capítulo 19

214 46 3
                                    

Marco andava de um lado para o outro em seu quarto, suas mãos pegando algumas mudas de roupas e acessórios que achava que seriam necessários em uma viagem, enquanto tentava equilibrar o celular entre seu ombro e sua orelha.

Podia ouvir a voz animada do outro lado da linha comentando ora ou outra sobre o que estava pegando e colocando em sua própria mala.

— Não esquece de levar uma sunga, ou uma bermuda, mas se tiver uma sunga seria bem melhor. — Comentou o moreno do outro lado da linha, dando uma risada divertida.

— 'Pra quê? Não lembro de terem falado sobre piscina ou algo do tipo... — Questionou o loiro ao mesmo tempo em que caçava o objeto em seu armário. — E qual a da sunga? Por que seria melhor?

— Oras, sem perguntas, Marquinho, só confia em mim. — Pontuou Ace fazendo um baixo som afirmativo. — E por quê? Não é óbvio? Quero uma visão melhor de você, é por isso.

— Pervertido... Deveria ter imaginado, mas 'pro seu azar não tenho nenhuma sunga. — Mencionou Marco dando uma risada ao ouvir o murmúrio desolado do menor.

— Droga... Vou ter que providenciar uma, então. — O loiro podia até mesmo visualizar o sorriso divertido que o moreno possuía ao dizer aquilo. — Você vem com a gente depois da aula, né?

— Estarei esperando... Vou, você já perguntou isso algumas boas vezes. — Disse o loiro fechando sua mala. — Está com medo que eu fuja, é?

— Mesmo? Vou arrumar uma sunga 'pra você e é agora. — Afirmou o moreno entre risadas. — Claro que não, se você tentasse fugir, eu iria te buscar.

— Não duvido nada... — O maior parou de falar ao ouvir batidas na porta e a voz de Izou lhe chamando. — Ace, eu preciso desligar agora, nos vemos amanhã.

— Tudo bem. Até amanhã, Marquinho.

O loiro manteve o celular próximo a orelha, ouvindo a respiração alheia sair pelo alto-falante do aparelho. Aquele pequeno momento de silêncio em que nenhum dos dois parecia disposto a desligar o celular causou baixas risadas.

— Você pode desligar, sabia? — Comentou Marco, seus lábios se curvando suavemente para cima ao ouvir o timbre alheio sibilar em uma risada um tanto envergonhada.

— Eu sei, mas você também pode desligar... Gosto de ouvir sua voz.

O loiro sentiu suas bochechas esquentarem levemente e riu baixo, sentindo-se um tanto ansioso, seu âmago formigando e se revirando suavemente. Sua mente parecia tão leve naquele momento, um sentimento de felicidade pura e genuína que parecia diferente de tudo que já sentira antes.

— Eu tam... — Mais algumas batidas na porta fizeram o loiro interromper sua fala. — Eu realmente tenho que desligar agora...

— Posso te ligar mais tarde?

— Ah, pode. Te mando mensagem quando estiver livre... Eu... Até mais tarde, Ace.

— Até mais tarde, Marco. Eu gosto muito de você. — Declarou o moreno pouco antes de encerrar a chamada, deixando o loiro aturdido, o celular encostado na orelha enquanto os apitos do fim da ligação ressoavam.

Seu coração bateu acelerado com aquilo e seu corpo não o respondeu por alguns segundos, processando aquelas palavras dirigidas a si. Aos poucos retornou a realidade e seguiu para a porta, abrindo-a e vendo Izou parado ali.

— O jantar está pronto, Thatch pediu para te chamar... Com quem tanto conversava, hm? Era o capricorniano? — Questionou o moreno, notando as bochechas do irmão adquirirem uma leve coloração rubra. — Parece que acertei. Em que pé vocês estão?

amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora