Chapter One

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Lauren Jauregui Point Of View

Barulhos de crianças rindo e chorando, latidos de cachorros, adultos rindo ou gritando o nome de alguém, barulho das folhas das árvores dançando enquanto o vento bate em seus galhos, o canto dos pássaros, minha respiração ofegante. Esses são alguns dos sons que consigo ouvir nesse momento.

Paro perto de uma árvore e inclino meu corpo um pouco para frente e solto o ar pela minha boca, endireito meu corpo e vou andando lentamente até uma barraca ali perto, na intenção de comprar uma garrafa d'água.

Corrida, é o que faço toda manhã antes de ir trabalhar, as vezes o parque se encontra cheio, como hoje, as vezes ele não está tão movimentado. Nada me deixa mais preparada para um dia novo do que uma bela corrida matinal, acordar cedo e colocar o corpo para trabalhar.

Puxo um pouco o short de lycra que fica no meio de minhas cochas e olho a hora em meu relógio de pulso, hora de voltar para casa, jogo a garrafinha no lixo próprio para aquele material e começo a correr de novo, dessa vez de volta até minha casa.

Dos meus amigos, a única que talvez pudesse vir correr comigo durante a manhã seria a Leah, ela tem sua própria academia e ama exercícios físicos, e a que eu tenho certeza que não viria, seria a Lucy, pobre Vero. Todo dia a Normani zoa a Lucy no grupo por sua preguiça de nascença.

Assim que chego em casa eu bebo mais um pouco de água e vou até meu quarto e começo a retirar minhas roupas e jogo dentro do cesto de roupas sujas, ouço meu celular e imediatamente o procuro para poder atendê-lo.

— Alô - seguro o celular entre minha orelha e meu ombro, me enrolo em uma toalha e vou em direção ao closet e procuro por um dos meus uniformes.

Bom dia bombeira - reconheço a voz de Vero - já chegou no trabalho?

Ainda não - saio do closet e deixo meu uniforme em cima da cama - acabei de chegar da minha corrida matinal.

DEUS ME LIVRE - ouvi a voz de Lucy ao fundo e deduzi que Vero estava com o celular no viva voz.

— Ela já levantou? - fui até o banheiro e deixei meu celular em cima da pia e liguei a função de viva voz.

— Ela já acordou - Vero falou num tom de voz em reprovação - levantar que é bom, nada. Diz ela que ainda esta criando coragem, que o cérebro ainda esta se adaptando, e os olhos se acostumando com a luz do dia.

— Essa é a Lucy - falo sorrindo - você queria alguma coisa, aconteceu algo?

— Nah - me olhei no espelho e vi meu cabelo amarrado em um rabo de cavalo e alguns fios soltos - só queria saber se hoje era mesmo o seu dia de trabalho ou se era amanhã...

— Amanhã estarei em casa - desfiz o rabo de cavalo de meu cabelo e deixei o elástico em cima da pia - hoje ficarei 24hrs... algum convite?

— A Mani queria ir a um pub hoje a noite, a Leah já confirmou, Lucy e eu também, mas já sei que você não vai poder - ela suspirou.

— Realmente hoje não dá - bocejei - mas podemos marcar para outro dia - olhei mais uma vez as horas em meu relógio de pulso - Vero eu preciso mesmo desligar, tenho que chegar cedo e passar pelo cerimonial de serviço da equipe.

— Claro, me desculpa - ouvi um barulho do outro lado - LUCY SE VOCÊ NÃO LEVANTAR AGORA... - "já estou levantando, olha só, tá vendo, levantei mulher, meu Deus" ouvi a voz de Lucy e comecei a rir - Lauren eu vou te deixar cuidar, eu preciso matar minha futura esposa.

Antes dela desligar eu pude ouvir um grito de Lucy, certeza que a Vero jogou algo na mesma. Deixei o celular em cima da pia e fui até o chuveiro e liguei o mesmo, um alívio percorreu meu corpo quando a água morna desceu pelo mesmo, fechei os olhos e fiquei ali por alguns segundos, apenas aproveitando a boa sensação que estava sentindo.

Já vestida com meu uniforme eu desci até a cozinha e tomei o meu reforçado café da manhã, preciso de toda energia possível para aguentar um dia inteiro no trabalho.

Eu sou bombeira, sargento da CBM, tenho 28 anos, trabalho 24x48, ou seja, trabalho um dia inteiro e folgo dois dias seguidos, preciso chegar no horário para poder passar pelo cerimonial, que é a passagem de equipe, onde recebemos informações gerais para assim prosseguirmos com o nosso trabalho.

Entro em meu carro e passo o cinto em meu corpo, assim que ligo o veículo escuto meu celular tocar mais uma vez, coloco ele em um apoio que tem no painel do carro e atendo a ligação no viva voz.

— Ô Lauren - é a voz da Leah - a Vero já me falou que você não vai poder ir hoje...

— Infelizmente - estava prestando atenção no trânsito - mas falei também que podemos marcar outro dia...

— Quer que eu remarque? - ao fundo dava para ouvir uma música eletrônica, ela com certeza já está na academia - podemos deixar pra amanhã.

— Se não for nada comemorativo e sim apenas uma noite para fugir da realidade da vida adulta - virei uma esquina - e ninguém for contra, eu apoio que remarque, seria bom uma noite com as meninas.

— Me da aqui - ouvi a voz de Normani e sabia que vinha alguma reclamação, se Leah falou com Vero, com certeza a Mani implicou com Lucy - acredita que aquela grilo falante mandou eu ir lavar as calcinhas dela? - Normani parecia indignada - ela falou "minhas calcinhas ninguém quer lavar, mas na minha vida todos querem opinar" - ela tentou imitar a voz de Lucy.

— Vocês não tomam jeito - falei rindo e entrei na rua da CBM - com certeza você falou algo para irritá-la, então o fecho foi bem merecido Mani...

— Você está do lado dela - ela praticamente gritou do outro lado e eu comecei a rir - Jauregui, amanhã eu vou da um tapa nessa sua bunda branca e vou meter a mão... - ouvi barulhos e um silêncio em seguida - Lauren eu vou desligar - era Leah - essa outra roubou o celular da minha mão...

— Tudo bem - estacionei meu carro na vaga de sempre - de qualquer forma eu acabei de chegar no trabalho e preciso mesmo desligar...

— Então nos vemos amanhã - ouvi Mani gritar um "até amanhã" e a ligação foi encerrada.

Peguei meu celular e coloquei em meu bolso e desci do carro, travando o mesmo em seguida, passei minhas mãos em minha blusa e caminhei até a entrada do trabalho a qual era a minha paixão. Então é isso, vamos a mais um dia de luta e de apagar incêndios ou até mesmo retirar um gatinho de alguma árvore para uma doce senhora ou uma criança, eu simplesmente amo o que eu faço.

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