Camila Cabello Point Of View
Alguns dias se passaram após a "festa" de comemoração, eu não via a hora de poder voltar a dar aula aos meus pimpolhos. Fui ao médico por esses dias e ele falou que eu já poderia voltar a minha rotina normal, eu não perdi tempo em ligar para escola a qual eu trabalhava.
Já fazia uma semana que eu estava de volta na escola e o meu primeiro dia foi maravilhoso, fui recebida com uma festa de boas vindas que meus alunos prepararam com a ajuda dos pais e alguns professores. Recebi alguns desenhos e em uma noite de visita de meus amigos em minha casa a Dinah viu um dos desenhos e passou a noite me zoando.
O fato era que o desenho se tratava de uma mulher, que era eu, coberta por chamas e ao lado uma frase com letras mal feitas onde dizia "tia Mila em chamas". Minhas amigas falaram que meus alunos eram "anjos" mesmo, só quem me defendeu foi Ally, eles são ótimos, só não sabem a gravidade da situação.
Deixei minha bolsa pendurada ao lado da porta assim que cheguei em casa, retirei meus saltos e os deixei próximo a porta, senti o piso frio e suspirei. Mais uma semana concluída, estava sentindo falta de trabalhar, joguei a chave do meu carro na mesinha e me sentei no sofá, hoje já é sexta e as meninas me chamaram para ir a um barzinho.
Como faz tempo que não frequento um ambiente assim eu aceitei na hora, peguei meu celular e ponderei se ligaria ou não para Juan, essa semana ele nem deu as caras aqui em casa e sempre que ligo ele fala o quanto está ocupado em seu trabalho, suspirei e disquei seu número.
— Alô - falei assim que a ligação foi atendida - Juan, hoje a noite vou com as meninas até o on the rocks, você pode ir?
— Meu amor - respirei fundo já sabendo que ele ia falar que não poderia - eu não vou poder, estou bastante ocupado e você sabe - ouvi alguns barulhos de papéis do outro lado - ando tão ocupado que mal nos vimos essa semana...
— Eu sei que você trabalha, mas você nem procura ter tempo para nós - fechei meus olhos e levei minha mão até a lateral da minha testa e massageei o local com as pontas dos dedos - sempre que eu chamo você para ir a algum lugar você fala que está ocupado.
— Achei que você entendesse - ele falou e pelo seu tom percebi que ele estava irritado - pelo menos foi o que sempre demonstrou...
— E eu entendo - me levantei do sofá e fui até a cozinha - eu trabalho, minhas amigas também trabalham, só que ainda assim tiramos um tempo para nossa amizade.
— Camila, não compare suas responsabilidades ou a dos seus amigos com a minha...
— Tá querendo dizer o que com isso Juan? - parei em frente a geladeira e abri a mesma pegando uma garrafa d'água e despejando um pouco em um copo - está chamando meus amigos e a mim de irresponsáveis?
— Entenda como quiser - ele respondeu seco e eu trinquei o maxilar - amor... sempre que eu tenho um tempo eu tento te ver ou estar contigo - ele amansou um pouco a voz - você sabe disso, não deixe que pessoas façam a sua cabeça...
— Ninguém está fazendo a minha cabeça Juan - falei irritada - eu só sinto falta de quando saiamos juntos e podíamos nos divertir como qualquer outro casal.
— Eu também sinto falta disso, pode ter certeza - ele estava me respondendo no automático, como se não estivesse nem prestando atenção na conversa.
— Não é o que parece - falei com desdém e tomei um pouco da água - desde que sai do hospital você só veio me ver duas vezes, e praticamente correndo...
— Eu vou recompensar você por isso amor, pode ter certeza - revirei meus olhos.
— Eu não quero que você me recompense por nada - falei irritada - só quero que você seja um namorado presente.
— No momento eu estou fazendo o que eu posso - joguei o copo dentro da pia já sentindo meu sangue ferver com a forma que ele estava falando - e você sabe disso Mila, não quero que você fique me cobrando nada.
— Quer saber? - falei irritada - eu não vou falar mais nada Juan, depois não venha com reclamações.
— O que tá querendo dizer com isso? - foi aí que percebi diferença em sua voz e agora parecia que ele estava dando atenção a nossa conversa.
— Não sei - dei de ombros - da mesma forma que eu não posso te cobrar as coisas, também não me cobre.
— Ei Camila - ele mudou totalmente o tom de voz - também não é assim amor...
— Como não é assim? - sai da cozinha e fui em direção a sala - direitos iguais, ou não?
— De que horas você vai? - eu não podia acreditar - eu vou com você - eu dei uma risada sem humor algum.
— Já pode ir? - perguntei irônica - já arrumou tempo? - soltei uma risada sem humor - não precisa Juan, vou com minhas amigas.
— Eu vou aparecer lá - ele falou decidido.
— Fique a vontade, afinal é um local público - falei secamente.
— Vou pra ficar com você Camila, para de show - ele estava claramente com raiva.
— Espero que não me encontre lá, passar bem - desliguei o celular antes que ele pudesse me responder.
Deixei o celular em cima da mesinha de centro e fechei meus olhos, se uma das meninas estivessem aqui comigo, com certeza elas estariam aplaudindo de pé a forma que falei com Juan. Eu sempre fui compreensiva com ele e tentava ver o lado dele em tudo, mas ultimamente estou me sentindo cansada.
Me levantei e olhei a hora em um relógio de parede que tinha próximo a entrada da cozinha, vou fazer algo para almoçar e em seguida tomar um banho, depois eu vou dormir um pouco para aguentar ficar um tempo a mais no bar com as meninas. A semana foi cansativa e se eu não dormir pelo menos um pouco eu não vou conseguir ficar muito tempo naquele bar com as meninas.
Eu não sei se ele vai realmente aparecer por lá, mas somente por hoje, eu espero que ele não apareça.
•••
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Fireproof
Romansa"Eu não estava mais aguentando, meus olhos ardiam, minha garganta queimava, não conseguia respirar direito, então senti quando mãos firmes me seguraram e a última coisa que eu vi com a visão embaçada e antes de desmaiar, foram olhos verdes me olhand...