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Voavam acima das nuvens no fim da tarde. Yeosang estava à frente dos demais. Pensativo, incomodando-se com os fios que entravam em seus olhos por causa da ventania do voo. Estava preocupado com o que tinha escutado da boca da garota, levando novamente as unhas até os lábios, começando a morder a carne. Precisava investigar essa situação com urgência, mesmo que tivesse que enganar o San para isso.

O Sol estava fraco, era quase fim de tarde. Metade sangues atacaram a luz do dia, o que intensificaram suas preocupações. Entretando, Yeosang não queria acreditar que um de seus companheiros era o responsáveis pelos ataques e a perseguição constante aos rapazes.

Precisava de verdade perguntar ao Yang como ele sabia que os rapazes estariam no beco aquele dia.

Parou de roer o dedo quando o gosto de metal atingiu a língua, limpando a boca freneticamente com as mãos.

Ele estava perto de chegar ao local do ataque. Diminuiu a altitude em que voava, e os rapazes o seguiam. Avistou o beco a umas quadras, se perguntando por que diabos tudo acontecia perto daquele beco escroto. Pensava que talvez Yang tivesse alguma coisa a ver, mas não faria sentido nenhum.

Não teria como, teria?

Desceu quando o cheiro de sangue denunciou que tinha chegado. Quando pousou, o cheiro estava horrível, mas os corpos daqueles humanos, estavam mais horrorosos ainda.

O rosto estava transfigurado, as roupas rasgadas, como seus pescoços e peitoral todo. Os braços com mordidas, provavelmente sugaram o sangue dos corpos antes de ir embora. As pernas eram as únicas partes que pareciam mais intactas. Vários mosquitos rodeavam-nos, sendo um cena perturbadora e bem nojenta de se ver.

Chegou mais perto do primeiro corpo, usou magia para levantar os braços e analisar mais de perto, se recusando a tocar naquilo. O braço robusto indicava que o primeiro corpo era de um homem, de meia idade. Tinha uma aliança na mão esquerda. Não conseguia sequer visualizar o rosto dele, apenas os fios castanhos.

Resmungou, ele provavelmente tinha família, que o esperava em casa. Só que ele não voltaria. Levantou-se e passou a mão sob o corpo todo do rapaz, enviando-o para o julgamento de Hades, com sorte poderia ter chances de parar no Campo de Asfódelos.

Direcionou-se ao outro corpo, onde abaixou-se e analisou-o também. Era uma mulher, com exata aliança idêntica do homem de antes. Sem sombra de dúvidas eram casados.

Yeosang lamentou.

Enviou-a para o mesmo destino do homem e torceu para que pudessem se encontrar. Levantou a mão, e movimentou-a para o lado, fazendo com que o sangue espalhado naquele fim de rua escuro, dissolvesse por completo. O local estava limpo de qualquer rastro do ataque.

Olhou para o céu quando viu um par de asas. Jongho aterrissou no local, caminhando até o companheiro.

— Yeosang! Vejo que conseguiu limpar tudo. — Jongho colocou a mão na cintura, olhando o local que antes estava uma cena de terror.

— Sim. Bem, e vocês acharam os metade sangues?

— É como se tivessem sumido por completo. Nos dividimos e estamos voando por toda a cidade e nem sequer um rastro de cheiro. Quem quer que os invocou não quer deixar evidência nenhuma. — Jongho abaixou a cabeça, passando a mão na nuca. Trocava constantemente o peso das pernas.

Estava tão pensativo quanto Yeosang.

Internamente ele estava irritado. Não gostava da demora em ter uma respostas, mas como se alguém estivesse disposto a enganá-los e os fazer de otário. É claro que o traidor possivelmente já sabia que estavam procurando e pesquisando sobre ele.

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