1:0.9

2.4K 309 111
                                    


— Olá? — Abraçou o próprio corpo, com medo. Era melhor sair dali. Passou pela recepção acenando para a recepcionista. Saiu do local às pressas, sem nem avisar os demônios aonde iria.

O próximo passo, era perguntar ao velho da loja na qual comprou o livro. Parou um momento na calçada para pensar em um caminho mais rápido para chegar ao beco. Atravessou a rua, sentindo o vento queimar frio no rosto. Estava um tanto gelado naquele dia.

Enquanto caminhava olhava para os lados, tentando captar algum indício de que alguém pudesse estar seguindo-a. Estava tão paranoica que chegava a ser engraçado.

Demônios e sonhos. O que mais poderia acontecer de bizarro em sua vida não chegava nem perto do que eram os dois problemas.

Tomou um susto quando uma margarida foi posta na frente de seu rosto. Ao olhar, Wooyoung estava com um sorriso enquanto entregava a flor.

— O que estava fazendo aqui? Eu achei que estava sozinha.

— Você não pode ficar tanto tempo sozinha. Bom, eu pelo menos não quero apanhar do San — disse de forma brincalhona.

Pegou a flor, dando um pequeno sorriso de canto.

— Foi você que deixou a flor no travesseiro para mim? — Ele concordou. — Fico feliz de ter um amigo como você.

— Amigo?

— Sim. Não somos? — Wooyoung a encarava com uma expressão um tanto quanto indecifrável. Notou que no uniforme dele, havia um pequeno bolso no lado direito do peitoral, nele, uma pequena margarida estava lá.

Foi um pequeno detalhe que notou e achou adorável. Dentre todos os outros demônios, gostava e se sentia muito bem perto do Wooyoung. Ele tinha um rosto delicado, uma alma que por mais que fosse um ser do submundo, parecia limpa e perdoada por ele mesmo.

Isso era significativo.

— Claro que somos — disse, sorrindo por fim. E enquanto caminhava silenciosamente com ela ao lado, perdia-se às vezes nos devaneios que o perturbavam. Adorava as flores, mas não o que elas passaram a significar para ele, mas sim o que um dia foram e o que o tornou homem.

Reconheceu o caminho que levava a livraria na qual pegava os livros antes. Sabia que o beco estava perto, apontou para Wooyoung o caminho.

O lugar parecia pior que antes, como se bêbados ou baderneiros tivessem passado por ali. Continuava escuro e sombrio como estava. Suspirou, mantendo a calma, Wooyoung estava com si, então nada poderia dar errado.

Segurou o livro forte na mão, com medo de algum outro monstro estranho aparecer. Quando foi adentrar a escuridão do beco, outras três sombras projetaram-se em sua frente. Woo que estava um pouco atrás, voltou-se a parar ao lado dela.

— Qual o problema? — questionou aos outros três.

— Temos uma reunião no submundo. Todos fomos chamados de emergência — respondeu Yunho, enquanto girava a espada na mão esquerda, aquecendo-se.

Ela entrou em desespero interno. Não queria ficar sozinha de forma nenhuma, ainda mais em um beco tão assustador como aquele. Um sentimento ruim começou a tomar conta de seu corpo. Tinha um mau pressentimento e ele não iria embora tão cedo.

— Todos vocês? Ninguém pode ficar comigo? — O corpo tenso fez com que as pontas de seus dedos embranqueceram ao apertar a capa do livro com força contra o corpo.

— Calma — sussurrou Wooyoung ao tocar delicadamente no ombro dela.

— Desculpa, gatinha. — Mingi abaixou a cabeça, pois se olhasse para ela iria ceder ficar e Hades não aceitava que se atrasassem ou que ignorem o chamado dele.

The Book Of DevilOnde histórias criam vida. Descubra agora