iria reclamar...

O loiro deu uma baixa risada envergonhada, sentindo suas bochechas formigarem e esquentarem. Em questão de segundos, o maior desviou o olhar pelo embaraço da situação.

— Desculpa, passei dos limites? — Perguntou o sardento abaixando a blusa sem pensar duas vezes. — Foi mal, me empolguei...

— Não, tudo bem... Então, vamos?

— Vamos. — Concordou o menor abrindo um largo sorriso e caminhando em direção a saída do prédio.

Marco logo o seguiu, caminhando ao seu lado, enquanto o moreno se colocara a tagarelar sobre qualquer coisa que passasse em sua mente, até mesmo contava sobre as músicas de descobrira mais cedo no caminho para a aula, ou sobre alguma conversa que julgava ser engraçada e que ouvira no ônibus.

A conversa se seguiu tranquila a partir daí. Apenas algo casual e sem quaisquer desavenças. Algumas risadas e olhares eram trocados pelo caminho, mas nada além disso, havia um entendimento mútuo de que aquele era o limite que podiam chegar naquele momento.

Ao chegarem no lugar do yakissoba, o moreno logo tratou de fazer os pedidos e os levar para a pequena mesa em que o loiro se sentara para comerem.

— Você sabe sobre a lenda das pessoas jubiladas? — Questionou o menor puxando assunto, destacando um palitinho do outro para comer.

— Que lenda é essa? — Perguntou o loiro imitando o moreno e tentando encaixar os palitos entre seus dedos como Ace fazia.

— 'Tá vendo aqueles cachorros ali andando em bando? — O moreno apontou para o pequeno grupo de animais, o loiro soltou um baixo grunhido afirmativo. — Diz a lenda que são os alunos jubilados que se transformaram em cachorro e agora rondam pelas faculdades pra morder a bunda dos calouros.

amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora