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— O que está fazendo? — perguntou Miguel. — Pare imediatamente.

— Como ousa? — Rafael vinha mais ao fundo, mirando o peito da garota, mas antes que se aproximasse, ela lançou-o mais longe com apenas um movimento nas mãos.

Miguel usava toda sua força, enquanto sua arma estava sendo puxada. Nenhum deles estavam entendendo de onde ela tinha tirado tamanha força contra um arcanjo. Gabriel nada disse, nada mais se moveu. A arma aos poucos escapava das mãos de Miguel e foi quando o corpo de San se moveu involuntariamente que ele entendeu. Ela estava fora de si.

Armou ataque a Rafael, que ameaçava se aproximar mais uma vez. Wooyoung e Seonghwa se aproximavam, ficando a volta da garota, cuidando de todos os lados.

A espada de Miguel caiu de suas mãos e ele de joelhos, não entendia. A garota não sabia o que estava fazendo, apenas fez. Como a voz a mandava fazer. Constantemente, a voz aos poucos sussurrava as instruções em sua cabeça, desde que Rafael a prendeu. Jogou a espada mais longe, ouvindo o som dela raspar pelo chão.

— Não entendo. Como uma humana é capaz de desarmar um arcanjo? — questionava a si mesmo, Miguel.

Wooyoung correu apressadamente até Yeosang, abaixando-se do lado dele. Passou a mão pelos cabelos sujos com o próprio sangue e doeu em si ver as lágrimas no rosto do companheiro. Eles tinham uma forte ligação desde crianças e vê-lo sofrer estava acabando com o Wooyoung.

— Vai ficar tudo bem, estou aqui. — Levantou-o pela cabeça e aproximou os corpos, dando um abraço. Encostou as testas e ouviu os soluços que Yeosang estava guardando a si.

— É melhor saímos daqui, não? — sugeriu Seonghwa, olhando em volta preocupado. Miguel estava no chão, enquanto Rafael não sabia o que fazer ao longe. Pior era Gabriel, que não se moveu em nenhum momento.

— Sim, vamos. — Seonghwa foi ajudar Wooyoung a levantar Yeosang. Apoiou o braço dele em volta do ombro e Seonghwa segurou-o pela cintura. O sangue ainda escorria pela ferida aberta. O demônio não olhava para mais nada além dos próprios pés, envergonhado. — Venha. — Colocou a mão no ombro da garota, que saiu do transe em que estava. A voz tinha ido embora, mas tinha lhe dito uma última coisa.

— E mais uma vez, não matamos Uriel e a não ser que tenham provas, nos deixem em paz — disse ela, olhando para os arcanjos. Com um movimento, a grande espada de Miguel caiu da borda da montanha, perdendo-se no céu.

Não foi dificil escaparem, afinal, nenhum anjo ou arcanjo interferiu. Gabriel não se moveu um milímetro, apenas encarou a garota ir embora. Rafael espumava de raiva e ela concluiu que Miguel estava tendo uma crise existencial no chão. Estavam no quarto dela novamente e correram para pôr Yeosang na cama. O sangue estava parando aos poucos, mas nada do braço dele voltar a crescer. O rosto dele estava vermelho e os olhos fundos indicavam que ele estava arrasado.

— O que houve aqui? — Jongho e os outros apareceram logo em seguida. — Minha nossa, Yeosang!

Jongho correu até ele, abaixando-se a altura do rapaz. Hongjoong olhou para todos os rapazes, conferindo se estavam bem — inclusive Seonghwa, mas de forma disfarçada. Ainda se preocupava. Feito isso, correu escada abaixo e começou a conferir seus feitiços de proteção, temendo que viessem atrás deles.

— Wooyoung você está bem? — Mingi perguntou e Yunho bufou de raiva. O rapaz estava visivelmente bem fisicamente, então por que diabos perguntar? Coçou a cabeça e decidiu ir ajudar o Hongjoong.

— Acha melhor chamarmos ajuda? — Wooyoung perguntou a San que estava tão frustrado e em transe que demorou para entender a pergunta do rapaz. Estava uma confusão só e ele, bem, ele não sabia o que fazer.

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