Queridos leitores, o caminho até aqui foi deveras tortuoso, tentarei, por um breve momento, resfriar vossas mentes a partir de um cessar fogo contra a ideologia neofeminista. Em cada ser, acredito, há um apreço por alguma criaturinha do reino animal, é sempre interessante ouvir sobre as peculiaridades de espécies exóticas ou sobre o comportamento atípico de outras. Este, que vos escreve, ama os animais de forma distante, não gosto de cachorros ou gatos, mas há em mim um respeito absoluto por toda existência animal, e o amar está mais para o respeitar do que para o gostar. E não retenho a minha curiosidade, sou dono de uma vontade inesgotável de conhecer e aprender sobre essas fantásticas criaturas que coexistem conosco nesse mundo.
Acredito que todos conheçam as hienas, risonhas, de má fama, da ordem carnívora e pertencente a família Hyaenidae, que já chegou a ser composta por 24 espécies diferentes. Elas habitam as planícies e savanas africanas e também no oeste da Ásia, nenhuma espécie de hiena, felizmente, corre risco de extinção. Embora com papel importantíssimo para o ecossistema, a família da hiena é a menor entre os mamíferos, possuindo apenas quatro espécies na atualidade: hiena-malhada, hiena-riscada, hiena-castanha e hiena proteles. As hienas possuem semelhança em aparência com os felinos, mas seus hábitos são ainda mais parecidos com os caninos.
As hienas são carnívoras de médio e grande porte e estão nos postos mais altos da cadeia alimentar, elas não possuem exigências em seu cardápio, alimentam-se de carcaças de animais selvagens em decomposição ou de restos mortais de presas deixadas para trás por outros predadores. Apesar de serem caçadoras bem-sucedidas são conhecidíssimas por roubarem presas de outros predadores. A sua dentição é composta por 32 a 34 dentes, seus dentes possuem um formato de cone e uma espessa camada de esmalte, são fortes e adaptados a mastigação de ossos, as hienas têm músculos enormes na mandíbula, tornando-a fortíssima, capaz de estraçalhar ossos facilmente. A hiena possui uma das mordidas mais fortes, sendo ela superior em pelo menos três vezes a de um rottweiler.
As hienas trabalham na limpeza do ecossistema, o suco gástrico de seus estômagos destroem tudo, possibilitando que as mesmas tenham as mais variadas refeições, a hiena proteles, conhecida como lobo-da-terra, merece uma menção honrosa, pois também é insetívora. A aparência das hienas é bastante característica, possuem uma cabeça grande em relação ao corpo, suas orelhas também são grandes, com bicos pontudos ou arredondados, podem medir mais de um metro e meio (com a cauda) e pesar em torno de 70-80kg. Suas patas traseiras fortes e musculadas são menores do que as dianteiras, por isso andam como se mancassem, o que deixa a impressão de que são desengonçadas e de que há uma falta de simetria em sua estrutura. As hienas não são corredoras velozes, mas compensam essa falta com uma alta resistência, podem ser capazes de perseguir uma presa por vários quilômetros, tem hábitos noturnos, embora também sejam ativas durante o dia e são famosíssimas por produzirem um som parecido com o de uma risada.
As sociedade das hienas são dominadas pelas fêmeas, cada clã possui uma matriarca, que toma a posição de alfa. As hienas fêmeas são maiores que os machos e possuem comportamentos de altíssimos níveis de agressividade, que gera hormônios masculinos e interfere na procriação. O domínio feminino é bastante incomum entre os mamíferos, pesquisas recentes descobriram que das mais de 5 mil espécies conhecidas, apenas uma pequena quantidade é regida por conceitos matriarcais. Entre os mamíferos que apresentam liderança feminina em suas respectivas sociedades estão: orcas, leões, hienas-malhadas, bonobos, lêmures e elefantes.
Na guerra, a paz que não é absoluta, não é paz, mas apenas um intervalo para novos conflitos. A sociedade humana é patriarcal, sendo algo natural e em concordância com os critérios evolutivos, conclui-se como um padrão inevitável. No entanto, nós, os homo sapiens, somos, diferentes dos outros animais, sendo capazes de questionar os padrões sociais e solicitar uma mudança ao meio existencial. O neofeminismo demonstra uma ampla insatisfação aos conceitos sociais patriarcais, e deseja a destruição, a queda do “sistema” atual. Quando um governo cai, ergue-se outro, os seres grupais anseiam por liderança, e os humanos, extremos, não intimidam-se com o extremismo, não querem liderar ou serem liderados, mas sim dominar e serem dominados.
A sociedade patriarcal é considerada um fiasco, então, qual seria o elemento dominante ideal? Há três sociedades possíveis: patriarcal (a atual), matriarcal e a “androgeniarcal”. A sociedade “androgeniarcal” seria uma sociedade regida pelos dois sexos, onde o masculino e o feminino em conjunto direcionariam a sociedade humana, sem o benefício de um em detrimento do outro, sem o domínio do mais fraco sobre o mais forte, sem opressor ou oprimido, o mais perfeito sistema de igualdade que direcionaria a sociedade para além dos interesses individuais, que seriam os interesses da humanidade. Essa terceira via possui uma estrutura filosófica lindíssima, mas é inviável, uma quimera, algo fora de cogitação. Das três possibilidades, duas estão eliminadas, a patriarcal por “não poder mais continuar” e a “androgeniarcal” por ser inconcebível, resta-nos então apenas uma, a matriarcal.
O neofeminismo não esconde a sua repugnância pelo homem, afirma e reafirma a superioridade feminina em questões éticas e morais, também uma maior capacidade de liderança e julgamento. Todas as debilidades da sociedade patriarcal são atribuídas ao homem, como se ela fosse a personificação sistemática do masculino, e todos os males, violência, opressão, insegurança, guerras, corrupção, egoísmo, afligissem a sociedade devido a incompetência de seus fundadores. O feminino é tido como exemplar, perfeito, coerente, enquanto o masculino é vinculado a tudo que é negativo, essa visão elevada, narcisista, do neofeminismo sobre o feminino é a declaração de que a transição do patriarcado para o matriarcado seria o ideal, a mudança do imperfeito para o perfeito, a passagem do ruim para o bom. O que de fato mudaria se a sociedade fosse matriarcal? Seríamos melhores e não mais existiria opressão? Proponho a criação de uma sociedade humana matriarcal hipotética, baseando-se nas ideologias femininas mais relevantes, visando uma compreensão do que isso seria na prática.
Há algumas sociedades animais matriarcais que podem ser observadas e usadas como ponto de referência e análise comparativa. Os bonobos, uma espécie de primata, com cerca de 99% do seu DNA idêntico ao humano, vivem em uma sociedade matriarcal. Carla Araújo Vieira, graduada em Ciências Biológicas pela USU, apresenta-nos os bonobos.
“O bonobo (Pan paniscus), também chamado de chimpanzé-pigmeu recebeu este nome por ter surgido na terra dos pigmeus, mas não apresentam nenhuma redução de tamanho quando comparado a outros chimpanzés. É uma espécie endêmica da República Democrática do Congo, e encontrada apenas nas densas florestas equatoriais ao sul do rio Congo. Bonobos ocupam uma variedade de habitats, incluindo florestas densas, úmidas, pântanos, secas, florestas secundárias e savana.
O bonobo é um símio do grupo dos primatas, semelhante ao chimpanzé e distinguem-se destes por apresentar pernas relativamente longas, lábios cor-de-rosa e o rosto moreno. Segundo estudos genéticos o animal mais próximo ao ser humano. Como todos os integrantes do grupo dos primatas, apresentam face pequena e cérebro grande quando comparados ao resto da face. Nas últimas três décadas, as organizações de pesquisa e conservação têm apoiado ao governo do Congo em seus esforços para proteger esses animais únicos, pois devido a sua proximidade com os humanos a classe científica poderia propor inúmeras teorias para entender a evolução e as características humanas.
As principais características da espécie são: uma postura ereta, uma cultura matriarcal e igualitária. Os bonobos são principalmente frutívoros, mas também comem vegetação (folhas, sementes, cogumelos, algas e plantas aquáticas), invertebrados (larvas, térmitas, formigas, minhocas) e ocasionalmente peixes e pequenos e médios mamíferos. Eles vivem em comunidades de em média 30-80 indivíduos, movendo-se em grupos menores quando em busca de alimento.
As fêmeas e os jovens emigram de suas comunidades natalinas e se mudam entre as comunidades vizinhas antes de se estabelecerem permanentemente em um grupo. Os machos geralmente permanecem na comunidade natal. Os machos de Bonobo são menos territoriais e menos agressivos para com os machos das comunidades vizinhas. As coalizões femininas influenciam as estratégias de acasalamento e a partilha de alimentos, e são mantidos e reforçados por comportamentos únicos aos bonobos conhecidos como esfregaço genital. Este comportamento também serve para reduzir as tensões sociais. A massa corporal em machos varia entre os 34 a 60 kg, contra uma média de 30 kg nas fêmeas. O comprimento total dos bonobos (desde o nariz até a anca) é de 70 a 83 centímetros.
Os bonobos são capazes de se comunicar de forma primária e têm expressões faciais semelhantes às produzidas pelos seres humanos, consequentemente, podem ser reconhecidas pelos seres humanos.
Através de um acordo mundial, diversos pesquisadores de fora do Congo têm intensificado as suas pesquisas na região e analisado os dados obtidos sobre os bonobos. Pesquisas atuais identificaram que, apesar do imenso esforço investido, os dados coletados entre 2003 e 2010 cobriram menos de 30% da faixa geográfica do bonobo. Os dados quantitativos eram muito irregulares para permitir que o número total de bonobos restante fosse estimado. No entanto, as pesquisas sistemáticas que foram conduzidas dão uma população mínima de aproximadamente 15.000-20.000 indivíduos.
Os bonobos encontram-se listados na lista vermelha de espécies ameaçadas, isto quer dizer que corre sério risco de extinção. Os principais fatores são a caça predatória para consumo da carne e como troféu para os caçadores. As leis nacionais do Congo e internacional proíbem a caça e a captura do animal para qualquer finalidade, mas aparentemente não surtiu efeito no número de indivíduos capturados e mortos anualmente. Outra ameaça aos bonobos é a exploração dos recursos naturais do Congo que tem se intensificado com as guerras, instabilidade econômica e política ocorridas no país.”
A liderança feminina na sociedade dos bonobos é excelente, a convivência dos indivíduos é amistosa, organizada e colaborativa. Podemos, então, tomar como exemplo a sociedade dos bonobos e afirmar que se a sociedade humana, como a dos bonobos, fosse matriarcal, teríamos resultados semelhantes? É muito provável que não. Se por algum acaso, a nossa sociedade se tornasse matriarcal, supondo que isso seja possível, como uma troca de governo, as líderes seriam as neofeministas, as principais opositoras da sociedade patriarcal. É intuitivo afirmar que essa nova sociedade seguiria os padrões do neofeminismo, não teríamos a mesma sorte que os bonobos, não haveria liderança, mas sim domínio.
As fêmeas bonobos possuem aptidão para a liderança, são altruístas, pacificadoras e colocam o bem-estar do grupo acima de seus próprios interesses. Takeshi Furuichi, da Universidade de Kyoto, no Japão, especialista em bonobos, explica que são as fêmeas que organizam os planos de viagem do grupo, sendo elas as primeiras a alimentarem-se, já que são responsáveis pelo “preparo" do jantar. As fêmeas são menores do que os machos, a massa corporal dos machos é de 34kg a 64kg, enquanto a média de massa corporal das fêmeas é de 30kg, mas isso não afeta a liderança feminina, as bonobos provam que “tamanho não é documento”. Conflitos internos são raríssimos na sociedade dos bonobos, as fêmeas mesmo sendo menores, atuam como pacificadoras quando surge algum problema.
Takeshi revela que as fêmeas dificilmente vencem uma luta individual contra um macho, mas quando elas reúnem-se para lutar, sempre ganham. Os bonobos destacam-se por seus altos índices de comportamento sexual, tanto que preferem fazer amor à terem que brigar. O contato íntimo é bem comum e as fêmeas usam o sexo “como uma ferramenta para aliviar as tensões entre os membros da espécie”. E nesse ponto as fêmeas bonobos distinguem-se das fêmeas humanas. Em um momento de tensão, as fêmeas bonobos usam o sexo para aliviar os machos, visando o bem-estar da sociedade, já na sociedade humana, quando há um problema entre um casal, por exemplo, algumas mulheres cortam as relações sexuais como forma de punição, chantagem ou vingança, o estresse da abstinência sexual apenas intensifica as tensões. As mulheres também estão de certa forma dificultando o sexo, impondo exigências e em muitos casos, visa-se algum benefício em troca da relação sexual, os homens não promissores são excluídos, enquanto alguns poucos monopolizam as relações sexuais. As nossas fêmeas não utilizam o sexo para o bem comum da sociedade, a capacidade de satisfazer é utilizada para negociar com os machos. Os bonobos usam o amor para conter os conflitos, já na sociedade humana o amor é o conflito.
Há indícios de que possa não haver entre os bonobos, assim como não há entre os humanos, uma relação direta entre sexo e reprodução. Diferente da maioria das fêmeas de outras espécies, as fêmeas bonobos são receptivas ao sexo mesmo fora do período de fertilidade. A relação sexual está intimamente ligada a sobrevivência dos bonobos, pois funciona como um agente contentor de agressividade, tanto que ambos os sexos até mesmo envolvem-se frequentemente em relações homossexuais para apaziguar conflitos, obter status social, afeto, excitação e para redução do estresse. O ato sexual é o procedimento, a fórmula para a reprodução e a sobrevivência das espécies depende do sexo. Reproduzir é garantir o futuro da espécie, e os humanos não se comprometem tanto com a causa, possuímos raciocínio, capacidade de analisar e questionar, a reprodução para nós pode apenas ser um estorvo, mas ainda assim sentimos desejo sexual, que nos leva ao ato sexual, o ato sexual fornece uma recompensa, o prazer, e uma consequência, filhos. O instinto de sobrevivência, o nosso inconsciente, tem total compromisso com a reprodução, por isso é importante que algo nos motive para o ato sexual, sem o prazer, o sexo não faria sentido, como se não fosse do nosso interesse a perpetuação da espécie e estivéssemos contribuindo para a nossa sobrevivência, pelo simples fato de que há em primeiro lugar, um benefício humano antes dos benefícios a humanidade. O sexo na sociedade humana está relacionado com o prazer, os humanos realizam o ato sexual, alcançam a sua recompensa, o prazer, e evitam a consequência, a reprodução, por meio de preservativos, anticoncepcionais e entre outros, atingem o interesse humano e negligenciam os interesses da humanidade.
Não é muito lógico fazer comparações comportamentais entre humanos e bonobos, então façamos de conta que seja, em vez de elevar os bonobos ao nível dos humanos, reduzirei os humanos ao nível dos bonobos, tratarei o homo sapiens como qualquer outro animal, para possibilitar comparações entre as sociedades. Pelo que foi apresentado, é lícito concluir que as fêmeas bonobos são mais altruístas, gentis e líderes melhores do que as fêmeas humanas seriam. Então, o fato da sociedade matriarcal dos bonobos ser eficiente, não é uma garantia de que uma sociedade matriarcal humana seria positiva, visto que as sociedades animais é um reflexo direto daqueles que estão na liderança. É preciso encontrar uma sociedade matriarcal ativa, onde as líderes assemelhem-se com as fêmeas humanas, em matéria de comportamento e relação social para estabelecer uma noção de como seria uma sociedade humana matriarcal.
As neofeministas, as mais prováveis líderes de uma sociedade humana matriarcal, demonstram desprezo e possuem as piores expectativas quanto aos homens, há nelas um ressentimento radical e generalizado que poderia dar aos homens uma existência sofrida em uma sociedade regida por elas. Retorno a introdução deste capítulo, para dar sentido a participação das hienas, dentre todas as sociedades matriarcais do reino animal, as líderes que mais assemelham-se com as neofeministas (as mais prováveis líderes de uma sociedade humana matriarcal) são as hienas. Na sociedade das hienas há um sistema hierarquizado, onde as fêmeas ocupam os cargos mais altos e os machos os mais baixos, subjugados e maltratados.
A existência das hienas masculinas é deplorável, a infância é o único momento agradável de suas vidas, os filhotes de ambos os sexos ocupam um lugar logo abaixo de suas mães na hierarquia social do grupo. Os filhotes desfrutam de comida, conforto e proteção, porém, quando os machos alcançam a maturidade sexual, por volta dos dois anos de idade, são forçados a abandonar o clã e partir em uma solitária e perigosa busca por um novo clã, onde eles tenham mais chances de acasalamento. Isso acontece porque as hienas fêmeas não gostam de acasalar com hienas machos que cresceram junto com elas (uma possível estratégia da natureza para evitar relações parentais). Os machos que aventuram-se na busca por um novo clã, precisam se submeter a diversas humilhações para serem aceitos em um outro grupo. E quando conseguem passar por todo doloroso processo de entrada, passam a ocupar o último lugar na hierarquia, e simultaneamente, na cadeia alimentar, tendo que se contentar com restos para não passar fome.
A mobilidade social na sociedade das hienas para os machos, é totalmente limitada as posições subordinadas, a posição mais elevada que um macho adulto pode alcançar é o posto logo abaixo da fêmea com a patente mais baixa na hierarquia social. Os machos apenas sobem de hierarquia por meio da entrada de outro macho no grupo, que passará a ser o mais novo, ou por meio da morte de outro macho acima dele. Jamais uma hiena macho será igual ou superior a uma hiena fêmea, a sociedade é totalmente dominada pelas fêmeas. Os machos tem a metade da expectativa de vida das fêmeas, tendo que conviver com ferimentos causados pelas represálias femininas e seus dentes deterioram-se mais cedo por terem que comer ossos com muita frequência, os machos vivem em média 4 anos, enquanto as fêmeas vivem em média 8 anos.
