Quebra-cabeça do meu coração

Capítulo 6: Revelações

Acordei quando o sol entrou no quarto de Edward, minha cabeça descansando em seu peito, sua mão nas minhas costas. Eu estava me sentindo confortável e aconchegante, sem vontade de fazer nada que pudesse atrapalhar esse momento de segurança. Sua pele era macia e reconfortante contra a minha, enquanto o ar ao nosso redor estava pesado com uma mistura do cheiro de Edward.

Enquanto eu ainda estava me deleitando com a perfeição desta manhã, minha mente começou a estragar tudo. Uma vozinha na minha cabeça me lembrou que, novamente, eu deixei um homem estar mais perto do que realmente me sentia confortável. Isso estava muito perto de ser um relacionamento.

Eu deixei claro para Edward que não estava procurando um namorado, e ele não se opôs.

Eu não aguentava mais os sentimentos conflitantes dentro de mim, então decidi fugir da cama e ir para um lugar mais seguro, longe do corpo quente e maravilhoso de Edward.

Ao sair do quarto, encontrei uma camisa masculina de pijama de cetim em uma cadeira. Eu o peguei e sai furtivamente do quarto.

Depois de ir ao banheiro, me aventurei a explorar o apartamento, vestindo nada além da blusa do pijama de Edward. Primeiro, abri a porta do quarto que ficava bem ao lado do quarto. Espiando lá dentro, vi que estava abarrotado de caixas de mudança e móveis embrulhados em plástico. Em um canto havia um frasco contendo tinta para as paredes, assim como um rolo de pintura e alguns pincéis. Ele não parecia ter terminado de se mudar ainda.

Fechei a porta novamente, fazendo meu caminho para a sala de estar. Era espaçoso, com paredes bege claro, um grande sofá branco de aparência confortável e uma mesa de centro de vidro. Atrás disso, havia uma prateleira de metal com painéis de vidro. Uma grande TV de plasma de última geração estava em cima dela.

Do outro lado da sala, havia uma mesa de jantar com seis cadeiras em frente a uma ampla janela. À esquerda, havia uma espaçosa cozinha aberta. A mobília era de alta qualidade e moderna, mas não fazia o ambiente parecer frio. Todo o lugar, exceto a cozinha e o banheiro, tinha piso de madeira escura. A moldura da mesa de centro, a mesa de jantar, a estante, que cobria uma das paredes do chão ao teto, e as duas cômodas, que ficavam contra a parede oposta, eram todas feitas de madeira escura, também.

Os armários da cozinha tinham portas brilhantes cor de baunilha, enquanto os armários pareciam ser feitos da mesma madeira que o resto da mobília era. Abri algumas portas antes de encontrar um copo e enchê-lo com água da torneira.

Depois de engolir alguns goles, inspecionei meus arredores novamente. Edward tinha uma bela casa que parecia combinar perfeitamente com sua personalidade. Era aconchegante, moderna, elegante, mas confortável. Sempre imaginei, um dia, morar em uma casa decorada assim.

Voltei para a sala de estar, parando em frente à parede coberta de prateleiras. As prateleiras estavam apenas parcialmente cheias de livros e CDs. Contra a parede havia várias caixas com os rótulos "livros" e "música".

Por mais curiosa que estivesse com o morador deste apartamento, abri uma caixa e tirei alguns CDs. Ele tinha muito jazz e indie rock, algumas bandas contemporâneas e muitas antigas. E havia alguns CDs com música clássica também. Dei uma olhada nos CDs que já estavam nas prateleiras e entendi imediatamente que Edward organizou seus CDs em ordem alfabética pelos nomes dos artistas. Então achei que poderia ajudá-lo a desempacotar um pouco.

O terceiro CD que eu olhei tinha um pequeno pedaço de papel sob a tampa, que dizia "Para Edward - de Tanya". Fiz uma pausa, me perguntando sobre o significado daquela mensagem, mas tentei não pensar muito nisso. Depois de mais cinco, havia outro com uma mensagem, "Para meu namorado - com amor, Tanya". Quando encontrei várias outras mensagens desta ameaçadora Tanya, não consegui evitar que parte da minha mente se preocupasse com essa conexão. Mesmo assim, continuei desempacotando a caixa com a qual havia começado até que ela estava vazia.