capítulo 4

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Marco tentou com todas as forças fugir daquela resposta. Não queria dar uma chance para aquele rapaz, muito menos que o moreno continuasse com seus flertes inoportunos. Não que o rapaz não lhe fosse atraente ou bonito, ele o era com toda certeza, mas como poderia o levar a sério se lhe parecia totalmente irresponsável e imprudente, que nem ao menos havia lhe perguntado seu nome e já lhe roubou um beijo, além da tentativa de furtá-lo?

Era contradizente dar-lhe uma chance depois da maneira com que se conheceram. Após tentar evitá-lo ao máximo, por culpa da bizarra tentativa de furto por parte do moreno, seria como retroceder se lhe desse uma oportunidade.

Entretanto, ouvir os flertes e cantadas do sardento parecia ainda pior, não sabia até que nível o moreno poderia chegar e tinha um enorme receio em descobrir.

Duvidava muito que aquele rapaz lhe deixasse em paz depois que lhe desse uma chance. Toda aquela aparência do sardento parecia gritar por problemas, caos, desordem e rebuliço.

Aqueles olhos e sorrisos atrevidos lhe davam ainda mais certeza de que independente da escolha se envolveria em encrencas. Havia entrado sem querer em uma espécie de areia movediça que só o fazia se afundar cada vez mais.

Podia observar pelo canto de olho o moreno tatuado lhe dirigir um sorriso pequeno e complacente, vislumbrava a piedade sendo dirigida a si pelas brilhantes esferas âmbar. O desespero era evidente no rosto do loiro que tentava ao máximo não encarar o sardento que estava sentado sobre o freezer, o corpo inclinado em sua direção enquanto os dedos abriam a lata de cerveja que comprara a pouco.

Conseguia sentir a aura esperançosa do rapaz sendo direcionada a si, mesmo sem olhá-lo sabia exatamente como as orbes do moreno o observavam, da mesma forma como um filhote de cachorro olha para um prato de comida que não era seu.

— E então? Qual sua escolha, Marquinho? — Questionou o sardento em um tom quase cantarolado, as pernas balançando suavemente enquanto levava a lata de cerveja aos lábios, dando um longo gole, mantendo seus olhos fixos aos do loiro.

— Você não pode me dar a escolha de só me deixar em paz?

O moreno fez um leve biquinho como se pensasse no assunto, alguns segundos depois um barulho de negação saiu dos seus lábios e ele pulou de cima do freezer, dando um passo para ficar mais perto do loiro. Suas mãos repousando nos ombros do maior, um pequeno sorriso de consolo se delineando no rosto do sardento.

— Foi mal, mas não gosto de desistir do que eu quero e não creio que você ache tão ruim assim. Posso não ser um cara perfeito, mas não sou a pior opção, olha esse rostinho lindo, não é todo dia que se tem um Deus grego tão perto assim.

— Exibido. — Brincou o tatuado dando uma baixa risada. — Marco-ya, deveria dar uma chance, o Ace-ya não é tão mau assim, ele tem lá algumas qualidades e é mais teimoso que uma mula.

— Meu Deus, é a primeira vez que escuto o Law falar algo de positivo sobre mim. — Comentou o moreno, colocando a mão sobre o peito e fingindo enorme surpresa ao olhar para o tatuado. — Se eu fosse você, Marquinho, escutava o Law, ele é esperto, apesar da cara de bunda natural não aparentar.

— Que porra de insulto disfarçado de elogio foi esse?

— Brincadeirinha, o Law é esperto e tem um bom coração, além de ser ó, um pitelzinho. — Elogiou o moreno, mandando um beijinho para o tatuado que revirou os olhos. — Vai me dar uma chance?

O loiro inspirou profundamente, tentando juntar o resto de sua sanidade e paciência para responder aquele questionamento tão incisivo, foi quando o som de unhas batendo suavemente contra o freezer atraiu a atenção dos três, notando uma garota ali, apoiando as mãos no eletrodoméstico, os olhos atentos focados única e exclusivamente no sardento.

amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora