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O filho bastardo do rei.

PARTE II/III

Largou as lantejoulas no chão, quando a voz se fez presente. Ele virou lentamente querendo que fosse uma ilusão apenas. Não estava pronto para olhar Mingi e ver seus olhos confusos de raiva ou de tristeza, eles eram amigos a muito tempo, mesmo que Mingi — sem a intenção —, dedurou Yunho para sua família, quando ele estava com o vestido de sua mãe e com batom nos lábios.

Se pelo menos Mingi entendesse o que o outro estava passando, talvez soubesse que ele não fez por pura maldade, apenas era o jeito de descontar sua raiva. Tinha tanta raiva, que não conseguia controlar tudo que estava sentindo, os olhos vermelhos, os punhos cerrados onde as unhas machucaram a palma de sua mão. Sentia o estômago borbulhar em um sufoco e queimação sem fim que descia pela garganta.

— Mingi... — soltou, suspirando. Seu rosto estava cada vez mais vermelho nas maçãs e no nariz, apavorado tentando segurar as lágrimas.

— Você me assustou. — Em apenas um passo foi capaz de passar sua mão calorosa pelos dedos gélidos do Yunho. — Eu achei que você fosse o traidor.

— Como? — Estava confuso, ele não estava se importando com o que ele fez? — Você, eu te dei uma...

— Yunho, eu nunca sequer vou te odiar por isso, não depois do que eu te fiz passar. Quero que você me perdoe também. Amo você, como um irmão. Você é você assim, e está perfeito.

Yunho quis chorar ao ouvir tais palavras que ele tanto quis ouvir de seus pais, ou até mesmo de Mingi. Deixou com que as bochechas se tornassem em tons vermelhos e molhadas com as lágrimas amarguradas antes guardadas.

Song o puxou para um abraço caloroso, deixando alguns selares calorosos pelo rosto alheio, passando confiança. Sua cabeça ainda doía, mas seu coração batia tão alegremente que apagava toda a dor que sentiram por anos.

[...]

Éllen tinha finalmente aberto os olhos, e agora tomava um gole de água ao lado da garota. Não entendia o porque Jongho tinha desmaiado ela, gostava dele antes, nunca imaginou que poderia ser ele o mensageiro de Hades.

— Ninguém nunca desconfiou? — gemeu com a dor nos quadris ao tentar se mover pelo estofado macio.

— Acredito que Yeosang, Éllen. Sempre que estavam perto ele agia diferentemente, e claro, eu também não me sentia confortável quando ele estava perto.

— Que esquisito... Não consigo entender os motivos daquele rapaz. É por isso que precisamos que você entre em contato com o livro. — soltou o copo na mesa de centro de madeira, tentando pensar o que faria agora. — Eu escondi o livro quando percebi uma movimentação incomum.

Suas vestes pesadas e de tecido fino movimentaram-se com suas mãos e debaixo deles, tirou o livro escondido. Suspirou, seus poderes não estavam nem perto de cem por cento, mas agora era tarde demais para parar.

— Vamos iniciar mais uma sessão.

Fez com que a garota deitasse por todo o sofá ao se levantar. Tentaria mais uma vez, depois de tantas interrupções pertinentes, a verdade saberão, nem que Ellen morra usando todo seu poder. Suspirou vagarosamente pelas narinas enquanto abria o livro, o colocando na frente da garota. Com um feitiço iniciou um corte na ponta do dedo alheio, que deixou que apenas uma gota caísse por cima das páginas antes de retirar o dedo e apertar para estancar o sangue. O livro foi colocado sobre o peito da menina, onde Éllen fechou os olhos e pensou na magia profunda que precisava liberar.

The Book Of DevilOnde histórias criam vida. Descubra agora