O processo reprodutivo depende principalmente das fêmeas, elas dominam as relações sexuais, fazendo com que o sexo só ocorra quando desejarem. As fêmeas possuem um pseudo-pênis, que na verdade é um clitóris estendido, podendo chegar a incríveis 17 centímetros. Na época de acasalamento, as fêmeas retraem o clitóris para possibilitar a penetração do pênis. E por as fêmeas serem malvadas e agressivas é aconselhável que o macho tenha certeza das intenções femininas antes de cortejar, para que não morra ao se aproximar de uma pretendente. Desejo de domínio, subordinação dos machos, controle sobre o sexo, complexo de superioridade, desprezo pelo masculino, interesses femininos à frente da sociedade como um todo e benefícios para as fêmeas em prejuízo dos machos, são comportamentos e padrões presentes na sociedade matriarcal das hienas que assemelham-se com a conduta e os pensamentos neofeministas.
Os humanos machos dominaram a sociedade, dando a ela fundamentos patriarcais, pela mesma razão que as hienas fêmeas dominaram a sua própria, estabelecendo as bases matriarcais. A evolução deu a ambos, em relação aos seus respectivos sexos opostos, capacidades físicas mais elevadas, como estatura, força, velocidade e resistência, fazendo com que o domínio, tanto do hominídeo macho, como da hiena fêmea, perante as suas sociedades fosse inevitável, um advento da natureza totalmente natural. Não há influências socioculturais sobre a instauração da sociedade humana, pois os fatores evolutivos não só antecedem os fatores sociais, como também criaram tudo que se entende por sociedade e cultura. O neofeminismo sustenta a ideia de que a sociedade patriarcal é nefasta, e seus fundadores, os homens são opressores e indignos de liderança. O neofeminismo demoniza o homem em todos os âmbitos sociais, e a partir do processo de demonificação, está anulando todas as virtudes humanas do masculino, tratando o homem como uma criatura incapaz de controlar os próprios instintos, opressora, má intencionada e insensível.
Para o neofeminismo, não existe homem na posição de vítima, há diversos casos de falsas acusações de estupro contra homens que arruínam suas vidas para sempre, mas quase não há comoção nesses casos. Basta a palavra de uma mulher, sem a apresentação de provas, para que um homem, seja condenado pela sociedade, sem sequer ter a chance de defender-se. O neofeminismo descredibilizou a figura do homem, dando-lhe o estereótipo de opressor, existe o extremo negativo do masculino, o machismo, mas não existe um extremo negativo feminino, e todas as maldades são atribuídas ao extremo negativo do homem. Fala-se da má vontade das maldades femininas, todos que ousam tocar nessa questão sofrem algum tipo de represália, como se o feminino fosse perfeito na medida que o masculino é imperfeito.
Há muito otimismo em torno do “e se a sociedade fosse matriarcal?”. Se essa sociedade fosse regida pelos ideais neofeministas, a política seria em torno de ressentimento. O “oprimido” tornar-se-ia “opressor”, não haveria liderança, mas sim domínio, as neofeministas pregadoras da “dívida histórica" e amantes de privilégios, condenariam os homens ao ressarcimento de todos os prejuízos que as mulheres supostamente sofreram por suas ações. Os homens teriam que se subordinar, abrir mão de qualquer posição de chefia e silenciarem-se perante os principais assuntos, pois todo “lugar de fala” seria feminino. As mulheres já dominam o sexo, já que são mais racionais quanto aos desejos, enquanto os homens colocam-se na obrigação de provar o seu valor para conquistar uma mulher (tudo pela satisfação sexual). As mulheres possuem consciência do seu “valor" e se dão ao trabalho de apenas escolher o melhor dos melhores, visando o seu próprio benefício. Nesse cenário, sexo não seria tão acessível ao homem, as relações sexuais só ocorreriam quando fosse conveniente ao feminino, quando elas bem entendessem, os homens não passariam de capachos frustrados, e possivelmente, sofreriam mais pela abstinência sexual do que por qualquer outra coisa, pois colocam o sexo acima de tudo.
Não trago boas novas, mas também não sou um mensageiro do caos. Escrevo em tom de análise, ainda que meus escritos soem como lamentações. É o fim de um pensar.
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Em defesa do homem: o processo de demonificação
Non-FictionO homem está sendo colocado no extremo negativo existencial, sentado no banco dos réus, sem chances de defesa, em um julgamento, onde o acusador é também vítima e juiz. O masculino está passando por um "processo de demonificação", protagonizado pelo...