capítulo 23

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Depois do banho no banheiro comunitário da enorme chácara alugada para o campeonato, os dois rapazes seguiram para retornarem as barracas e para que o loiro colocasse seu uniforme para os primeiros jogos do dia. O moreno seguia em frente, saltitando e cantarolando, a bermuda sendo a única peça de roupa que cobria sua nudez, deixando a mostra suas costas com os escritos e desenhos que os amigos haviam feito.

Marco até havia pensado em avisá-lo sobre, mas ficou quieto como forma de se vingar pelo moreno ter lhe enganado e nem ao menos explicado o que ele queria testar com aquilo. Algumas pessoas que passavam por eles acabavam por dar risada e logo seguiam seus caminhos.

Nas primeiras risadas, o moreno nada disse, apenas ignorou e fingiu que nada acontecia. Contudo, depois de um tempo, começou a se incomodar com a situação, sem entender direito o que estava acontecendo.

— Marco, tem algo na minha cara? Ou sei lá, grama no meu cabelo? Eles 'tão rindo de mim? — Questionou o menor fazendo um enorme bico.

— N-não, tudo normal. — Respondeu o loiro tentando conter a risada.

— Marco... Você 'tá mentindo, até gaguejou. Você sabe o que é, só não quer me contar.

— Talvez eu saiba... Mas não vou te dizer nada, a menos que...

— A menos que o quê? Fala, eu faço o que você quiser. — Afirmou o menor se virando para ficar de frente para o loiro.

— Que me conte o que queria testar mais cedo.

— Não era nada demais... Só queria confirmar algo sobre o que você sentia por mim.

— E conseguiu?

— Uhum, agora pode me dizer por que todos estão rindo de mim?

— 'Tá... Tem um desenho de pinto na sua nuca até um pouco abaixo dos seus ombros e "eu sou otário, leia e repasse" aqui. — Comentou o loiro, virando o corpo do menor e tocando na metade de suas costas. — E um coelho mal feito aqui, esse fui eu que fiz, estava sem ideias.

— O pinto foi o Kid, né? A cara dele... Você pode me ajudar a limpar? Eu não alcanço... Menos o coelho, esse você pode deixar, vou guardar de recordação.

— Por que quer guardar? Ficou um desenho horrível.

— Oras, porque foi você que fez. É como um presente seu, então, vou guardar com todo o carinho.

O loiro prendeu a respiração um pouco, sentindo seu peito aquecer com a forma terna com que o moreno lhe dissera aquilo. Suas mãos viraram o corpo do sardento, subiram inconscientemente para as bochechas do menor e o puxaram para um longo selar, mantendo suas bocas unidas durante os segundos que se seguiram.

[...]

Depois dos jogos da primeira fase do campeonato, uma animada festa começou no local. Todos estavam empolgados sem se importarem com quem havia vencido ou perdido, apenas se divertindo e bebendo naquele meio. A música tocava alta pelo lugar e as batidas animadas faziam as pessoas pularem e dançarem. Já fazia um bom tempo que estavam ali se divertindo, bebendo, jogando conversa fora e rindo. Em determinado momento da festa até mesmo haviam perdido Kid e Law de vista, mas nenhum dos dois parecia se importar naquele momento, afinal, imaginavam que o tatuado e o ruivo estivessem juntos.

— Ei, Marquinho, vocês foram muito bem hoje, aquela enterrada no final foi excepcional. — Comentou Ace em um tom empolgado, o copo quase vazio em suas mãos sendo levado até seus lábios. O moreno sorveu o resto do conteúdo e passou seus braços pelo pescoço alheio. — Sua bunda fica muito gostosa naquela bermuda.

O loiro sentiu seu rosto se aquecer com aquele comentário dito em um tom totalmente insinuante, assim como sentiu seu corpo estremecer com as unhas do menor raspando suavemente em sua nuca, fazendo uma carícia na região.

amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora